(Versão de Raul em relação aos momentos da festa.)
Quando Mel chegou e cumprimentou Rose e o marido, Raul não teve mais dúvidas: definitivamente não a esquecera.
Com o coração acelerado e um olhar de fascínio, por mais que quisesse focar na namorada Telma, não conseguia desgrudar os olhos da antiga namorada.
Mel estava belíssima e o seu desejo era de ir lá e convidá-la para um lugar bem distante dali, só para fazer amor com ela.
Entretanto, no momento em que viu James se aproximar e conversar com ela com muita intimidade, não pôde esconder a sua insatisfação.
O seu primo estava realmente tentando conquistá-la como fizera no passado e por mais que quisesse controlar, estava furioso.
Telma observou que Raul estava reagindo de forma estranha e virou-se para saber o que estava acontecendo.
Notou James conversando com uma mulher que ela ainda não tinha visto na festa. Não era alguém que passaria despercebido, já que era muito bela e aquilo a incomodou terrivelmente, pois, de forma repentina o seu namorado parecia estar totalmente hipnotizado pela morena de cabelos encaracolados.
Com ciúme, tomou satisfação:
— Quem é aquela mulher e por que você não para de olhar para ela? — A voz da namorada era irritada e exigia resposta, olhando-o sem piscar.
Raul estava distraído de tal forma, que custou compreender o que a namorada perguntava.
Ele se voltou lentamente para Telma e disse:
— Só estou vendo o movimento das pessoas... Não tem por que ficar assim tão zangada...
A mulher irritou-se mais ainda:
— Vi como você olhou para a mulher que está com James! Agora anda se interessando pelas namoradas do seu primo?
Raul olhou mais uma vez em direção à Mel. Para seu desalento, ela e James estavam se dirigindo para a pista do salão. Ele falou lentamente, sem desgrudar os olhos dos dois.
— Ela é uma velha amiga, só isso.
Telma tomou aquelas palavras como uma terrível revelação.
Não era segredo naquela cidade, que Raul tivera um grande amor na adolescência.
Também sabia da história que entre ele e James havia uma rivalidade desde então.
A sua intuição não falhava. Estava diante de alguém que podia ameaçar o seu relacionamento que começara a pouco tempo.
Engoliu o choro, ressentida e ele percebeu.
— Telma... — Ele começou a falar mansamente.
— Não precisa dizer mais nada! Ela é a dançarina, não é? Por que escondeu de mim que ela estava por aqui? Quanto tempo chegou?
Raul suspirou. Não achava que aquele era o local para conversarem sobre Mel.
— Querida, não fique assim... Prometo que vou falar tudo, mas não aqui, tá? Vem cá!
Ele a abraçou, mas os seus olhos o traíam.
Enquanto acariciava a namorada, que começou a chorar, olhava obcecado para Mel que naquele momento dançava com outros homens.
Ele fechou os olhos, para disfarçar a raiva que aquilo tudo estava lhe causando e concentrou-se no dilema de tentar convencer a namorada que estava tudo bem.
Ele tentou beijá-la, mas Telma virou o rosto para o outro lado, magoada.
— Telma, daqui a pouco vai chamar a atenção... Aqui qualquer coisa vira um estardalhaço. Não quero meu nome envolvido em fofocas.
— Então é com isso que você está preocupado? Quer dizer que não se importa com os meus sentimentos, é isso?
— Não, Telma, escuta... Se quiser a gente vai embora agora...
Ela não respondeu nada, mas percebeu que ficou mais tranquila ao ouvir as últimas palavras.
Ele não insistiu. Ficou quieto e pegando uma cerveja, passou a beber como se fosse água.
Por mais que quisesse se concentrar em outra coisa, não conseguia.
O ciúme o massacrava de forma avassaladora.
E quando pensava que não fosse mais se irritar, novamente James foi dançar com ela.
As mãos dele na cintura de Mel e a conversa ao pé do ouvido estavam minando o seu frágil controle.
Tinha certeza que se ele a beijasse na sua frente, não ia suportar. Em sua mente ciumenta já tramava enchê-lo de socos.
Aquela mulher era sua, não importava quanto tempo ficou fora de Monte Serra.
Telma se afastou dos seus braços e disse que precisava ir ao banheiro. Raul notou a grande fila para usá-lo.
— Assim que eu voltar do banheiro, não quero mais ficar aqui! — Ela disse, mal-humorada.
— Tudo bem, querida!
Enquanto a namorada se levantava, ele percebeu que ao mesmo tempo, Mel se retirava do lugar. Seus olhos a observaram até que não conseguiu vê-la mais.
Sua razão implorava para que não saísse da mesa, mas o seu coração, contaminado pelo ciúme queria ir até ela e tomar satisfação sobre a sua forma libertina, ao dançar com vários homens, e principalmente, com James.
Quando a namorada entrou no banheiro, ele não conseguiu mais se conter e foi para a saída até Mel.
Depois da breve discussão que ele e Mel tiveram, ao sentir o seu corpo junto ao seu, com muito custo não a prendeu nos seus braços para beijá-la até que não houvesse fôlego suficiente, e sabia que ao tocar os seus lábios, estava perdido. Não conseguiria frear os seus impulsos.
Ao roçar os seus lábios de leve, fulminou numa chama que estava apenas adormecida. Inexplicavelmente ela era a única que conseguia transportá-lo a um desejo sem igual.
No entanto a namorada flagrou os dois juntos e sem saída, teria que se explicar.
Ela veio com muita raiva, socando seu peito, enquanto exigia respeito.
— Calma, Telma! Espere !
Ele a segurou, mas ela se debatia e xingava-o.
— Você é um safado! Eu te odeio!
— Não é nada do que está pensando!
— Claro que é! Você pensa que sou idiota?Não vou permitir que me enrole! Não vou!
Algumas pessoas começaram a se aglomerar, curiosas. Aquilo o enfureceu e quando percebeu já estava gritando:
— Cala a boca! Você está passando dos limites!
— Quem está passando dos limites é você! Dá pra vê que ainda gosta dela! Por que simplesmente não me conta a verdade? Você precisa decidir o que quer afinal, pois não sou seu brinquedo!
— Telma, por favor! Pare!
Bia foi chegando com Edu. Ela estava assustada com aquela situação.
— Raul, Telma! por favor, parem! Vocês estão loucos! Por que não se acalmem e vão para casa?
A mulher não respondeu Bia. Estava transtornada. Saiu furiosa e Raul foi atrás. Ele queria que ela entrasse no carro e ela se recusou.
Depois de muita insistência, conseguiu levá-la para casa, mas sem querer conversa, assim que chegou, Telma desceu do carro e não o convidou para entrar.
Num dia só se desentendeu com duas mulheres. Ele realmente se excedera.
Tudo por causa de Mel.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Jane Cleide
Devia ter aproveitado logo e descartado essa Telma e falado a verdade que nunca esqueceu a Mel .
2024-12-18
1
Elizabeth Fernandes
por causa da Mel é so terminar da Telma
2024-11-13
1
Socorro Maria
tudo por causa da Mel não porque não se decide logo egoísta
2024-06-04
6