Capítulo 20

...(+21) Seu lado sombrio é despertado novamente...

Irina Darkmore

Ainda não acredito no que vai acontecer.

Vou me casar, e serei a rainha, o que foi que aconteceu? Não posso negar que ele estava me tratando de modo diferente, mas considero essas suas ações como indiferença.

Quando a Lizi me disse o tipo de casamento que era, consegui entender.

Como ele não pode mais me manter como amante, vai se casar para que eu não saia de perto dele.

Ele não desiste mesmo, a cada dia que passa, eu o entendo menos.

O casamento foi feito de maneira rápida, e ele deixou claro que eu continuaria no meu quarto.

O que me deixou aliviada, não sei se estaria preparada para segunda parte do casamento.

Mas pelo menos na frente dos outros, ele começou a me tratar melhor, não tinha nada daqueles momentos melosos, mas não somos um casal com esse tipo de intimidade.

Agora quase não nos vemos, só quando temos que fazer uma cena na frente dos outros.

Esse é o problema que tem me incomodado agora.

Como por exemplo, fomos a um jantar de uma família nobre e além de ficarmos ao lado um do outro e de mãos dadas, tivemos que nos beijar ao que segundo os convidados, queriam ver os pombinhos demonstrarem o quanto estavam apaixonados.

Achei que seria um beijo rápido, mas me enganei, e senti algo diferente depois no seu olhar.

Minha agora cunhada precisou viajar para ver o amado, e oficializar o relacionamento dos dois, pois segundo ela, já passou da hora, tudo estava indo do jeito que poderia ser.

Ajudava quem estava doente mas que não tinha condição de ir ao médico, continuei a limpar o escritório e o quarto dele, mas nessa segunda parte ele ficava comigo.

Senti que aquele seu ódio no começo estava mais controlado, começou a me tratar bem, eu sabia que ele era uma boa pessoa, pelos decretos que eu ajudava a copiar que beneficiava o povo.

Espero que algum dia essa bondade dele, seja direcionada a mim também.

Estava no quintal, olhando como anda o crescimento de algumas ervas raras que o médico conseguiu pra mim quando ouço:

— Irina?

Quase não acreditei em meus olhos, quando reconheci quem era:

— Declan?

Fui até ele e como agora sou a "rainha" ele se reverenciou, olhou para mim e disse:

— Ou melhor, vossa Majestade.

— haha! Sim, estamos ao ar livre, e é um mal necessário.

Declan me olhou de cima abaixo me deixando sem graça. Mudei um pouco o rumo da conversa na esperança dele parar de "me olhar" daquele jeito:

— Declan! Estou tão feliz em te ver bem.

Isso foi verdade, já fazia tanto tempo que eu não o via, embora eu já imaginava que ele não estivesse sofrendo, ainda sim, queria ver como meu amigo estava.

— Estou sim, ao contrário do que o rei fez parecer, eu estou trabalhando aqui, dando aulas para qualquer um que queira aprender. Inclusive os criados, e seus filhos.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

— Declan! Isso é muito bom, era o seu sonho de ensinar os humildes.

— Sim, como eu não podia sair do Palácio podia fazer o que quiser, sou bem pago, e como não tenho despesa, já tenho um bom dinheiro, consegui agora uma bela casa aqui perto, e venho quase todos os dias para ensinar as pessoas.

Aquilo me surpreendeu...

— V-Você pode sair do palácio agora?

— Sim, desde o dia em que você se casou.

Abaixei a cabeça, achei que ele estava magoado.

— Não se preocupe! Ainda seremos amigos, acredito que o que deveria ser meu, seria, e esse não era o seu caso.

— Não acredito nisso sinceramente, ele não sente nada por mim é apenas posse para que eu não saia daqui, até agora para sei lá o quê.

— Se preocupa com o que ele sente, ou com o que você sente?

Nunca parei para pensar nisso, mas quando ele falou, me lembrei do beijo, me senti... Bem.

Talvez esse seja o significado de gostar.

— Só quero que você seja feliz, e se ele for o responsável, que seja!

— Não acho que isso seja tão simples...

Não consegui terminar a minha linha de raciocínio, quando senti uma áurea gelada e uma voz tão fria quanto logo atrás de mim:

— Ora, ora, ora! Se não é a minha esposa conversando com seu amante em plena luz do dia.

Nesse instante, ele segurou o meu braço e me puxou para o lado dele.

Seu olhar mudou totalmente, e com um ódio que eu só tinha visto na cabana, quando ele me buscou e o pior no escritório quando ele quase me estrangulou ele continuou...

— Estava só esperando o momento certo para me humilhar, não é? quase acreditei que estava errado, acreditei em você, que poderia ser inocente, mas deveria ter acreditado na minha intuição.

Aquele olhar, estava me assustando, mas as suas palavras me confundiram, em que momento eu fingi ser algo? tentei me defender ou melhor, explicar quando estava prestes a falar algo ele diz:

— Guardas! Levem eles até a corte.

...Na corte...

Estar nesse lugar, me trouxe... Más lembranças.

Quando ele se sentou, olhou nos meus olhos:

— Como pude ser tão estúpido, era isso que você planejava o tempo todo, não é?

— Eu juro que eu não sei do que está falando, só estávamos conversando.

— Entendi tudo! vocês estavam conversando? Claro que não, vocês estavam planejando fugir não é? quando seria? hoje? amanhã?

— N-não é nada disso.

Declan tentou me ajudar.

— Só estávamos falando, de como nossas vidas mudaram, Majestade.

Percebi que esse foi o estopim que faltava para ele explodir.

⚠️ ATENÇÃO: ALERTA DE GATILHO, NÃO LEIA SE FOR SENSÍVEL AO TEMA: VIOLÊNCIA.