CIÚME QUE NÃO ACABA

Fazendo-se de desentendida, Mel esclareceu:

— Estou apenas dançando e ele tem que ficar de olho na namorada  dele, não em mim.

James respondeu:

— Assim é que se fala, menina!

— Ah, e mudando de assunto, cadê as suas namoradas?

— Já que você vinha, despachei todas!

— Você se acha, né James? - Mel falou, zombeteira.

— Ah, querida, são elas que não resistam ao meu encanto. — Ele a olhou nos olhos, ficando sério. — A única que não caiu na minha rede foi você,  porque já estava apaixonada por Raul.

Mel suspirou:

— Ai, meu Deus! Já vem você com essa história maluca? É difícil de acreditar que foi a fim de mim um dia...

— E você não dá para esquecer esse cara? — Ele sussurrou, fingindo-se de ofendido. — Raul já está ocupado... Eu estou aqui, já disse!

Mel não sabia se James falava sério ou não, mas naquele instante achou melhor esclarecer o que achava sobre eles:

— Sabe, James, sabemos que entre nós não íamos dar certo... Se eu mandasse no meu coração, eu o escolheria, no entanto, sempre eu o vi como um amigo que mora no meu coração.

Ele fez uma careta de dor. Mel sorriu.

— Pior que eu sei, Mel, mas só para fazer raiva ao meu primo, vou fingir que estamos num clima apaixonado.

Ele deu uma piscadela e Mel gargalhou.

O tom era de brincadeira e ela ria sem parar do bom humor de James.  Notou que ele não afirmou se ainda sentia algo por ela ou não e aquilo a preocupava. Não gostava da sensação de magoar alguém tão próximo a ela como James.

Ao terminar a música ela pediu para sair e pegar um ar.

Ele assentiu e foi buscar outro par para dançar. 

Mel pegou mais uma cerveja e caminhou para fora, sentando-se em um banco meio escondido.

Enquanto tomava alguns goles da bebida,  passou a observar o lugar a sua volta.

Aquele ar rústico e calmo, despertou-lhe uma certa nostalgia  por estar ali.

Percorreu vários lugares ao redor do mundo, mas estar em Monte Serra era o seu desejo há muito tempo por gostar daquela rotina pitoresca das pessoas e suas conversas, sem falar no calor humano que transbordava naquela cidadezinha.

Suspirando, ficou ali contemplando o céu e pensando na grande reviravolta que sua vida estava tomando nos últimos dias.

De certa forma, apesar de não ter esclarecido alguns pontos com Raul estava feliz por pelo menos estar em companhia das amigas de infância.

Depois de terminar a cerveja, resolveu voltar para a festa.

Levantou-se de vez e percebeu que estava um pouco tonta. Era melhor parar com a bebida e voltar para casa. Decidiu despedir-se das amigas.

Porém, antes de dar um passo viu que não estava mais sozinha.

Raul, estava diante dela, com o semblante fechado e num tom de raiva, perguntou:

— O que você pensa que está fazendo? Agora resolveu dar mole pra qualquer um?

As palavras ofensivas, irritaram -na demasiadamente.

— Do que você está falando?— Ela retrucou, colocando a garrafa de cerveja num canto e levantando-se, pôs as mãos na cintura.

—Você, toda melosa pra o lado de James! E não satisfeita com isso agora está com uma lista de admiradores! Você não deve dançar daquele jeito!

Mel não estava acreditando. Ele estava cobrando ciúmes mesmo acompanhado por outra pessoa. Aquilo era demais.

— Escuta aqui, Raul! Não sou propriedade sua e danço com quem eu quiser! — Ela respondeu, furiosa.

— Você está errada! De onde você veio pode ser assim, mas aqui não! Precisa frear seus impulsos!

Ela se aproximou, desafiando-o.

— Enquanto você está aqui cobrando ciúmes porque não está com a sua namorada? É com ela que tem que se preocupar! Não foi você mesmo que disse que sou livre?

Com voz exaltada, ele já não se importava se chamava a atenção. Estava cego de raiva.

— Estou só tentando proteger você! Não estou com ciúmes! Eu diria a mesma coisa para Bia se tivesse se comportando de forma inadequada!

— Ah, não está com ciúmes? Então no mínimo você está sendo grosseiro e estúpido! Não tenho que dar satisfações a você e não preciso da sua proteção! Sou dona do meu próprio nariz, entendeu?

Ele também diminuiu o espaço entre os dois.

— Não me provoque, mocinha!

Ela continuou em desafio:

— Agora está me ameaçando?

Com essas palavras ele estreitou os olhos com a intenção de continuar a discussão e, num impulso desenfreado, pegou-a pelos braços firmemente e os corpos se tocaram.

Péssima ideia.

O simples contato dos seus corpos, desencadeou desejos que tentavam a todo custo, evitar.

— Oh, droga... — Ele sussurrou.

Reconhecendo o seu erro, ele afrouxou os dedos e sem pensar acabou alisando delicadamente  seus braços, enquanto seus olhos se atraiam.

Ela não evitou pronunciar o nome amado:

— Raul...Eu...

Ele estava totalmente voltado para o desejo de se apossar daqueles lábios convidativos.

— Mel...

Raul baixou a cabeça e ela já esquecida das farpas que trocaram antes,  semicerrou os olhos já prevendo que seria beijada.

Ele respirava forte, como se travasse uma luta interna, mas num segundo que pareceu uma eternidade, os lábios dele tocaram os seus, só que antes que finalmente se beijassem foram surpreendidos por uma voz aguda e muito zangada:

— Raul, seu bandido! Que diabos está fazendo?

Ele se afastou bruscamente. Mel, meio atordoada também deu um passo para trás. A namorada dele vinha com cara de poucos amigos.

Sem pensar duas vezes, resolveu que era hora de ir embora.

Mesmo trêmula, após quase ser beijada, atravessou  o lugar que estava em direção ao seu carro.

Não ia confrontar ninguém naquele momento, pois sua coordenação motora não a ajudaria, caso se envolvesse numa briga com a rival.

Na verdade, nem sabia brigar.

Lembrou que nem se despediu das amigas, mas depois ligaria.

Deu a partida, mas antes, fez questão de ver a cena que se formava: Uma Telma histérica,  berrava de tanto ódio com Raul, que tentava explicar a situação.

Mesmo não tendo  conseguido o objetivo que ansiava tanto, estava satisfeita.

Agora sabia que Raul declaradamente estava com ciúmes dela e que não era indiferente como ele queria deixar transparecer.

Ao volante e de olho na estrada que percorria, estava com um sorriso que não saía dos lábios. 

Já sabia o que  fazer.

Iria reconquistá-lo e ninguém ia impedi-la.

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Comments

Jane Cleide

Jane Cleide

Eu só rindo da cara dessa Telma kkkkk,já deu pra ela ,pode tirar o time de campo kkkkkkk, é batalha perdida o Raul nunca deixou de amar a Mel

2024-12-18

1

Elizabeth Fernandes

Elizabeth Fernandes

Ele tem que terminar com a Telma e seguir em frente com Mel

2024-11-13

1

Marcia Porto

Marcia Porto

vivq

2024-04-08

8

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