A Visita de Iulian

A Visita de Iulian

O jovem Sr. Albesco exausto de caçá-los sem rumo por mais de um ano, não teve outra alternativa a não ser retornar a Romênia para traçar novos planos para localizá-los. Trancou-se em seus aposentos por dias sem conseguir dormir adequadamente, pensando em como reencontraria o paradeiro de Liana e de seu maldito amante vampiro.

Estava de péssimo humor, recusou refeições, humilhou sem piedade os criados, sem mais tentar ocultar suas cores verdadeiras, pouco a pouco revelando toda a crueldade que ele sempre tentava ocultar.

O Sr. Albesco vez ou outra tentava saber noticias de Liana, ele não fazia ideia da fuga de sua filha com o jovem vampiro. Iulian preferiu mentir dizendo ao seu antigo tutor que após o noivado em sua festa de 21 anos, a Srta. Liana decidiu aceitar sua hospitalidade e ficar em sua confortável mansão.

Enquanto Iulian estava remoendo seu ódio, a governanta bateu na porta, avisando que uma carta do pai de Liana havia sido trazida por um mensageiro. O jovem mestre abriu a porta abruptamente e com raiva tomou a carte de suas mãos:

— Já entregou a carta criada estupida? Então desapareça! — Gritou agressivo batendo a porta com força.

Iulian rasgou o envelope e leu a mensagem mais uma vez era apenas o Sr. Albesco buscando notícias de sua filha.

— Maldição! Sua filha tornou-se uma mulherzinha desfrutável que não sabe fazer outra coisa a não ser fornicar com um vampiro vindo diretamente do inferno! Ela vai me pagar por toda essa humilhação em dobro! E você... mesmo sem saber, vai me ajudar professorzinho medíocre! — Praguejou ao passo que foi acometido por uma ideia brilhante.

— Sim... como não pensei isso antes? Um vestido quase me fez encontra-la certa vez... outro vestido há de fazer o mesmo e para não haver chance de erros... vou esvaziar todo o armário dessa mulher imunda... e se for precisou, usarei todas as suas roupas para fazer feitiços localizadores... ela não poderá escapar desta vez! — Falou sozinho de forma delirante.

Iulian decidiu sair imediatamente, se banhou e colocou uma roupa apresentável. Precisava impressionar o Sr. Albesco e fingir que tudo estava bem, principalmente Liana. Não demorou muito para o jovem mestre chegar ao seu destino, exibindo seu melhor sorriso forçado, nenhum preço era alto demais a ser pago em nome de sua vingança, para lavar sua honra com sangue, estava disposto a tudo. Bateu na porta e a pequena criada Mircea veio atendê-lo.

— Boa tarde jovem mestre Iulian. Avisarei o Sr. Albesco que está aqui. — Disse de forma cordial.

Iulian forçou um sorriso fingindo ser amável, puxou uma cadeira e sentou-se na mesa da cozinha da humilde casa de Liana bem como seus moradores lhe provocava repulsa. O pai da jovem não deixou o ilustre convidado esperando, rapidamente veio recebê-lo, extremamente surpreso com sua repentina visita.

— A que devo a honra Sr. Iulian?

— Perdoe-me por não avisá-lo com antecedência da minha vinda Sr. Albesco... desde o nosso noivado eu e Liana estamos vivendo como dois pombinhos... vamos nos casar em breve.

— Ela nunca mais voltou pra casa...

— A minha mansão é sua nova casa Sr. Albesco. Mas decidi vir pessoalmente visitá-lo e trazer notícias de minha noiva e também buscar suas roupas. Liana insiste muito em usar seus amados vestidos mesmo eu a cobrindo de trajes maravilhosos confeccionados pelas mais caras costureiras.

— Liana é uma moça simples Sr. Iulian... — Balbuciou o Sr. Valerian constrangido.

— Eu sei Sr. Albesco... e essa é a sua maior virtude. — Respondeu engolindo seu orgulho, o mais importante era conseguir os vestidos.

Sem compreender o porquê da insistência de seu futuro genro, o Sr. Albesco não teve outra alternativa a não ser entregar as roupas de sua filha ao jovem mestre Iulian.

Após ter alcançado seu objetivo o rapaz tratou de arrumar uma desculpa para ir embora rapidamente:

— Agradeço sua atenção Sr. Valerian, mas devo ir agora.

— E quando poderei ver a minha filha?

— Em breve meu estimado sogro... em breve. — Respondeu indo embora de forma sorrateira, extremamente satisfeito.

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