Capítulo 15

...Jordan...

Eu recebi uma ligação depois de três derrotas consecutivas na batalha de bonecos. A chuva tinha diminuído ao ponto de virar sereno.

Atendi no segundo toque, lendo O DELEGADO como remetente "Jordan o Henry foi para escola?" perguntou e o tom saiu agoniado.

Olhei a tela lendo mensagem não enviada por falta de crédito que avisaria sobre a não saída para a escola "Não, não foi o tempo não pareceu seguro para colocar o seu filho no ônibus " disse esperando a bronca mas escutei apenas a respiração pesada e um graças a Deus.

Levantei sinalizando que já voltava para Henry e fui para o corredor e depois pela casa sem ver ninguém. Alivida pelas pragas terem saído finalmente "Aconteceu algo?" Perguntei sem entender sua reação pela falta do menino.

"Houve um deslizamento de terra na estrada uma árvore caiu na perua de Henry a caminho da escola, está passando no noticiário agora" ele disse com pesar "Uma ambulância está a caminho do local"

"Meu Senhor!" Disse logo pondo a mão na boca para ser mais silenciosa, pensei em dizer todo acontecido na casa com as outras funcionarias mas desisti, pois ele parecia sobrecarregado até por telefone, eu nem tinha o primeiro salário, nem certeza de nada para denunciar.

Eu precisava de provas.

"Obrigado por não deixar Henry entrar naquele tempo" disse o delegado avisando que teria de voltar ao trabalho.

Fiquei olhando o aparelho celular muda.. provas apenas, isso que precisava já que não tinha testemunhas.

Voltei para o quarto com um plano em mente porém, teria que confirmar algumas informações primeiro.

Mais confiante avisei que a casa estava liberada para Henry que falou um alto "Uffa!" saindo para a sala gritando que iria comer bolo depois voltou correndo para onde eu estava para pedir com um jeito fofo:

"Jordan você pode me fazer chocolate quente?"

Sorri dizendo que sim com certeza e ele correu para assistir a tv olhei seu celular sem senha jogado na cama e verifiquei se funcionava a versão vídeo. Devolvi para onde estava e fui para a cozinha.

"Jordan a TV não liga!" Reclamou Henry vindo até mim e lembrei que tinha tirado da tomado por conta dos raios fui a sala deixando o leite no fogo e liguei a TV colocando no seu canal e voltei rápido por medo do leite derramar pela fervura.

Quando voltei com seu bolo e bebida na sala ele tinha os olhos presos na tela. Fiquei pensando no que de ruim podia ter acontecido.. mas decidi parar antes de enlouquecer.

"Olha que urso bobo sempre cai nas brincadeiras dos esquilos" disse Henry rindo ri de volta achando o desenho engraçadinho, logo Henry dormiu depois de duas horas o cobri com uma manta e comecei a limpar a louça e procurei os melhores lugares para esconder um celular e ver tudo. Achei um nicho que guardava os copos de vidro colorido acima da parede que podia pegar a sala por um bom ângulo.

Era ali mesmo.

Se Rafael era uma boa pessoa tiraria a prova real no dia seguinte.

Horas depois o delegado chegou mais tarde do que de costume..chegou beijando a cabeça do filho durante o jantar alívio foi o traduzido. Fiquei em silêncio deixando que Henry contasse todo o dia mas, não citou Bia como esperado nem sua família.

Eu Jordan duvidava que o delegado desconfiasse da ruindade de Bia e Bloon, Henry era super alegre longe delas... fora que cobras são rasteiras como ninguém por isso ninguém iria olhar as duas e dizer que eram más pela aparência. Elas pareciam boas pessoas, só pareciam.

Mas a hora delas chegaria.

Olhei o cronograma na geladeira, quando o delegado levou o filho para deitar "Amanhã ele tem natação no horario da escola" avisou, o olhei "vou estar cobrindo um caso importante você pode ficar até mais tarde?" Perguntou seriamente.

"Posso" digo mais certa do que nunca "Pedro amanhã Bia e Bloon veem?" Pergunto e seu rosto parece desconfiado, entendi pois, nunca perguntava das pragas "Eu não conheço a rotina de sábado " avisei prosseguindo.

O delegado balançou a cabeça como que se entendesse a situação agora"Sim elas virão, Rafael irá os levar e os traze do treino não se preocupe"

"Haaa" disse sorrindo como se entendesse "Entendi "

Ele me disse boa noite e agradeceu novamente por ter evitado o incidente com a perua escolar, queria o abraçar nesse momento de fragilidade mas, não o fiz incerta de como seria entendida.

Ele se voltou para o quarto

Pela manhã deixei o celular de Henry carregando como que de lado no quarto dele e deixei o meu celular no meio dos copos de vidro colorido onde planejava anteriormente.

Tomei o café com o delegado "Você está diferente hoje" disse ele, pisquei fugindo ser sonsa "Decidida acho que é isso que parece" avisou ele respirei aliviada era quase um elogio " A roupa de Henry está na lavanderia a de natação" prosseguiu

"Okay" eu disse a campainha tocou nesse exato momento e a família mais amada do país só que não, entrou.

" Bom dia chefinho" disse Bia sorrindo para o delegado que respondeu um bom dia geral e chamou Rafael de canto para perguntar sobre o problema no vazamento de óleo no carro que o motorista garantiu estar resolvido "Olá Jordan!" Disse Bia animada.

O delegado olhou em nossa direção e vi Bloon chegar em nossa direção. Me coagida, pra mim o sorriso de Bia não era amigável ou tranquilizador e sim apavorante. O abraço de Bia me pegou de surpresa como se fossemos velhas amigas "Ele não vai acreditar em você macaca" disse baixo se afastando.

Lutei com a careta de ódio que queria se formar engoli em seco a afronta com esse tipo de jogo o celular não ia pegar nada de estranho, como esperado com mãe-e-filha tudo era teatro sem arrependimentos.

"Bom dia Bia e senhora Bloon" disse alto bebendo da xicara decidindo entrar no jogo o delegado desviou o rosto de nós, mostrando que esteve observando nossa interação.

As mulheres pareceram satisfeitas com o resultado.

Me afastei para ver se Henry tinha acordado mas o delegado segurou minha mão de forma suave quando passei por ele me voltei a ele para o ouvir:

"Eu vou ir agora me ligue em caso de problemas " disse em aviso.

Os últimos acontecimentos deviam estár pesando nas reflexões, balancei a cabeça e lhe disse até logo antes de seguir para o quarto de Henry que dormia ainda, me dando tempo de preparar seu café da manhã sem pressa para cozinha.

Quando retornei apenas, Bia estava tomando o café com a mãe desviei o caminho dando a volta na ilha para pegar as frutas na geladeira para fazer o suco natural.

Nada bom viria dela... a voizinha na minha cabeça me alertou em vermelho sinalizando, alertando-me fique esperta!

"A neguinha virou a heroína " disse Bloon.

"Sim mãe, o carvão mereceu o salário por não enfiar o menino no onibus, quem sabe ele estaria internado como os outros 5 meninos na UTI infantil" disse ela rindo até ficar rosa.

Vermelho combinava, só faltavam os chifres e o rabo aparecendo.

"Não é engraçado, parem!" Avisei. Me sentindo humilhada Bloon levantou da cadeira e me segurou pelo braço machucado ainda pelo puxão anterior mesmo coberto eu sentia as unhas firmes na área machucada.

Puxei o braço gritando de dor pelas unhas terem se aprofundado a camisa que usava era clara e ficou manchada pelas marcas vermelhas do meu sangue onde Bloon apertou.

Estava doendo para caramba. Eu senti as lágrimas se formarem.

"Chora não macaquinha, nem começamos, quando terminarmos com você vai pedir para sair como as outras ou pior " disse Bia.

O pânico começou a me invadir "Não foi o Henry!" Disse a acusando erguendo o rosto segurando o braço caminhado longe das garras de Bloon e de Bia, ganhando tempo eu queria gravar meu assassinato.

"Humm...não Henry, coitadinho ele sabe que foi a gente mas quem acredita no menino levado? O pai não! Nossa" disse Bia sorrindo pegando a faca afiada recuei dois passos, a garota era totalmente louca " Ele vai para um colégio interno no sul da França quando nos casarmos e você neguinha do cabelo duro, eu pensei em mata-la a jogando na sacada ou envenenada mas mamãe me convenceu que a cadeia era melhor " Disse ela cortando a palma da mão até sangrar, cortou a perna perna também várias e várias vezes o sangue escorria no chão e sua mãe nada fez.

"Vocês duas são completamente loucas!" Disse assustada.

Ela deixou a faca caindo no chão "Mãe ... ela me esfaqueou chama delegado, mãe! " gritou simulando o choro e correndo para o elevador junto com Bloon.

Entendi na hora o plano.

Peguei meu celular e salvei o vídeo na nuvem.

Pensei em fugir olhando a tela seria logo achada sem transporte, sem dinheiro..

Pensei em correr atrás das duas, mas desisti achando idiota eles poderiam achar que portava uma arma por um "erro" relativo a minha cor se vocês me entendem..e nesse cenário hipotético eu morreria e descobririam a verdade depois de muito tempo.

Ahh esqueça! Pulei para a próxima odeia.

Por isso escolhi o que me fazia sentido, eu não fiz escândalo não chamei Henry apesar de estar em pânico, sentei no chão da cozinha longe da faca deixando tudo onde estava.

Em minutos estava com uma arma sendo apontada para mim Henry ainda estava no quarto.

Eu estava cercada e me sentindo idiota de imaginar outro cenário que Bia não fosse a vítima no começo, o delegado voltou ao apartamento só que armado e com uma escolta em minutos para me levar a delegacia.

Não para me salvar.

A decepção era amarga e Bia chorava não nos braços do pai mas nos braços de Pedro fingindo choque.

Bela atriz... realmente merecia o papel numa novela.

O delegado tinha decepção no olhar quando disse:

"Eu confiei em você" a frase dita veio enquanto estava sendo levada algemada.

"Sou inocente" respondi me defendendo frustrada, o vendo balançar a cabeça como se fosse a pior das mentirosas, o policial que me algemou começou a falar dos meus direitos.

Escutei o grito de Henry me chamando desesperado certa que toda barulheira devia ter o acordado.

Chorei de ódio no carro da polícia.

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