Abandonando o Passado

Abandonando o Passado

Liana despertou um pouco antes do sol se pôr. Acordaria seu amado assim que escurecesse completamente, ficou a observá-lo por minutos intermináveis pensando que seu amor por ele a fez cometer loucuras. Abandonou a casa do pai e até se atreveu a desafiar a autoridade da família Albesco, Veaceslav despertou nela uma coragem que ela mesma desconhecia.

Logo que a noite chegou, não foi preciso despertar o vampiro, institivamente, como se possuísse um relógio interior o Sr. Dalca acordou com evidente felicidade estampada em seu rosto. Abraçou sua noiva sussurrando em seu ouvido docemente:

— Dormiu bem... futura Sr.ª Dalca?

— Como um anjo... — Respondeu ela oferecendo ao noivo um beijo casto.

— Bem... não podemos demorar aqui. Devemos partir agora mesmo. Iulian deve ter posto um exercito atrás de nós. — Afirmou sensato.

— Então vamos. Essa roupa há de chamar muita atenção. — Respondeu ela vestindo-se rapidamente.

— Use minha capa pra ocultar o vestido... depois de nos casarmos poderá se desfazer dele. — Prometeu ele ajudando-a a vestir o capuz.

Sem mais perder tempo, deram inicio a sua jornada. Tendo como primeiro objetivo encontrar o padre que seu empregador joalheiro lhe indicou.

Após dois dias e duas noites de peregrinação finalmente chegaram a Moldávia e encontraram a pequena capela na qual o velho religioso desempenhava suas funções.

— Boa noite padre. Me chamo Veaceslav Dalca e meu empregador, mencionou que o senhor poderia realizar nosso casamento, essa linda jovem é minha noiva Liana Ardelean. Estamos sendo perseguidos por um homem importante e poderoso, sei que estou pedindo muito... mas terei mais chances de não perdê-la se formos casados.

O velho sacerdote se surpreendeu com o pedido, porém jamais recusaria uma solicitação de seu amigo de infância joalheiro. Decidiu atender aquele jovem casal assumindo todos os riscos de casar fugitivos.

O velho clérigo realizou uma cerimônia simples onde não faltou amor e cumplicidade. Depois de terem recebido bençãos religiosas e com a certidão de casamento em mãos, o casal deu continuidade a sua jornada. Desejavam sair do país o quanto antes e cada segundo era precioso.

Quando estava prestes a amanhecer entraram em uma estalagem próxima da fronteira do vilarejo. A estalajadeira era uma moça simples e muito gentil. Recebeu o casal com cortesia e não poupou elogios.

— Sejam bem vindos a Estalagem Sweetspell, sou Ileana a proprietária. São recém casados? Vou providenciar o melhor quarto da pousada. Que vestido lindo esse seu, minha querida!

— Se a senhora tiver outro vestido para minha noiva usar, ela terá prazer em ofertar esse traje a senhora.

— Mesmo? Mas eu não tenho nada a altura desse vestido para ofertar...

— Tanto melhor, esse vestido chama muito a atenção e estamos tentando passar pele Moldávia despercebidos.

A doce esposa do Sr. Sweetspell sorriu de forma amável providenciando o quarto, pedindo que sua jovem filha levasse o vestido para que Liana se trocasse. A mocinha bateu na porta educadamente e surpreendeu Veaceslav e Liana fechando as cortinas sem deixar uma única fresta.

— Bom dia, me chamo Wynnie. Minha mãe pediu para lhe trazer o vestido. — Disse a menina com timidez.

Liana sorriu e entregou seu luxuoso vestido a ela. Agora seria mais fácil seguir viagem trajada com simplicidade. Após a garota se retirar, Veaceslav acomodou a sua esposa na cama enquanto acariciava cada centímetro se sua pele como quem venera uma figura celestial.

— Está triste em se desfazer do vestido? — Perguntou.

— De forma alguma... é só um vestido... é uma bela forma de abandonar o passado. — Respondeu ela prontamente.

— Minha condição de vampiro não permitirá que desfrute mais da luz do sol... — Afirmou ele pesaroso.

— Onde quer que eu esteja, se for ao seu lada estarei tão radiante e aquecida como um dia ensolarado junto ao mar.

— É a primeira vez que dormiremos juntos como marido e mulher, tecnicamente isso faz do dia de hoje nossa “Noite de Núpcias”. — Afirmou o vampiro de forma indecente.

— Meu adorado marido... não é necessário inventar artifícios para fazer amor comigo...

— É evidente que não... mas assim é mais divertido... — Respondeu ele ajudando a amada a se livrar de sua camisola.

Veaceslav gentilmente percorreu o corpo de Liana com as mãos, memorizando cada curva e cada canto ainda não explorado. Tocou seus seios deixando-a com as bochechas ruborizadas, faminto usou sua língua para massageá-los tocando sua intimidade simultaneamente com paixão e volúpia.

Os suaves gemidos da esposa e o calor que emanava de seu corpo atingiram o vampiro como um mortal estimulante não permitindo que ele conseguisse controlar sua sede e seu desejo por muito mais tempo.

— Liana... preciso de você... agora! — Implorou ele lascivo sibilando entre as presas que acabaram de surgir.

— Então não se detenha... me faça sua. — Ordenou ela.

O vampiro libertou-se de suas roupas com urgência e de forma instintiva deitou-se sobre ela mais uma vez exigindo-a. Ao mesmo tempo que seu amor a invadia vigorosamente, ele alimentou-se de seu sangue.

O prazer de amá-la e de se alimentar dela, tornaram-se pouco a pouco uma explosão de delírio e estase jamais experimentados por ele. Era como um vício, era como morrer e estar no paraíso na presença de Deus. Ainda embriagado pelo júbilo do sangue de sua amada o Sr. Dalca reivindicou os lábios de Liana com um beijo afoito.

A jovem jamais havia provado aquelas sensações incríveis, o corpo dele junto ao seu a preenchia de felicidade. Nada mais importava, enfrentaria a tudo e a todos para permanecer ao lado dele... seu marido, seu homem, seu vampiro.

Juntos se banharam em intenso prazer, deleitaram-se trocando juras de amor e milhares de promessas de fidelidade. Exaustos, dormiram para que assim que o sol se escondesse atras das montanhas retomariam sua viagem até o Mar Negro para embarcarem em um navio qualquer e não retornar a Romênia nunca mais.

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