Encontro caótico

Os dois me olhavam completamente surpreso e desnorteado. Eu queria muito a foto daquele momento. Por essa, esses dois não estavam esperando mesmo. Vingança realmente é algo delicioso.

— Não queria atrapalhar o encontro de vocês dois, apenas vim buscar minhas coisas. Se me derem licença — Eu disse indo em direção do quarto, Levi segurou meu pulso.

— Que história de noivo é essa? Estávamos para nós casar. Compramos a porr@ desde apartamento. Você escolheu cada móvel dessa casa. Já escolhemos data e lugar. Iamos mandar os convites. Que brincadeira sem graça é essa? Isso é uma vingança? Por conta da traição? Não faz isso. Vanessa nunca vai significar nada para mim. Você é tudo para mim. Acha mesmo que eu te trocaria por alguém como ela? Vamos conversar. — Levi falou me olhando nos olhos. Ele era mesmo um imbecil. Como pode falar isso na frente de Vanessa? Não se importava nenhum pouco com o que ela sentia?

— Não me im... — Antes que eu pudesse dizer, Vanessa gritou.

— Estou grávida. E o filho é seu, Levi. — Vanessa gritou puxando Levi de perto de mim.

— Quê? Não faz sentido. E de qualquer forma, não me importo com isso. Sabe exatamente com quem eu quero ficar. E essa não é você. O que aconteceu entre nós foi apenas um descuido de dois bêbados sem noção. Não vou estragar a vida que eu sonhei por um filho com você. Eu pago o aborto e esquecemos esse assunto. — Levi respondeu. Lembrei o que Denise havia dito. O que plantamos, colhemos.

— Seu idiota, ela não vai ter querer. Sabe aquele ao lado dela, não é nada mais, nada menos que o empresário Eduardo Veloso, seu idiota! Quem trocaria esse homem por você? — Vanessa gritou.

Enquanto eles gritavam um com o outro, eu fui para o closet. Estava tudo intacto. O quarto estava exatamente como deixei quando fui embora. Não posso pensar nisso. Joguei todas as minhas roupas de qualquer jeito nas malas. Pelo menos, aquelas que eu não ganhei dele. Não queria nada que viesse dele.

— Para onde você vai com essa mala, você está brincando, né? Não pode ir embora. — Levi gritou ignorando Vanessa que estava no chão chorando.

— Ela precisa ir embora. Você não entendeu ainda. Teremos um filho. Não pode simplesmente fica com nós duas. Agora você terá que ficar comigo. — Vanessa estava irritada.

— Você está louca? Eu não vou ficar com você. Não irei assumir esse filho. Essa criança pode ser filho de qualquer um. Você é o tipo de mulher que abre as pernas para o primeiro cara que aparece. Acha mesmo que vou me rebaixar andando com alguém como você ao meu lado? Um filho? Vai ter que procurar outro. Se quiser pago aborto, mesmo não acreditando ser o pai. Agora pode sair do meu apartamento? Não aguento mais ver sua cara. Até sua voz me incomoda. — Levi gritou. Ele era realmente bem pior do que eu imaginava. — Sabrina! Meu amor. Fica e vamos conversar. Eu tenho certeza que podemos resolver isso. Sabe que sou a pessoa certa para você.

— Eu acredito que todas as pessoas são certas, a grande diferença entre elas é bem simples de entender, sabe? Umas vem para nos amar e outras, vem para ensinar como devemos nos amar. Você foi a pessoa certa, me ensinou como eu deveria me amar. Só se sabe o que é bom quanto conhece o ruim. E digo mais, depois do que acabei de assistir, agradeço a Deus por ter tido um fim. — Eu disse puxando minha mala, mas ele segurou.

— O que você queria? Que eu assumisse o filho dela? Que eu deixasse todos os nossos sonhos de lado para ficar com alguém como ela? Me poupe, Sabrina. Sabe que eu nunca abriria mão da gente por ninguém. — Levi parecia realmente acreditar no que dizia. Que idiota. Ele não sabe ao menos o que é amor.

— Sabe qual a melhor parte de ter descoberto a traição? Todo o encanto que eu tinha por você acabou. E a melhor parte de está desencantada é poder ver nitidamente tudo que antes eu não enxergava. Fico pensando o que eu estava na cabeça quando decidi ficar ao lado de uma pessoa como você. Realmente. Só podia está louca de não ver o lixo de ser humano que você é. Ah, Vanessa, meu último conselho como amiga. Você não precisa de alguém como ele em sua vida. Muito menos seu filho vai precisar de alguém assim na vida dele. Levante e encare de frente as consequências do que fez. — Eu disse indo em direção de onde Eduardo estava.

— Sabrina! Você sabe que me ama. Sabe que só será feliz comigo. Que sou perfeito para você. O que eu preciso fazer? Me diz. — Levi já estava perto de mim novamente. Nunca pensei que ele seria tão insistente.

— Você precisa de terapia. — Respondi segurando a mão de Eduardo para sair dali. Ele não falou mais nada, apenas observou todo caos.

— Quê? Eu não acho que precise de terapia. Preciso de você. — Levi estava chorando.

— Pior que eu também não acho que seja terapia que vá resolver, na verdade, você precisa de um exorcismo, mas eu estou sugerindo um passo de cada vez. — Respondi entrando no elevador.

— Eu não vou desistir de você. Ainda terei você de volta — Levi gritou.

— Boa sorte, mas você perdeu. Agora, para pegar ela de volta, terá que passar por cima de mim. E garanto, você não é metade do homem que poderia fazer isso. — Eduardo falou antes de fechar o elevador.

— Que caótico, né? — Eu estava envergonhada. Queria ajuda dela, mas não pensei que seria tão dramático.

— Ele era um tremendo de um babaca. E sua amiga, desculpa dizer, mas acho que ela armou tudo isso. Ela não parecia se importar com o mal que estava causando, sim, jogar para conquistar. É o pior tipo de pessoas que existem. Elas costumam usar máscaras. — Eduardo explicou.

— Sabe, eu acho que eu deveria ficar triste, certo? Vendo meu noivo engravidando outra. Deixando nosso apartamento. Desistindo de nós. Sinto que tudo isso, deveria me deixar triste, mas me sinto aliviada. Só me dói lembrar que fui traída por ele. — Confessei.

— Talvez, aos poucos, algumas atitudes dele tenham minado o amor que você sentia por ele. Pense como uma se fosse uma fruta com um verme. A fruta é o sentimento que você tinha por ele. O verme são as atitudes dele. Quanto mais ele fazia algo que te faria, mas o verme se alimentava do sentimento, ou seja, da fruta. Quando a traição surgiu, você não olhou só a parte de fora, que estava intacta, mas a de dentro e percebeu que já não havia nada por dentro. Tudo estava comido ou estragado. Só tinha uma maçã estragada. — Eduardo deu um exemplo que fez bastante sentido para mim. Eu realmente achava que amava o Levi, mas o que eu sentia de verdade, era vestígios do que havia por ele no início do relacionamento. Tudo foi se deteriorando com o tempo.

— Você está certo. Talvez eu acabasse casando com ele sem saber o quão que estava infeliz e não sentia mais um sentimento tão grande por ele. A traição não foi algo ruim. Foi a faca que cortou a fruta e me mostrou a realidade. — Concordei com ele. Vou fechar essa capítulo da minha vida e abrir um novo. Onde eu serei minha prioridade.

— Então, onde você mora mesmo? Preciso do endereço. — Eduardo pediu apontando para o GPS. Rindo coloquei e partimos para casa.

Assim que chegamos na porta, nos deparamos com Denise e um cara discutindo. Estavam tão focados, que nem perceberam nossa presença. O que será que eles brigam tanto?

— Hey! Que tal a gente se aproximar um pouco escondidos. Estou curiosa com aquela DR ali. — Brinquei puxando a mão de Eduardo para trás se um banco. Ele riu me seguindo.

— Não sabia do seu lado fofoqueira. — Eduardo brincou.

— Não é fofoca. É apenas uma checagem se fatos e troca de informações importantes. Agora shiu! Quero ouvir. Se continuar falando vão nos ouvir. — Eu disse colocando o dedo na boca dele devagarinho.

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