ENTRE DOIS PRIMOS

No dia seguinte, Mel e James chegaram na enorme propriedade, que agora pertencia a ela.

Assim que desceu do carro, os olhos dela captaram cada detalhe do casarão e fascinada, percebeu que os antigos moradores não mediram esforços em transformar o lugar em um ambiente luxuoso.

(Imagem meramente ilustrativa da Internet. )

Havia nada menos que oito suítes, uma sala ampla, uma sala de jantar e uma cozinha com móveis planejados e demais dependências . Tudo tinha muito espaço e Mel achou uma pena que eles desistiram de morar ali.

Ela caminhou para um grande terraço com cobertura e avistou de baixo, uma pequena ponte que dava acesso ao enorme deck de madeira construído certamente para reuniões festivas e ao mesmo tempo contemplar a paisagem tranquila do lago das flores, que continuava encantador.

( Imagem meramente ilustrativa da Internet. )

Enquanto James estava ao telefone, Mel aproveitou para deixar os pensamentos vaguearem para o passado.

Com o coração apertado, lembrava nitidamente dos momentos de paixão no lago e que jamais ia esquecer. Aquilo deixava sua posição quanto ao imóvel  mais difícil. Tinha que tomar muitas decisões sobre aquele lugar e a sua vida e não sabia por onde começar.

Seus pensamentos foram interrompidos por James:

— E então,  Mel, o que achou?

— Ah, James, tudo é tão lindo! Realmente não consigo dizer o que fazer. Por enquanto não quero tomar nenhuma decisão precipitada .

— Tudo bem, realmente é um lugar sensacional!

— James, o que acha que eu deveria fazer enquanto decido?

— Bem, penso que pelo menos você deveria vir para cá algumas vezes para se divertir, e claro, não deixe de convidar os seus amigos.

Ele falou entre divertido e malicioso. Mel desviou o olhar e após uma breve reflexão, concordou:

— Ok. É uma boa ideia! Esse lugar precisa mesmo de uma grande diversão.

Ele se aproximou e pôs uma das mãos em seu ombro gentilmente.

— E você também,  querida! Imagino que com essas constantes viagens e turnês você mal teve tempo de aproveitar a sua vida. 

— Verdade, faz tempo que nem sei o que é diversão.

—Pois vai ter de sobra se você quiser, pois essa lindeza aqui oferece o entretenimento que você precisa.

Ela, consciente da proximidade dele, afastou-se.

— Nossa, James, que conversa de vendedor!

Eles riram, para quebrar o clima tenso.

Ela disse depois:

— Bem, agora vou ao supermercado abastecer minha geladeira, pois já chega de enlatados!

— Menina, por que não me falou que você estava se alimentando mal assim? Eu levaria você aos melhores restaurantes da cidade!

— Ora, James, eu mesma gosto de preparar minha comida!

Ele ficou boquiaberto, com exagerada surpresa.

— E eu pensando que você só sabia dançar nessa vida.

Mel o olhou vitoriosa.

— Enganou-se, amigo!

— Bem nesse caso quero me desculpar, levando-a para o supermercado e ajudando-a.

— Não precisa... Sei que deve ter muito o que fazer no escritório.

— Nada. Aqui as coisas não funcionam como na cidade grande. Vou com você e não se fala mais nisso!

Mel agradeceu e foram direto para lá.

Quando ia saindo do carro, o telefone de James tocou novamente.

— Mel, é um cliente. Vou ficar aqui e assim que encerrar a ligação vou até você.

— Tudo bem, James. Não vou demorar, então fique à vontade.

Mel desceu do carro, pegou um carrinho e começou a transitar pelo estabelecimento, pegando suas mercadorias. Cumprimentou alguns conhecidos, até que num certo momento, ao dobrar para ir para outra seção, deparou -se com Raul.

Os olhares foram atraídos, numa mistura de surpresa e incredulidade.

Mel segurou com força o carrinho, numa estratégia de conter as batidas frenéticas do coração, enquanto ele se aproximava.

— Bom dia, Melissa!

Ela se viu com a boca seca e as pernas bambeavam. Não entendia porque ficava tão a mercê daquele homem. O seu corpo a traía toda vez que havia um novo encontro.

Com muito esforço, pronunciou:

— Bom dia, Raul!

Ele, com os olhos castanhos fixos nos dela, falou com voz mansa:

— Eu quero me desculpar com você... Eu não tenho sido muito gentil ultimamente ...

Ela ficou impressionada. Não imaginava que aquele reencontro seria diferente dos demais. Engoliu em seco e respondeu:

— Tudo bem... Também não tenho sido gentil com você...

Havia um desconforto no ar e ele para amenizar a situação continuou:

— Lá em casa todo mundo está zangado comigo, pois você ainda não foi lá nos visitar e estão me culpando por isso.

Mel percebeu que realmente não fora visitar os pais dele.

— Oh, não é nada disso! Diga aos seus pais que é porque estou me organizando... Ontem fiz faxina, hoje fazendo a mercearia, já que pretendo ficar um pouco mais aqui...

Ele ouvia ela falar, mas parecia não estar interessado, já que seu olhar estava passeando discretamente por toda a extensão do corpo dela e Mel sentia-se como se tivesse nua diante dele.

— Entendi... Pode ser no sábado? Vou convidar Bia e a família, naturalmente.

— Ótimo! Eu adoraria rever os seus pais.

Ele ficou satisfeito com a resposta dela.

— Leva traje de banho se tiver. Já tem piscina lá em casa.

— Tá... Vou levar.

Os dois se encararam novamente . Mel não sabia se ali estava acontecendo uma trégua. Abriu a boca para comentar sobre o lago das flores.

— Raul...

Nesse exato momento, James chegou por trás dela.

— Ah, encontrei você! Terminou de fazer as compras?

Mel notou que Raul, ao vê-lo, mudou de expressão. O sorriso fora substituído por frieza novamente.

— Oi, James. — Raul falou sério.

O outro, igualmente, cumprimentou-o com frieza.

— Oi, Raul.

Sem jeito, Mel resolveu se despedir.

— Bem, terminei por aqui... Então até mais, Raul.

Ele apenas balançou a cabeça.

Os dois passaram por ele e James, educadamente, pegou o carrinho de compras.

Enquanto observava os dois se afastando, Raul sentiu-se numa terrível indecisão.

Desde o dia que a viu novamente, desejou ter Mel de volta, sem ter que lembrar dos ressentimentos do passado, ao mesmo tempo, queria apenas seguir em frente e vê-la apenas como amiga.

Mas algo o segurava.

A mulher que aparecera ali, depois de sete anos, parecia mais interessada em seu primo e não nele.

Sim, aquilo estava doendo por dentro, mas acreditava que sua vez passou e ela também precisava fazer o que quisesse, como ela falara no dia anterior .

Enquanto se dirigia, no entanto para o caixa, pôde vê-la novamente, sorrindo com James. Sentiu um ciúme inexplicável.

Já esquecido do que pensara antes, descobriu que queria-a com todas as suas forças e não deveria permitir que James conseguisse aquilo que desejou no passado.

Eles entraram no carro, divertindo-se e ele, arrasado, observava, que tinha que tomar uma atitude sobre o queria ou poderia ser tarde demais.

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Comments

Jane Cleide

Jane Cleide

Nada como um ciúmes kkk,pra Raul abrir a guarda kkkkk.

2024-12-17

1

Elizabeth Fernandes

Elizabeth Fernandes

A Raul tem que agir rápido senão vai perde lá outra vez

2024-11-13

1

Lele “Lele” Almeida

Lele “Lele” Almeida

Acordou James 😴 aleluia

2024-08-21

2

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