Capítulo 6

Irina Darkmore

Moro numa casinha bem confortável, no pé da montanha de um dos vilarejos do reino de Conad.

Esse lugar é repleto de ervas, das comuns as mais raras, e eu sempre acordo bem cedo para escalar algumas montanhas a minha volta para pegar essas ervas mais raras.

Hoje não foi diferente, mas senti que algo de ruim estava prestes a acontecer.

Nunca me considerei uma supersticiosa, embora essa região seja um lugar cheio disso.

Mas deixei essa minha "estranha sensação" e comecei a colher as folhas para fazer o chás, e os elixires para vender na feira.

Essa foi uma herança deixada pela minha tia, uma curandeira bem conhecida e respeitada no vilarejo, ela me ensinou a fazer o que ela mesma dizia ser "um presente da natureza".

Infelizmente, ela faleceu há 5 anos, sempre fui muito apegada a ela e por isso, acompanhava na feira para vender suas poções e quando ela morreu, as pessoas começaram a me procurar por ajuda.

Desde uma simples consulta, até um tratamento, agora sempre que vou a feira, recebo muitos pedidos, e com isso, consigo manter a casa em ordem.

Estava limpando a casa, depois que cheguei da feira quando ouço um:

...Toc-toc...

Meu sorriso apareceu de "orelha a orelha" é o meu bom amigo, Declan, ele sempre ficou ao meu lado desde que a minha tia faleceu.

— Bom dia, flor do dia?

Ele sempre fala isso.

— Bom dia Declan, pode entrar, vou começar a fazer o almoço, você me acompanha?

— Claro que sim!

O nosso relacionamento tem sido de bons amigos, mas de uns tempos para cá, ele tem insistido em "algo mais", e no meio do almoço ele toca no assunto:

— Irina, pensou no que eu te disse?

O meu sentimento por ele além de amizade é de gratidão.

Ele não só esteve ao meu lado, como me ensinou quase tudo o que sei hoje, inclusive a ler e escrever.

Algo que o antigo Rei, não permitia que as mulheres humildes aprendesse, o Declan, não pertence 100% a classe humilde, ele é o que chamamos de pessoa comum.

Seus pais, são um dos poucos funcionários que são pagos, que trabalham na nobreza e não nas minas, e ele dá aulas particulares para os filhos desses nobres.

Não tenho mais nenhum sentimento por ele, mas sei que para uma mulher continuar sozinha como o meu caso é perigoso.

— Pensei, Declan, e acho que poderemos tentar sim.

Seu sorriso foi radiante, ele sabe que ainda não sinto o mesmo que ele, mas ainda assim ele está disposto a esperar.

— Não vamos nos casar, só nos conhecer de uma forma mais íntima e quando você estiver certa de seus sentimentos, nos casamos.

— Eu aceito Declan, você é muito especial pra mim e eu tenho certeza que seremos felizes.

Nos abraçamos, e depois caminhamos em volta do imenso quintal que é a minha casa.

Conversamos sobre muitas coisas, mas o que ele me disse me deixou animada:

— Soube que o novo Rei vai permitir a entrada nas escolas de mulheres de qualquer linhagem, vão aprender não só a ler e a escrever, como se desejar, aprender uma profissão.

— Declan! É sério? Isso é ótimo.

— Sim, e eu estava pensando, Por que você não entra para tentar ser médica?

— Hã? médica?

— Sim, você tem conhecimento de muitas doenças, sua tia lhe ensinou como tratar, e pense que vai poder expandir mais ainda o seu conhecimento, como sempre quis.

— Acho que seria uma ótima ideia, esse Rei parece diferente do anterior.

— Sim, dizem que ele pretende igualar as classes sociais, reduziu a carga horária das minas o que fez com que os humildes consiga plantar e cuidar de algo no seu quintal, e assim ganhar mais um pouco, e ainda reduzir os impostos de acordo com a renda.

— Nossa! isso vai fazer mesmo toda a diferença.

Depois de nossa volta ao quintal, preparei um chá relaxante para o Declan que ele adora, segundo ele "dá força para aguentar os filhos dos nobres mimados".

Quando ele já estava terminando ouvimos um barulho:

...BAM! BAM! BAM!...

— Abram a porta em nome do rei!

Fiquei paralisada, Como assim em nome do Rei? desde quando o Rei vem para esse lugar tão remoto.

— Não se preocupe, deixa que eu atendo, só fique atrás de mim.

Fiz o que ele pediu, quando ele abriu a porta, um guarda estava segurando um papel e disse:

— Essa é a residência da Lady Irina Darkmore?

— Isso mesmo, pode me dizer sobre o que se trata?

Assim que ele perguntou, uma voz saiu de uma das carruagens.

— Isso é um assunto que diz respeito somente à ela.

Um homem saiu de lá, pelos trajes já dizia que era o Rei, fizemos a reverência.

— Vossa Majestade! Irina sou eu.

E olhei para os olhos dele, no começo, seu olhar era de confusão, mas foi apenas um lampejo, em seguida, ele olhou rapidamente para o Declan, e depois para mim, seu olhar era de ódio, um olhar que me fez tremer.

De repente, me lembrei da minha intuição que tive de manhã que o dia me traria algo ruim, e esse algo, era ninguém menos que o rei.

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Comments

Angela Valentim Amv

Angela Valentim Amv

Vixe será que é tudo verdade o que contaram pra ele?

2023-11-03

1

lira

lira

aff....Tensooo

2023-04-16

5

lira

lira

Jesusssss que tendo...

2023-04-16

2

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