Acordo com José e Antônio me chamando para o café, esqueci de que hoje é domingo e prometi passar um dia maravilhoso com eles. Estou cansada mas tenho que dar atenção aos dois e aproveitar cada minuto que eu tenho para dar atenção, hoje sou pai e mãe, tenho que buscar forças para isso.
O cheiro de café está pela casa toda, sinto os beijos quentes em meu rosto e os abraços de bom dia dos meus amores. Não existe maneira mais gostosa de acordar.
__ Anda mãe! Tia Carol já levantou, Daniel fez o café e está esperando a senhora levantar para poder ir embora.
Antônio fala louco para ver Daniel pelas costas. José me pede com carinho para tomarmos um sorvete. Eu estou sem cabeça para esse tipo de evento mas terei que cumprir o prometido. Levanto-me com o corpo em frangalhos, Carol me avisa que irá com Daniel até o hospital e não vão demorar. Ela está preocupada com o estado de saúde da mãe que sempre foi nosso porto seguro.
Estou achando incrível como ela já está amiga do Daniel, nunca vi tão rápida. Ele é muito carismático e não é difícil ser sua amiga.
Respiro fundo e vou tomar um banho para ver se me recomponho. Ligo o chuveiro e deixo a água quente cair em meu corpo com a esperança de que ela leve todo esse momento de tristeza e dor pelo ralo. Todos os dias uma novidade, não aguento mais. E agora eu me sinto com medo e desamparada, tudo que eu queria era seu abraço e sua voz me dizendo:
__ Não se preocupa, vai dar tudo certo e vamos dar um jeito.
Até isso me foi privado, não tenho nem o colo para chorar, não tenho seu ombro amigo e suas doces palavras de conforto e carinho.
O único lugar que tenho para chorar e meus filhos não verem é na hora do banho. Aqui a água leva minhas dores e tristezas, sou apaziguada pelo som do chuveiro e me encontro novamente com meu eu.
Minha memória traz a tona momentos de carinho e prazer que passamos aqui nesse box, suas mãos pelo meu corpo e seu beijo arrebatador. Seu contato físico me levava a loucura e éramos únicos nesse reino tão nosso. Acho que nunca mais terei esses momentos, eu nunca conheci outro homem e no meu coração não tem lugar para mais ninguém.
Saio do banho com Antônio me esperando no quarto:
__ Até que enfim, mãe! Eu já estava cansado de esperar.
__ Eu já estou pronta, Antônio! Vá chamar seu irmão e leve um brinquedo para brincarem na praça.
Esse menino não parece ter seis anos, é um adulto no corpo de criança.
Eles amam ir a praça, hoje sendo domingo tem alguns brinquedos espalhados pela grama e os pais levam seus filhos para brincarem.
Tomamos o sorvete e depois sentei num banco enquanto eles se divertem com as suas inocências .
Vejo Fernanda, a secretária de Laerte brincando com uma menina da idade do Antônio, ela aparenta ter seis anos. Ela me vê e fica um pouco constrangida, eu aceno com a mão e ela discretamente também acena. Antônio sem querer joga a bola na menina que desequilibra e cai:
__ Presta atenção garoto! Seu pai não te deu educação?
Eu corro em direção a Antônio que está chorando abraçado a José:
__ Desculpa, Fernanda! Ele não viu sua filha.
__ Eles são seus filhos?
__ Sim ! São filhos do Laerte.
Ela assusta e falta pouco sair correndo de perto de nós.
__ Tudo bem! Desculpa-me também, eu ando muito nervosa esses dias e as crianças não tem culpa.
Ela fala saindo de perto e enquanto eu cuido dos meninos não a vejo mais.
Achei estranho sua atitude, ela parecia querer ver um extraterrestre a me ver em sua frente.
Chego em casa e conto para Daniel e Carol que estão fazendo um macarrão na cozinha.
__ Eu não tenho nada a ver com a sua vida, mas como homem eu lhe digo para procurar algumas respostas.
__ Como vou fazer isso, Daniel? Eu não sei por onde começar e eu não quero ficar pensando coisas a respeito do meu marido. Ele era uma pessoa excepcional e não quero manchar a imagem que tenho dele com pensamento e desconfianças.
__ Eu sei! Ele era meu amigo e eu confiava nele, era bom caráter e uma ótima pessoa, mas qual o motivo a secretária dele, teria para fugir de você?
__ Eu não sei! Mas isso não é problema meu. Vou cuidar dos meus filhos e da minha vida. Eu não vou ficar enchendo minha cabeça com bobagens. Ele nem está mais aqui para brigarmos e eu mandá-lo embora.
Saio da cozinha e vou para o meu quarto. Mexo em diversas gavetas como se procurasse alguma coisa e não sei o que é.
Pego sua pasta de trabalho e abro, sinto seu perfume e meu coração fica apertado. A fecho de novo por não ter coragem de abrir.
Deitada olhando para o teto começo a lembrar dos detalhes do escritório onde ele trabalhava. Era muito luxuoso e a empreiteira muito grande. Ele não deveria ganhar apenas o que me informava. Deve ser no mínimo seis por cento do valor do imóvel mais o salário-base. A Fernanda disse que ele vendia a maioria dos imóveis.
Entro no computador e pesquiso a respeito da empresa que ele trabalhava, são apartamentos de luxo e caríssimos. Isso justifica os autos valores que ele passava para o irmão.
Olho novamente os canhotos dos cheques e percebo que é uma conta no banco que eu nem sabia que existia.
__ Não é a nossa conta conjunta! Afinal que conta é essa?
Estou nervosa e cheia de perguntas sem respostas. Eu não posso acreditar que ele tenha escondido de mim o seu ganho real todos esses anos.
O telefone toca e é do hospital.
__ Precisamos da família de dona Elizabete no hospital o mais rápido possível, ela teve uma piora significativa.
Eu fico sem chão e não consigo mais pensar em nada. Deixo as crianças com Daniel e vou com Carol para o hospital.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 77
Comments
Ivelise Rodrigues
Porque eu tenho quase certeza que se falecido tinha outra família e escondia sua realidade .
Acho que ele tinha era muito dinheiro e dava a esposa uma vida de plebeia
2025-02-01
2
Claudia Silva
eu acho que ele erra sócio da empresa e a secretaria amante dele o irmão sabia de tudo ele não e que ela pensa
2025-02-10
1
Rosilene Oliveira
A filha da secretaria deve ser dele aonde tá o caráter dele ela precisa Tomar uma atitude 😞😠
2024-12-26
0