A noite estava apenas começando

Eu não podia nem acreditar no que estava ouvindo. No início, eu nem estava empolgada com a ideia de despedida de solteiro, mas me tiraram de casa. Eu podia está de baby doll agora muito bem relaxada em casa. E minha maquiagem! Gastei o resto que tinha me deixando apresentável e agora Denise está em uma crise de riso procurando as senhas na bolsa. Patrícia estava gritando ela. O segurança parecia está com dúvida se trava a gente como loucas ou trambiqueiras. A noite já tinha começado bem.

— O que mulheres tão lindas estão fazendo na porta? — Um moreno, alto, com sorriso encantador disse se aproximando de Patrícia. Que abriu um sorriso largo para ele.

— Estávamos tentando entrar. Minha amiga estava com as senhas, mas acha que esqueceu na outra bolsa dela. Acredita? Viemos bater aqui para nada. — Patrícia enrolava uma mecha de cabelos, encarando aquele homem. A safada estava aprontando. Certeza!

— Se for por isso, posso resolver fácil, mas tem que prometer ir visitar meu camarote. Estamos em festa. Na verdade, quase isso, um amigo vai casar, meio que uma despedida de solteiro. Quanto mais gente melhor, certo? — O homem passou a mão de leve no rosto de Patrícia — Fred, pode deixar elas entrar. Estão comigo. Coloque pulseiras pretas nelas, ok? Aliás, eu me chamo Fábio. Espero te ver mais tarde, gata. Não esquece!

— Obrigada! Não se preocupe, não irei esquecer. Até mais tarde. — Patrícia deu um beijo no rosto do tal do Fábio.

Ficamos quietas, esperando ele entrar. Assim que o Fábio passou pela porta e sumiu da nossas vistas. Patrícia começou a pular e gargalhar.

— Sempre funciona! Sou muito boa nisso. — Patrícia gritou. Eu não aguentei. Acabei caindo na gargalhada.

— Não, na realidade, nunca funciona. Uma vez nessas brincadeiras quase levamos surra da namorada e amigas dela. Por sorte, hoje deu certo. E ele é gato, viu? Podemos pegar geral na pista e subir para o camarote depois. — Denise jogou água fria em Patrícia, como esperado.

— Isso é inveja! E gostei do plano, ele tem cara de quem tem dinheiro. Podemos subir e deixar a bebida por conta dele. — Patrícia sorriu indo em direção.

— Você não presta mesmo! — Denise disse rindo.

— Eu presto, mas sabe quanto gastei para ficar deslumbrante assim? O mínimo que ele pode fazer é pagar algumas bebidas para mim. Sou jóia rara, ok? Não preciso pagar minha bebida. Até porque, eu não tenho dinheiro para isso, gastei todo nesse saldo aqui. — Patrícia confessou. Ou seja, ela veio para balada lisa, na verdade, ela vivia assim, sempre gastava o dinheiro com as coisas mais aleatórias possíveis.

— Tanto faz. Vamos entrar? Eu já tive minha dose de vergonha por hoje. — Denise falou passando primeiro pela porta.

Patrícia pegou na minha mão, me puxando porta a dentro. Eu não estava acostumada com esses lugares. Como morava em uma cidade pequena do interior, não conseguia frequentar lugares assim. Era um pouco estranho. Música alta. Muita gente e bebida com força. Parecia a mistura perfeita para o caos.

— Vamos beber o que, Patrícia? — Denise literalmente gritou para ser ouvida.

— Homens! — Patrícia respondeu.

— Martini? — Denise questionou. E eu já não entendia mais a conversa.

— Quem é Marquinhos? Não sei quem é mais pego. — Patrícia concordou.

— Duplo? — Denise fez o sinal de dois com os dedos.

— Eu já peguei ele? Quem é Marquinhos, Sabrina? — Patrícia me perguntou.

— Não estou entendendo a conversa de vocês. Parece desconexa. — Eu estava realmente confusa.

— Não importa, vamos pegar umas bebidas e procurar Marquinhos. — Patrícia disse puxando eu e Denise com ela.

— Quem é Marquinhos? — Denise perguntou.

Algo me diz que essa noite vai render. Nem começaram a beber ainda e já parecem bêbadas. Quando dei conta, eu já estava com um coquetel de cajá sem álcool e para as duas, com o dobro vodka. Estavam sem freio nenhum. Se alguém passar na frente era atropelado.

— Vamos dançar! — Patrícia chamou.

No meio da pista, começamos a dançar. Sentia meu corpo relaxando aos poucos e entrando no ritmo da dança. Me sentia viva. Enquanto eu dançava como se ninguém estivesse olhando, eu espero que realmente ninguém esteja, Patrícia e Denise começavam a corrida para quem pegava mais naquela noite.

— Vou sentar um pouco. Estou cansada. — Falei indo para uma mesa vazia que eu estava próxima.

— Preciso descansar um pouco também. — Denise disse, mas na verdade, ela era assim. Sempre todas saiam, tomava cuidado para que ninguém ficasse sozinha em momento algum. Podia está bêbada como fosse. — Você vem também, sua galinha.

— Có-có-có! — Patrícia respondeu.

— E ela ainda confirma — Denise brincou enquanto sentava na cadeira.

— Estava falando na sua língua, para você me entender. Viu como funciona? Aliás, eu já peguei seis hoje. — Patrícia comemorou.

— Sério? Eu só consegui quatro. As bebidas aqui são tão caras que ando preocupada com o boleto depois. — Denise fez careta olhando para o drinks.

— Viva como não tivesse amanhã. Já ouviu essa? — Patrícia argumentou.

— É uma boa teoria, mas se tiver amanhã, eu terei que rodar a bolsinha para pagar as contas. E não tenho a paciência para fingir gemido. Melhor manter na linha. — Denise respondeu.

— Já sei! Que tal subir e ver como está o camarote do tal do Fábio? Talvez tenha alguns caras bonitos e umas bebidas. — Patrícia sugeriu.

— Hey! Eu lá sou mulher de pagar bebida com xerecard, me respeita. — Denise fez careta

— E quem disse que você precisa passar o xerecard para isso? Só vamos lá. Vemos se é bom. O Fábio é um gato! Quero pegar ele. De bônus tem umas bebidas. E sabe, eu sei muito bem que você não vai me deixar subir sozinha naquele camarote! Então, deixa de coisa e vamos logo. Se não tiver divertido, descemos. Uma olhada. Dez minutos. — Patrícia pediu com cara de cachorro que caiu da mudança. Parece que estava mesmo interessada no Fábio. Ela não era do tipo que ficava com alguém por bebida, mas não gostava de admitir também quando estava interessada. Complicada. Eu sei.

— Tá! Dez minutos e só. — Denise decretou. Eu só conseguia rir e mentalmente xingar minha sandália que estava fazendo um calo no meu pé.

Subimos, logo na entrada encontramos outro segurança, que olhou para nossas pulseiras e perguntou qual o camarote que iríamos. Denise olhou para Patrícia, certeza que queria sabe como ela ia desenrolar essa.

— Fábio que nos convidou. Ele está em uma despedida de solteiro com seus amigos. Eu não sei o número do camarote, mas se quiser checar com ele, esperamos aqui. — Patrícia disse confiante.

O segurança se virou sem dizer absolutamente nada. Fez uma ligação, falou por um tempo com só deus sabe quem. Não conseguia entender o que ele falava por conta da música. Finalmente desligou o telefone e se voltou para nós.

— Podem passar. O camarote é o último na esquerda. Número seis. Tenham uma boa noite. — O segurança respondeu e passamos.

— Viu? Só confia. Tenho moral, rapaz. — Patrícia brincou quase saltitando animada por sua conquista.

— Moral? Você sabe o nome de alguém que tem moral. O que acha que isso significa? — Denise alfinetou Patrícia.

— Contatos. Contato é poder. Aprende. — Patrícia respondeu antes de bater na porta do camarote.

Fabio abriu a porta com um sorriso enorme no rosto. Acho que não era apenas Patrícia que estava interessada. Diferente de antes, ele estava claramente alcoolizado. O que combinava perfeitamente com o estado de Patrícia.

— Entrem. Sejam bem-vindas. Eu vou apresentar todos. — Fabio disse estendendo a mão para dentro do camarote.

Patrícia e Denise entraram na frente, mas acabaram parando no meio do camarote olhando para mim, eu dei mais alguns passos e entendi o olhar delas.

— Sabrina? — Eduardo falou surpreso ao me ver levantando.

— Eduardo!? — Certeza que o destino estava brincando com a gente. Qual a probabilidade de encontrar com ele logo aqui? Na verdade, enorme. O que era menos provável era eu aqui. E agora?

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***