Capítulo 7

...Conhecendo melhor sua Inimiga....

Rei Dimas

No começo, percebi pela caminhada, que algumas pessoas gostam de se esconder.

Essa caminhada foi longa, e me fez planejar tudo o que vou fazer.

A primeira coisa, claro, é prender essa víbora que acabou com o desejo de viver do meu irmão.

Minha mãe, uma vez me disse que eu tinha um lado sádico e cruel, e que era a herança do meu pai.

Essas palavras sempre vem a minha mente quando penso em algo ruim que posso fazer.

Não dessa vez, mãe.

Eu pretendo fazer a vida dessa mulher um inferno.

Mas, ao que tudo indica, ela não fez nada fora da lei que justifique ser presa ou torturada, e não pretendo tocar num fio de cabelo dela.

A ideia de colocar ela no Bordel, e fazer com que fique por lá até o dia de sua morte, passou pela minha cabeça, mas isso não iria ajudar muito, já que não vou a esses lugares, e não a veria sofrer, então preciso achar um jeito de deixá-la no palácio.

Chegamos ao lugar, uma cabana bem cuidada e zelada, um lugar simples mas limpo, algo raro entre as pessoas mais humildes que acham a higiene desnecessária.

Talvez tenha sido isso que atraiu o meu irmão.

— Isso mesmo, pode me dizer do que se trata?

Acabei de ouvir a voz de um homem saindo daquela casa?

Seria o homem por quem aquela vagabunda trocou o meu irmão?

No mesmo instante, saí de uma das carruagens, e ao notarem meus trajes, os dois fizeram a reverência e ela se apresentou:

— Vossa Majestade! Irina sou eu.

A primeira vista, me deixou em choque, esperava uma mulher maliciosa, com um olhar afrontoso e até sedutor.

Mas não foi isso o que eu vi.

Vi uma mulher humilde, a primeira vista uma moça ingênua e... Inocente!

Mas, a lembrança do meu irmão sendo carregado pelos guardas, me veio à mente, e meu ódio por ela tomou conta de mim.

E esse homem? A senhora tinha dito que ele era um nobre, mas suas roupas demonstram que ele é o que chamamos de "comum".

Foi por ele que ela trocou o meu irmão e o fez sofrer?

— E quem é você?

Perguntei olhando diretamente para ele.

— Sou Declan Philman, majestade, sou o namorado da Irina.

Ah! Então foi ele mesmo... Mas não por muito tempo.

— Como disse, isso é um assunto a tratar com essa mulher atrás de você, mas se quiser ir junto, eu permito.

— Se a vossa Majestade permitir, eu gostaria sim.

Seria ótimo saber até onde ele está disposto a ir por essa víbora, e quem sabe, fazer com que sua máscara caia na frente dele.

— Guardas! Levem os dois.

Virei, e voltei para Carruagem.

É claro que eu não deixaria aquela mulher ficar na mesma carruagem que eu.

Embora tenha visto o medo em seu olhar, eu adoraria ver isso durante todo o caminho, mas temo não conseguir me controlar se ela ficasse por perto e com aquela cara de inocente , e estragaria tudo o que estava planejando.

Durante o caminho, continuei pensando no que fazer para mantê-la no palácio.

Não posso acusá-la de abortar uma criança de sangue nobre, porque a senhora que seria testemunha, foi embora.

Sem provas, sem julgamento.

Então, algo me veio à mente.

Para ser uma empregada, ela seria paga ou seja teria um benefício, além de poder ir pra casa depois do horário.

E isso não faz parte do meu plano... mas se ela for... Minha amante!?

Ela não pode negar ser a amante do Rei.

Claro que não vou tocar nela, mas para mantê-la pelo tempo que eu quiser no palácio, será necessário.

E esse homem, vai ser a minha garantia de que ela não tentará nenhuma gracinha.

Após a chegada no palácio, fui até os meus aposentos para me preparar para a corte.

Chegando lá, fiquei de frente para a maldita.

— Você tem alguma ideia do por quê está aqui?

— Não, vossa Majestade.

O fato dela continuar com a cabeça baixa, e com cara de boazinha só me deixou com mais raiva.

Meu irmão não teria a menor chance.

— Se você ainda não sabe, talvez um tempo (um tempo até o fim da sua vida), por aqui vai te ajudar a lembrar.

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