Amor Furtivo

Amor Furtivo

Liana estava tão bela naquele vestido branco, parecia uma noiva diante do altar prestes a receber seu marido em sagrado matrimônio. Veaceslav gostaria de desposá\-la primeiro e depois desfrutar de seus encantos em sua noite de núpcias. Porém desejava ofertar uma primeira noite memorável a sua pequena flor e ele jamais teria outra chance de amar a futura senhora Dalca em um quarto tão luxuoso.

— Liana, você está tão linda quanto um anjo nesse vestido e como qualquer garota, merece ter sua primeira vez em um quarto igual a esse e não em um celeiro cheio de goteiras, em uma pousada imunda ou pior ainda... no bosque. Deixe\-me proporcionar isso a você... nem que seja apenas por uma única vez. — Disse ele com a vez melodiosa.

Apesar de estar com medo, a jovem desejava muito se entregar a ele. Sabia que o orgulho de Veaceslav foi ferido e que amá\-la na cama do rival seria a sua vingança pessoal.

— Veaceslav... eu estou um pouco assustada... mas sei que isso que você está me pedindo, vai fazê\-lo muito feliz... — Disse a jovem levantando e soltando os laços de cetim de seu vestido.

O vampiro não conseguia tirar os olhos dela, acompanhou o leve movimento do vestido caindo no chão. Em baixo do traje de luxo a jovem usava uma camisola de seda, que também lhe foi ofertada por Iulian.

A moça ia despir\-se por completo quando Veaceslav pulou da cama com uma velocidade incompreensível aos olhos humanos.

— Não ainda... deixe\-me saborear cada instante como se fosse o último. Permita que eu desvende todos os seus mistérios Milady. — Disse ele de forma sedutora deslizando lentamente as mãos sobre seus braços nus.

— Estou pronta meu vampiro... me faça sua!

— Antes... desejo ter pela última vez seu sangue de donzela...

— Hum? O quer dizer? — Perguntou inocentemente.

— Bem, minha doce Liana... é que dentro de alguns minutos, você não será mais virgem... — Afirmou ele sorrindo em um tom maldosamente travesso.

— Não diga obscenidades como essa! — Reclamou a jovem ruborizada desviando seu olhar.

— Perdoe\-me... Liana. — Suplicou ele com a voz languida desenhando o contorno dos seus seios com a ponta dos dedos.

Com considerável sede, Veaceslav a tomou em seus braços envolvendo\-a em um abraço repleto de desejo. As presas do vampiro surgem ansiosas em acariciar a pele macia do pescoço da jovem. Liana gemeu quando sentiu os caninos perfurarem sua carne, seu sangue fluiu abundante, umedecendo seu colo e os lábios de seu predador que movimentava a língua com apetite para não perder nenhuma gota fugidia.

Alimentou\-se dela por alguns instantes, despedindo\-se com um certo pesar daquele sabor virginal inconfundível ao seu aguçado paladar.

Todavia não mais poderia se estender em reverenciar o sangue da amada, desejava amá\-la antes que fossem descobertos e precisassem deixar a mansão às pressas.

Mordeu os lábios e ofertou a ela seu sangue para curá\-la, desamarrou os laços da camisola assistindo à peça de roupa cair no chão suavemente.

Pegou a noiva no colo e a depositou na cama como um artesão que finaliza sua obra prima, percorreu seu corpo com beijos e caricias sentindo os leves tremores de sua pele. Delicadamente provocou seus seios com a língua enquanto apertava seus quadris com firmeza.

Não pode mais se estender em apreciá\-la, rapidamente se livrou das roupas roubadas afastando as pernas de sua noiva com amabilidade, tocando\-a com os lábios, percorrendo toda a extensão de sua fenda com a língua. Liana precisou cobrir sua boca na tentativa inútil de frear sua voz que insistia em se fazer ouvir ecoando pelo cômodo luxuoso.

Veaceslav continuou a prová\-la com desejo até senti\-la trepidar através de suas lisonjas, despejando seu doce mel em sua boca. Acreditou que ela já estava apta a recebê\-lo e seu sofrimento da primeira vez, seria minimizado. O vampiro a invadiu pouco a pouco, ouvindo excitado suas pequenas e dolorosas suplicas. A confortou entrelaçando sua mão na dela beijando\-a carinhosamente na esperança de que seus beijos pudessem devorar seu desconforto.

— Somos um só senhorita Ardelean. Vou me movimentar agora... se eu estiver te machucando, não tenha receio em me dizer. — Sussurrou em seu ouvido, apaixonado.

— Sim... — Balbuciou ofegante abraçando\-o com predileção não oferecendo nenhum empecilho para que seu vampiro pudesse amá\-la por completo.

Os movimentos de Veaceslav pouco a pouco tornaram\-se mais intensos, Liana não mais podia controlar seu próprio corpo e seus gemidos invadiam os ouvidos de seu parceiro como se fosse uma melodia lasciva.

O Sr. Dalca preocupou\-se que o prazer de sua pequena flor pudesse denunciar seu amor clandestino, tratou de silenciá\-la com um beijo ardente retribuindo aquele abraço repleto de sentimento.

Finalmente, ela explodiu em delírio apertando\-o dentro de si com toda a sua alma. Esse gesto fez seu amado não conseguir mais conter seu desejo e logo após ela, também delirou em êxtase, repetindo enlouquecidamente que a amararia por toda a eternidade.

Permaneceram abraçados por alguns minutos, entretanto, Veaceslav precisou lembrá\-la que não estavam seguros e que precisavam ir embora.

— Minha querida... vista\-se. Faltam algumas horas para o amanhecer, então poderemos tomar uma boa dianteira.

Liana foi trazida de volta a realidade, tratou de pôr os pés no chão e se vestir. Entretanto o barulho do amor marginal não passou despercebido aos ouvidos de Iulian que já estava a procura de Liana logo depois que ela desapareceu.

O jovem mestre acompanhado de dois seguranças subiu as escadas para começar a procurar Liana nos quartos. Iulian ficou ainda mais zangado quando os sons misteriosos subitamente pararam. Teve um mal agouro, só não havia vasculhado seu próprio quarto. Porém os guardas parados na porta lhe deram uma falsa segurança.

Aproximou\-se da porta para entrar, queria ter certeza que Liana não estava ali. Qual não foi sua surpresa quando os guardas cruzaram sua lanças e impediram sua passagem.

— Temos ordens de não permitir a entrada de ninguém! Principalmente do senhor jovem mestre Iulian!

— O que? Vocês têm ordens? Receberam ordens de quem? Vocês são meus guardadas e só devem receber ordens minhas! — Gritou Iulian completamente descontrolado.

— Não podemos responder a essa pergunta...

— Como ousam? Saiam da frente agora mesmo!

O tumulto do lado de fora do quarto não passou despercebido aos seus ocupantes sorrateiros. Veaceslav já estava vestido, porém, Liana estava terminando de amarrar os laços do vestido.

O vampiro pressentiu que Iulian logo iria invadir o aposento. Sem perder tempo, ele pegou a noiva no colo e lançou\-se contra a janela de vitral que decorava o quarto, suas asas demoníacas logo surgiram impedindo a queda fatal. Liana ficou um pouco assustada ferindo seus braços no vidro estilhaçado.

— Perdoe\-me por esta fuga improvisada, meus movimentos bruscos feriram seus braços... beba meu sangue, irá se curar imediatamente. — Disse ele tentando acalmá\-la depositando seu pulso nos lábios da amada.

O estrondoso barulho da janela se quebrando fez Iulian perder a compostura e invadiu seu próprio quarto com violência. Só conseguiu ver os cacos de vidro estilhaçados no chão e a aterradora imagem de Veaceslav voando alto sob a luz da lua com Liana em seus braços.

— Meu rival é um vampiro! — pensou estarrecido sentando em sua cama.

Vários sentimentos tomaram conta da sua alma, tristeza, raiva, indignação e finalmente o desejo de vingança. Foi acometido de uma vertigem repentina, apoiou a mão no leito para refletir e tentar entender o que acabara de acontecer com ele. Jamais suspeitou que Liana fosse contra o casamento e que ainda para completar sua desgraça mantinha um caso secreto com um vampiro.

Sua ira só aumentou quando sem querer percebeu algo úmido entre os lençóis bagunçados, ao averiguar, se deparou com a mancha de sangue representando a inocência perdida daquele ato de amor ilícito.

— Aquela meretriz demoníaca... nunca permitiu sequer que eu tocasse em suas mãos e agora descubro que se entregou a um servo de Lúcifer? Entre imediatamente em contato com o Clã de caçadores Van Alene, nós vamos estaquear um maldito vampiro.

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