Manter as Aparências

Manter as Aparências

Veaceslav era espancado diariamente, sua alimentação era precária e devido a isso seu corpo não conseguia se curar, durante o dia, mal tinha forças para se levantar e se esgueirar até o único canto de sua cela onde o sol não bate. Seu estomago estava anestesiado pela fome. Sua esposa estaria a salvo? A duvida de ela estar tão miserável quanto ele não o deixava descansar nem por um segundo. A esperança de reencontrá-la nem que seja por um breve instante era a única coisa que o mantinha vivo. A situação de sua amada não era tão diferente, faminta suja e humilhada passava os dias chorando e implorando pela chance de poder ver seu amado vampiro uma ultima vez. A quanto tempo estava nesse eterno calvário?

Seu pai estava preocupado com ela, recebia vez ou outra noticias falsas de seu bem estar, porém, precisava muito vê-la. Dia após dia, enviava cartas solicitando uma visita, um encontro, qualquer chance de reencontrar a filha seria bem-vinda.

Iulian acreditava que seus planos maldosos poderiam ser descobertos, se fosse desmascarado publicamente, isso poderia manchar sua reputação de cidadão exemplar.... Precisava permitir o reencontro familiar, todavia, também precisava manter sua prisioneira com a boca bem fechada e com as correntes bem apertadas:

— Seu pai deseja vê-la vadia... mas ao menor sinal de que sua real condição será revelada... tudo o que está passando agora vai lhe parecer um dia de verão no litoral... e seu amante morto terá sua pele lentamente arrancada enquanto queima ao sol. Seu pai virá hoje a tarde, as criadas vão torna-la apresentável.

Apesar de não ser uma má noticia, Liana estava com medo de não conseguir desempenhar seu papel de noiva feliz. Temia que seu pai percebesse que na verdade estava tão quebrada e traumatizada que talvez nunca mais pudesse se recuperar...

Algumas horas depois, a jovem estava de banho tomando trajando um vestido elegante e devidamente alimentada, Iulian acreditava que se Liana comparecesse ao jantar com fome, seria

evidente que estaria passando por incontáveis privações.

Seu pai não tardou a chegar, temendo pelo bem estar daqueles que amava a Sr.ª Dalca exibiu seu melhor sorriso e recebeu o pai com graça e cortesia. Inventou milhares de desculpas descabidas para justificar sua ausência e tratou de tranquilizar seu pai, de forma alguma poderia envolvê-lo nisso.

Como uma grande atriz digna de estar nos palcos mais renomados da Europa Liana fez sua atuação: portou-se de forma educada, teceu milhares de elogios ao seu carcereiro, esbanjou de uma falsa felicidade que aos olhos de todos parecia real.

O Sr. Ardelean em nenhum momento desconfiou de nada, depois de jantar e de degustar alguns cálices de vinho, resolveu que era hora de ir. Sua filha pediu que ficasse um pouco mais, porém ele acreditava que o casal feliz desejasse privacidade e recusou o convite. Com a partida do pai uma nova seção de tortura teria início em breve. Em seu quarto, Iulian mandou que seu brinquedo tirasse as roupas.

— Tire o vestido, não é necessário manter as aparências, esse traje custou muito caro e não vou desperdiçá-lo adornando o corpo de uma mulher desqualificada como você. Todavia, sinto que finalmente posso tocá-la. — Afirmou o mestre admirando-a com cobiça segurando-a pelo braço e arremessando-a na cama.

Percorreu com as mãos seu corpo, repleto de hematomas que apenas um vestido deveras comportado poderia ocultar, sua pele alva sofria com as pequenas hemorragias deixadas pelas agreções constantes. Com desejo, ele abocanhou seus seios e sentiu sua virilidade pulsar. Temendo ser violentada e esperando pelo pior, Liana resolveu desafiá-lo. Acreditava que se conseguisse deixá-lo zangado conseguiria escapar.

— A quanto tempo não se deita com uma mulher senhor? Tenho a impressão que não sabe o que está fazendo.... meu marido Veaceslav sabe muito bem usar suas mãos... sem contar suas incríveis habilidades com a boca e a língua.

Sua jogada de mestre trouxe o resultado esperado. O Sr. Albesco foi tão insultado por suas palavras que o fugas desejo que sentia foi substituído por um ódio sem tamanho. Espancou Liana sem dó nem piedade por suas ofensas e sentiu seu repúdio por ela aumentar. Apesar de estar com o corpo dolorido, sentiu que estava livre de seu agressor, pelo menos por aquela noite.

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