Capítulo 4

...Intuição...

Depois de dois dias, percebi que meu irmão havia mudado, não sei, ele ficou mais calado, e aquele brilho em seus olhos desapareceram.

— Está tudo bem, meu irmão?

— estou sim, não se preocupe, o pai está nos chamando.

Chegando até o escritório.

— Meus filhos, vocês são o meu grande orgulho, sabem o quanto me arrependo por ter feito a mãe de vocês sofrerem, mas não me arrependo de ter trazido o Harry pra nossa família.

Ele respira fundo e continua:

— O médico real me diagnosticou com uma doença, e estou correndo contra o tempo, estou me sentindo cada vez mais fraco, sinto que tenho pouco tempo.

Depois de tossir ele continua:

— pretendo cumprir a minha promessa de te entregar o trono Harry, e ter a certeza de que seus irmãos vão ficar ao seu lado.

— Pai, por favor, não diga isso... (Harry sempre foi um chorão)

— Meu filho, você vai ser um rei melhor do que eu jamais seria, apenas te peço para que não ouça o que a nobreza a sua volta te diz, o povo deve ser sua prioridade.

Meu pai tentou arrumar a suas leis depois de um tempo, ele descobriu o que eu estava fazendo, e para que eu não corresse mais perigo, ele tentou diminuir os impostos e a carga de trabalho na mina.

Mas, ele tinha "muitos nobres" que estavam manipulando ele, e esses nobres não ajudaram em nada para que ele melhorasse a situação do povo, só tornou a vida deles mais aceitável e eu prometi que não arriscaria a minha vida de novo.

— Você vai começar do zero, e sei que não vai cometer os mesmos erros que eu.

Percebi que meu pai estava ficando meio sonolento, eu o segurei e junto com meu irmão, levamos ele até o seu quarto.

Acho que essas palavras foram como se ele tirasse o peso nas costas, porque depois disso, ele não se levantou mais da cama.

Nesse meio tempo, ele entregou o trono ao Harry para assumir o reino e cuidar, para que nenhum desses nobres tomem conta na ausência dele, mas o trono que meu irmão sempre sonhou não trouxe a felicidade que eu esperava que ele sentisse.

Muito pelo contrário, ele ficou cada vez mais isolado, quieto, parecia que estava no automático, tentei perguntar várias vezes mas foi inútil.

Uma semana depois o rei faleceu.

O funeral foi grandioso como deveria ser, até mesmo o povo compareceu em massa, minha irmã voltou as pressas para participar do velório.

Nossa tristeza foi inesperada, achei que não éramos tão próximos a ele, mas a ideia de nunca mais vê-lo, partiu o nosso coração.

Depois de sete dias de luto oficial, meu irmão recebeu a coroa e com toda a sua responsabilidade, sua expressão era a mesma de sempre dos últimos dias, e suas ações estavam monótonas como esperado.

— O que aconteceu na minha ausência, Dimas?

— Está se referindo ao Harry?

— Sim, ele está diferente, muito triste, aconteceu alguma coisa?

— Já perguntei várias vezes e ele não responde, sempre diz que está tudo bem.

Tentamos de novo, e de novo, e ele continuou dizendo que não era nada, percebi que ele estava mais magro, apático e triste.

— Irmão, lembra do nosso pacto?

— Não quero falar sobre isso.

— Mas eu preciso te falar, prometemos ser amigos acima de tudo para poder sempre contar um com o outro, não estou mais aguentando te ver assim.

— Tem coisas que nem você, nem ninguém pode fazer.

— Então me fala, eu vou fazer de tudo pra te ajudar.

— Irmão! Não se preocupe, tudo vai acabar logo, tudo vai se resolver.

— Então, está me dizendo que logo tudo vai voltar ao normal?

— Logo a dor vai acabar, e vamos respirar melhor, tudo vai ser esclarecido e vai se resolver.

— Como assim? Que dor?

— Por favor, irmão! Quero que saiba que aconteça o que acontecer, vocês são a minha vida, e eu amo muito vocês.

Ele nem esperou assimilar essa frase e se levantou, foi para os seus aposentos, nesse instante, Chad nosso fiel guarda, me chamou para resolver um assunto pendente a respeito da distribuição dos alimentos para os trabalhadores do palácio.

Embora seja uma tarefa bem complicada, eu fazia com muita satisfação, pois conseguia dividir com todos os empregados, e ainda sobrava para distribuir para o povo.

Essa terra sempre foi muito fértil e eu sempre acho um jeito de aproveitar, como sempre combinamos.

Minha irmã viajou nessa manhã de novo, ela está se encontrando com um Conde naquele país, acho que logo logo teremos um casamento na família.

É uma pena que nenhum de nossos pais estarão presentes para presenciar a felicidade dela.

Quando estava voltando para o escritório, Chad aparece sem fôlego:

— D-dimas, aconteceu um desastre!

— O que foi?

— O rei se matou!

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