Caminhos Cruzados

Caminhos Cruzados

Liana havia acordado cedo naquela manhã. Mesmo não morando mais na pousada passava lá bem cedinho para recolher a roupa de cama para lavar. No final da tarde retornava com as fronhas e os lençóis dobrados e varria todos os quartos. Depois

retornava ao seu humilde lar, antes de seu amado acordar. Vez ou outra, lhe ofertava seu sangue, pois a ideia de Veaceslav se alimentar de outras mulheres lhe roubava sua paz.

O Sr. Dalca despertou com o suave aroma do sangue de sua esposa a invadir seu olfato, a jovem havia feito um pequeno furo em seu dedo e aproximou a mão de seu rosto, tornando quase impraticável para o vampiro não desejar seu sangue.

— Essa não é a melhor forma de acordar um vampiro... Sr.ª Dalca. — Sussurrou ele de forma provocativa, enquanto a tomava pela cintura reivindicando seu pescoço e seu sangue.

Alimentou-se dela com paixão por breves instantes, provar seu sangue despertava sua libido, sendo impossível não desejar possui-la por inteiro.

— Pequena flor... venha me fazer companhia. Sem sua adorável figura, essa cama fica tão vazia... — Suplicou.

Liana não declinou o convite, deitou com seu amado e se entregou a ele deixando-se envolver nesse clima de sedução e luxuria. O vampiro ajudou a despojá-la de suas vestes, beijou cada pequena parte de seu corpo, não deixando nenhum canto inexplorado, a jovem respondeu aos afagos de forma receptiva emitindo suaves murmúrios que embalavam seu desejo.

Veaceslav não se deteve dando continuidade em sua tarefa de apreciá-la com apetite, provocando seus mamilos com a ponta da língua. Sua sede encontraria um oásis em seus lábios, sua fome encontraria um banquete em sua alma. Sem mais se estender em venerá-la, com delicadeza abriu suas pernas aconchegando-se em seu corpo convidativo, exigindo um beijo de sua boca sensualmente perfeita.

A Sr.ª Dalca retribuiu as caricias de seu amado com todo seu empenho, desvendando suas zonas erógenas com o auxilio de sua boca e de sua língua. Surpreso, Veaceslav gemeu em delírio.

Sem oferecer resistência, o andarilho explodiu em um desejo sem limites emitindo sons de prazer incompreensíveis aos ouvidos humanos. Mesmo assim, ainda não estava satisfeito, amar Liana era como música em sua alma, uma canção que ele poderia cantarolar por toda a eternidade, mesmo que pudesse desfrutar de seus encantos para sempre ainda assim não seria suficiente. Sentia-se abençoado, duvidando a todo instante se realmente era merecedor de dias tão felizes.

Liana decidiu tomar a iniciativa buscando seu amado com crescente anseio, acomodando-se confortavelmente em seu colo envolvendo-o em seus braços como quem busca proteção.

Veaceslav não mais tardou em consumar seu amor por ela, retribuiu seu abraço com urgência invadindo-a com todo seu desejo. Não descansou até ouvir seus gemidos e suas suplicas de amá-la com mais vigor, seu corpo clamava por ele e seu interior trepidava sem mais conseguir esconder seu prazer.

Nesse ano viveram como se fizessem parte de um sonho, amaram-se como se não houvesse amanhã, fizeram planos de ficar em terras árabes por mais um ano e assim logo após esse período finalmente partiriam para as Américas. O vampiro estava dando seus primeiros passos para se tornar um ourives e assim fazer suas próprias joias, uma profissão a qual ele estava familiarizado e que era seu grande sonho. Se dedicaria a esse oficio assim que pusessem os pés no novo mundo.

A jovem estava exausta adormecendo logo em seguida nos braços do seu vampiro. Veaceslav ficou ao seu lado por algumas horas, todavia, não poderia permanecer noite toda ao seu lado, tinha algumas entregas para fazer e se ficasse muito tarde não encontraria nenhum de seus clientes acordados. Logo que sua amada dormia em sono profundo, tratou de sair para trabalhar, trocou de roupa e se pôs a caminho.

No centro da cidade avistou os caçadores do Clã Van Alene vasculhando as ruas, bem como a imponente figura do jovem Iulian percorrendo o mercado como um cão farejador. Ficou tomado pelo medo, tratou de ir logo para casa, para avisar Liana. Afoito, não notou nem por um instante que estava sendo seguido. O Sr. Albesco havia percebido o vampiro no mercado, planejando capturar o casal e não apenas o rival, ele deixou que o andarilho voltasse para casa pensando que sua presença não foi notada.

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