A Estalagem

Veaceslav sobrevoou vários quilômetros com Liana no colo, desejava se afastar do vilarejo percorrendo a maior distância possível até o amanhecer. Obviamente não conseguiria chegar até a Moldávia e nem seria capaz de localizar a paroquia do padre que os casaria em tão poco tempo.

Quando os primeiros raios solares romperam a linha do horizonte se fez necessário pousar e procurar abrigo no vilarejo próximo.

A roupa que havia surrupiado do homem na noite anterior, tinha algum dinheiro nos bolsos, somando esse valor junto com as economias do Sr. Dalca, o casal estava em posse de uma pequena fortuna.

— Hoje não pretendo economizar com nossa hospedagem Liana... em nossa primeira noite juntos como um casal, prometo que não dormiremos em uma estalagem infestada de ratos.

— Qualquer local onde eu possa dormir ao seu lado será um palácio meu doce vampiro. — Respondeu sorrindo.

Devido as suas viagens a serviço do joalheiro, Veaceslav conhecia amplamente toda a Romênia, sendo assim rapidamente encontraram um lugar apropriado para ficar.

Estavam com pressa, logo amanheceria. O estalajadeiro acreditou que eram jovens recém\-casados devido ao luxuoso vestindo que Liana usava e Veaceslav não o desmentiu. Afinal não era um casal de noivos apaixonados que estava sendo procurado pelo Jovem Mestre Iulian e seus caçadores e sim um vampiro que supostamente havia sequestrado uma moça.

Já no pequeno quarto, trataram de se organizar para dormir. Fecharam todas as cortinas para impedir que os raios solares os alcançassem, Liana tirou seu vestido de festa sentando em uma cadeira, enquanto o seu amado tirava seus sapatos.

Antes da fuga, enquanto Liana se vestia, o vampiro tratou de guardar no bolso interno do caríssimo sobretudo uma garrafa de champanhe que estava preparada no quarto do pretendente de sua noiva. Evidentemente, Iulian esperava que a noite tivesse outro tipo de desfecho.

— Antes de dormir Liana eu gostaria de brindar a nossa primeira noite de amor... perdoe\-me, mas devido a nossa fuga teatral eu não pude pegar taças.

— Estou me sentindo especialmente atrevida hoje Sr. Dalca e devido a isso... vamos abrir uma pequena exceção as regras de etiqueta e beberemos direto da garrafa. — Respondeu ela de forma audaciosa e bem humorada.

O Sr. Dalca abriu a garrafa de champanhe fazendo Liana vibrar com o barulho decorrente do estouro da rolha. O vampiro fez seu brinde erguendo a garrafa, dizendo alegremente:

— Eu brindo a você amada Liana... a mulher com quem quero passar o resto da minha vida... sendo esta vida... eterna... ou breve! — Afirmou dando um grande gole no espumante, passando em seguida a garrafa para a futura esposa.

A senhorita Ardelean pegou a garrafa e também provou o champanhe. Era a primeira vez que experimentava bebida alcoólica e se afogou um pouco. Reação inesperada que fez seu amado vampiro sorrir.

— Muito forte? Tudo bem, não precisa se esforçar tanto... mas beber um pouco te ajudaria a dormir. As peripécias da noite passada poderiam ser um empecilho para a chegada do sono... apesar de você estar evidentemente cansada.

— Eu acho que vou me acostumar... — Respondeu ela dando mais um gole no espumante.

O Sr. Dalca terminou de beber o champanhe sem deixar nenhuma gota no fundo da garrafa, tinha muito que comemorar e talvez nunca mais teria outra oportunidade de beber algo tão caro e refinado. De forma alguma poderia se dar ao luxo de desperdiçar aquela bebida preciosa.

— Ate que não é tão ruim... — Prosseguiu ela retribuindo o sorriso de seu noivo.

Veaceslav a pegou no colo e a conduziu até a cama. Sem esconder o quanto estava feliz e realizado, o vampiro a cobriu de beijos enquanto encaixava seu corpo ao dela com perfeição abraçando\-a para juntos dormirem e terem seu merecido descanso.

— Amanhã a esta hora, se tudo der certo, já estaremos casados. — Disse ele docemente sussurrando no ouvindo da amada prestes a ser vencido pelo sono.

— Mal posso esperar! — Respondeu ela bocejando tocando levemente as mãos do vampiro que a envolviam em um abraço acolhedor.

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