...Uma Aliada....
Irina Darkmore
Acordei com alguém me "balançando" e dizendo:
— Acorda, amante.
Pela voz, Eu reconheci quem era, mas o seu tom, era diferente de antes.
Abri os olhos, e era a Ayla.
— Está na hora de ir para as minas, eu trouxe roupas para você não precisar usar as de amante.
— Obrigada.
Ela deu uma olhada de relance em meu pescoço, e abaixou a cabeça.
— Por favor, vá se lavar se desejar, que eu vou te levar até as minas.
Duas coisas me chamaram a atenção: A primeira, foi o seu tom, totalmente diferente de ontem, e a segunda, ela parecia estar... Com dor.
Depois de me avisar, ela foi até a janela para arejar o quarto então eu percebi, ela estava mancando.
Antes de chegar a alguma conclusão, precisava tirar algumas suspeitas.
O fato dela ficar sempre em pé estava me incomodando bem mais do que deveria.
— Por favor, pode sentar, eu já estou terminando.
percebi que ela olhou para a cama, mas disse que não podia.
Não é que ela não queria e sim não podia...
Bom, trabalhei muitos anos com a minha tia, e já conheço muitos casos e isso nela poderia significar duas coisas, que são mais comuns do que se pode imaginar.
Ou ela estava com as veias de seu ânus estouradas, também conhecido como "hemorróida", ou o seu namorado pegou pesado com ela e acabou causando esse desconforto.
Seja qual for, eu sabia como cuidar de qualquer um dos casos.
Aproveitei que ela estava um pouco mais calma, algo que com certeza vinha da dor que ela estava sentindo e decidi "brincar com a sorte":
— A minha tia, era uma excelente curandeira, estou vendo que você está com dor, se quiser, posso te dar umas ervas que vão te ajudar muito.
Ela me olhou assustada e perguntou:
— Por que me ajudaria? Não te tratei muito bem ontem.
Não vou mentir e dizer que não esqueci o modo que ela me tratou, e sabia que minha vida por aqui não seria fácil, principalmente por causa dela, mas eu simplesmente não consigo ver alguém sentindo dor e eu podendo ajudar não fazer nada.
Não foi assim que a minha tia me ensinou, e também não é assim que eu sou.
O que eu não quero pra mim, não posso desejar a outros quer eles mereçam, quer não, então preciso explicar isso pra ela.
— Está tudo bem, eu só aprendi com a minha tia que se podemos ajudar alguém a não sentir mais dor, esse é o nosso dever.
— Essas ervas são difíceis de achar?
— Na verdade não, inclusive, se quiser, posso escrever o nome delas e você pode pedir para alguém te ajudar a colher pra você, e mais tarde eu posso preparar para você.
Seus olhos começaram a brilhar.
— Você faria isso?
— Claro que sim. (Já pegando o papel para anotar o que eu iria precisar)
— Aqui, essas são as ervas, como eu disse se você conhecer alguém que entende, pode colher pra você.
— A minha mãe, ela trabalha aqui há muitos anos e conhece muitas plantas.
— Isso é perfeito, depois que eu voltar das minas, eu posso ir e ensinar a sua mãe a prepará-la, e então vai ficar mais fácil se acontecer de novo.
Ela abaixou a cabeça e confessou:
— É, quase sempre isso acontece, esse é o preço a pagar para ficar perto de quem se gosta.
Então, pelo jeito, a minha segunda hipótese estava correta, mas agora não é hora de pensar nisso, preciso terminar de me arrumar.
Ela me olhou e também acrescentou.
— Eu e a minha mãe estamos aprendendo a ler, mas posso pedir para o nosso professor nos ajudar.
— Isso vai ser perfeito, assim que você tiver colhido essas ervas, na volta, eu preparo pra você.
Ela não me disse mais nada, mas pelos olhos lacrimejantes, acho que ela ficou feliz.
Cheguei até as minas, e para minha surpresa não era mista, ou seja, estava trabalhando só com mulheres, e elas estavam felizes.
E isso me admirou, assim como me admirei do tanto que elas elogiavam o rei.
Todas as coisas boas que ele fez ao seu povo, nem parece com aquele homem que quase me matou ontem à noite.
E o trabalho, diferente do que pensei não era tão pesado, nossa função era apenas de verificar a pedrarias e classificar de acordo com a sua preciosidade, e realmente eram muitas.
A parte braçal ficava sobre a responsabilidade dos homens que trabalhavam.nas minas.
Depois do horário, voltei ao palácio e a Ayla estava me esperando com todas as ervas que eu pedi. Preparei um chá bem forte, e uma pasta para ela aplicar na área íntima que iria ajudar a melhorar mais rápido.
— Passe ela o mais rápido que puder depois do banho e fique com ela a noite toda, e tome metade desse chá agora e o restante aos poucos, durante toda a noite, mantenha o repouso, e amanhã estará bem melhor.
Preparei bem forte mesmo, para ela sentir o alívio imediato e com isso, levar a sério o tratamento.
Seus olhos brilharam e ela agradeceu.
Quando estava chegando ao meu quarto, uma outra criada apareceu e me avisou que o rei estava me convocando para o jantar e que ele me apresentaria a sua irmã.
Senti um frio na espinha.
E tudo o que eu pude pensar, foi:
"E se ela for pior do que ele"?
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Atualizado até capítulo 34
Comments
Angela Valentim Amv
Será que a irmã vai reconhecer que ela é inocente ?
2023-11-04
1
lira
vixiiii
2023-04-17
3
Rogue
Ele não é uma pessoa má, só está cego pela vingança
2023-03-24
4