Capítulo 15

...Sua intuição...

Irina Darkmore

Ainda não acredito que a irmã dele me pediu para ajudar, assim como no caso da Ayla, tive que lembrar das palavras da minha tia, de ajudar as pessoas não importando quem fosse.

O fato de me lembrar que para outros ele é um bom Rei me ajudou.

Depois de preparado, ela foi até os aposentos do Rei, cerca de meia hora ela saiu de lá, com um sorriso enorme no rosto.

Então, eu tive a certeza de que a minha ajuda tinha dado certo.

Com lágrimas nos olhos, ela se aproximou de mim e disse:

— Ele está dormindo, estou tão aliviada, muito obrigada Irina, você aliviou o coração de uma irmã aflita.

Uma irmã que sabe usar as palavras.

— Tudo bem, Que bom que eu pude ajudar. Agora eu preciso descansar que amanhã estarei na minas.

— Não! Você não irá mais pra lá.

— E porque não?

— Eu não posso ficar com o rei esses dois dias, Preciso ir a biblioteca estudar algumas coisas, e você disse que o tratamento era de três dias, certo?

Não estou gostando do rumo dessa conversa. Como um "clarão" me dei conta do porquê.

— V-Você quer que eu ajude ele?

— Sim, amanhã ele vai estar mais calmo, vou conversar com ele, então vou deixar ele em suas mãos mais tarde.

— Acho que você está esquecendo de um detalhe: Seu irmão me ODEIA.

— E você quer saber o por quê, certo? Se ficar com ele, pode descobrir.

A lembrança do que houve no escritório me veio a mente.

— Ele vai me humilhar, ele já fez isso antes.

— Por favor Irina, confia em mim, ele não vai.

Respirei fundo, de novo.

Me lembrei que com a realeza não existe "argumento", fiquei com o "confia em mim" na cabeça e também usei isso para lembrá-la.

— Se você me prometer que ele não vai fazer mal para mim, eu posso ir.

— Ele não vai.

— Então, quando ele acordar e depois de você conversar com ele, é só me chamar, que irei preparar as ervas, mas o ideal seria, se fizesse esse procedimento à noite.

— Pode deixar, obrigada, assim que tudo estiver resolvido, eu te chamo.

— Tudo bem, boa noite e com licença.

Princesa Lizi.

Eu sei que o que estou pedindo para ela beira o impossível, ela foi embora com medo, isso é natural.

Mas, eu vou tentar de tudo para ajudar o meu irmão e tirar um pouco do seu ódio por ela, e com isso dar a ela um descanso.

Além disso, vou para a biblioteca para estudar algumas leis que meu pai instituiu antes de morrer.

Sei que uma delas vai beneficia-la de algum modo, pedi para os guardas ficarem na porta do meu irmão para que ninguém o incomodasse, e que assim que ele acordasse, me chamasse independentemente do horário.

No dia seguinte, acordei e estranhei que ainda não tinha sido chamada.

Depois da higiene, fui até o quarto do meu irmão, e os guardas estavam lá.

— Ele ainda não acordou?

— Não houve nenhum barulho até agora princesa.

Entrei no quarto, e para minha surpresa, ele estava dormindo.

Isso me trouxe um alívio, isso foi melhor do que eu imaginava.

O seu semblante era pacífico, diferente do que eu sempre via, ele não só estava dormindo, mas estava dormindo bem.

Sem pesadelos, sem a dor que fere o seu coração constantemente.

Essa cena, me fez ficar olhando para ele por muito tempo, sem ver que as horas estavam passando, e quando me dei conta, já eram 11 horas.

Então ele acordou.

— O que faz no meu quarto? não vai me dizer que ainda não dormiu?

Ele achou que ainda era noite, fiquei tão feliz.

— Já dormi, e acordei e estou aqui já faz um tempo, só esperando você acordar, e a sua dor de cabeça?

— Não estou sentindo, o que você me deu ontem ajudou.

— E se eu te disser que foi alguém daqui do Palácio que fez esse chá que te ajudou a dormir, o que você faria?

— Se for mulher, acho que faria dela uma rainha, hahaha! não durmo e acordo tão bem, há anos.

— Não esqueça do que acabou de dizer, se bem que eu acho que casamento não seria o alvo.

— Por quê ? É homem?

— Foi a Irina.

— O q-quê? A Irina? A amante?

— Ela mesma, a tia dela era uma grande e conhecida curandeira, e ensinou a ela o manuseio das ervas, Foi ela que preparou tudo.

— Ela achou que era pra você? Então ela fez isso?

— Não, seu tonto, ela sabia que era pra você, eu iria mentir pra quê?

— Você sabe que ela poderia ter me envenenado, você enlouqueceu?

— Eu já conhecia todas as ervas e sabia que nenhuma delas era venenosa. (na verdade, menti, pois sabia que se dissesse que era minha intuição seria outra briga).

— Agora o que você quer? Que eu meu case com ela?

— Claro que não, só deixa ela ir!

— Esquece!

— Tá certo, então que tal POR ENQUANTO tratá-la melhor? Você vai precisar fazer isso.

— E por que eu faria isso?

— Esse tratamento, só dará certo se for feito por três dias consecutivos, e será ela que virá fazer isso, eu preciso fazer uma pesquisa na biblioteca e você sabe que eu odeio ficar com outras coisas na cabeça.

Além disso, preciso de todo o tempo do mundo para me concentrar e estudar por lá, mas essa parte eu vou guardar para mim... Por enquanto.

— E se ela tentar me matar?

— Ela não vai ser louca de tentar matar o rei. você não está sendo nem um pouco razoável.

— Acordei agora, dá um tempo.

— Ela virá a noite pra fazer o tratamento, se controla. Me promete?

— Não posso, ela...

— Dimas chega, só por esses dois dias, esqueça sua vingança, eu quero que você melhore dessa sua enxaqueca, depois disso, se ainda quiser descontar numa mulher inocente, vá em frente, mas nesses dois dias se controla.

Atingi o limite da paciência dele, eu sei, mas ele precisa ver essa mulher com outros olhos.

— Certo, eu prometo, não vou fazer nada.

— Ótimo, eu vou deixar você em paz agora, então estou indo a biblioteca.

Deixei ele se preparar para o dia, e agora estou indo para tentar cumprir a minha promessa.

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