A Cortesã

A Cortesã

Por vários dias a Sr.ª Dalca experimentou toda a sorte de humilhações e privações: Era obrigada a alimentar-se das sobras das refeições de Iulian que muitas vezes chegavam ao seu prato estragadas ou sujas, dormia no chão enfrentando as noites geladas sem ao menos um lençol para cobri-la. Não lhe era permitido fazer sua higiene diariamente, a única exceção era nos dias que o jovem mestre desejava usá-la para entretê-lo e por fim, por mais que suplicasse, não conseguiu obter nenhuma informação sobre seu amado vampiro.

Liana prometeu que faria qualquer coisa se pudesse ver seu marido nem que fosse por breves instantes, porém o Sr. Albesco já havia providenciado alguém a fim de aquecer sua cama.

— Iulian... eu estou implorando... preciso ver Veaceslav, estou disposta a me entregar a você se me permitir vê-lo...

— És muito tola se pensa que ainda tenho esse tipo de interesse em você... mas não se preocupe... irá vê-lo antes dele ser executado... então saberá: se for levada para a masmorra a fim de vê-lo é porque em breve seu maldito vampiro morrerá.

— Senhor... faça comigo o que desejar... eu só peço que poupe Veaceslav... ele não tem culpa de nada... eu me apaixonei.

— Como ousa? É claro que ele tem culpa! Ele se atreveu a cruzar meu caminho... você seria minha esposa e eu seria regente desse vilarejo. Vocês estragaram meus planos e por isso devem pagar! A morte é pouco perto do que pretendo semear em suas vidas miseráveis...

Liana sem esperanças chorou silenciosamente, suas lagrimas ao contrario de provocar empatia em seu agressor só trouxeram mais e mais ódio, repulsa e desprezo.

Completamente enojado, Iulian se retirou de seus aposentos procurando conforto em Madalina, uma cortesã por quem o jovem mestre tomou por amante, ganhando lugar de destaque ao seu lado e em sua mansão. Seu rosto angelical e seus cabelos castanhos escondem uma alma tão ruim e maquiavélica quanto a de todos que se associam ao jovem mestre.

Pouco a pouco sendo devorado por seu desejo de vingança, Iulian contou a ela em detalhes toda a trajetória que percorreu até conseguir capturar seus desafetos, bem como os insistentes pedidos de sua escrava de ver seu vampiro ou ter notícias dele.

A dama gananciosa se divertiu com o sofrimento de Liana, era uma mulher mesquinha, infeliz, desejava apenas que todos ao seu redor fossem tão infelizes quanto ela, de forma cruel, ajudou Iulian a encontrar novas formas de ferir sua prisioneira, tanto fisicamente quanto espiritualmente.

— Mestre... se ela deseja vê-lo, porque não ofertar isso a ela? Apenas assegure-se de que seu querido demônio esteja tão miserável quanto ela no momento do reencontro.

— Isso é fácil... a situação dele não é diferente da de Liana... constantemente espancando em uma cela que a única forma de fugir do sol durante o dia é ficar encostado nas grades de prata... um verdadeiro espetáculo aos olhos!

— Sua mente criativa me diverte senhor...

— Vou torturá-la por mais um tempo antes de permitir que eles se vejam... afinal não pretendo facilitar as coisas nem um pouco. Eu ainda pretendo violenta-la na frente dele e ainda estou com nojo de tocá-la.

— Eu confortá-lo senhor... esqueça essa infiel no calor dos meus braços. — Prometeu a cortesã enquanto tirava suas vestes.

Iulian saciou seus anseios carnais com sua nova parceira, porem ainda estava em conflito com o que realmente queria, nada de fato o agradava, nada o fazia feliz, sua busca finalmente havia terminado. Quando finalmente completasse sua vingança, isso proporcionaria algum tipo de paz? Sua alma poderia enfim descansar? Não sabia a resposta de suas dúvidas, todavia acreditava que só conseguiria lavar sua honra com sangue dos traidores e tinha a convicção que apenas isso traria o alivio necessário para continuar vivendo.

Nos aposentos de Iulian, Liana ainda não havia cessado seu pranto. Há dias sentia uma indisposição estomacal que lhe provocava enjoos e náuseas, entretanto, acreditava que seu mal estar era fruto de sua péssima alimentação e do ambiente insalubre que estava vivendo. Decidiu que aquilo seria mais um fardo que carregaria em silencio, revelar que estava se sentindo mal só daria mais satisfação ao seu algoz.

Meus queridos leitores que estão acompanhando essa obra, leiam minha outra novel que está finalizada "Escrava de Sangue". Agradeço a todos que prestigiam meu trabalho. Gratidão.

Wynnie Drummond

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