...Jordan ...
Acordei pela manhã no dia seguinte com a cabeça estourando de dor pela ressaca, se arrependimentos matassem estaria morta e enterrada depois da primeira taça de vinho tinto. Arrumei o quarto e tomei banho amando a ducha de água morna por alguns minutos e fui dar uma volta no apartamento para espairecer o delegado estava na cozinha olhando o jornal da manhã.
"Bom dia" eu disse enchendo o copo no filtro de água desejando uma aspirina para amenizar a dor ontem tinha decidido a não ficar envergonhada, aconteceu
...aconteceu, eu era adulta e devia agir como tal, os arrependimentos só vinham pela ressaca desgraçada que era um fator inevitável.
"Bom dia, Jordan" disse ele levantando e preparando outra xícara, sabia que era para mim e agradeci quando me ofereceu em mãos. Meu querido delegado sempre educado e honrado pensei comigo e soprei a bebida tentando baixar a temperatura elevada.
Pensando na noite anterior nas partes ruins algo me ocorreu.
"Bia veem hoje?" Perguntei quando ele fazia mistos e me ofereceu dois num prato ficando ele com dois no seu.
"Sim, em algumas horas com os pais" disse ele. Me sentei e olhei as notícias do dia a previsão era de chuva a semana toda.
Ele não pareceu feliz nem triste falando da jovem que quase se esfregava nele. Ou ele era muito idiota para não ver, ou se fingia cego, cagando e andando para suas investidas.
Duvidava que fosse lá burro, pra mim Pedro Cabrinni bancava o sonso, uma curiosidade me abateu Bloon e Rafael sabiam do comportamento da filha ou essa se comportava diferente perto dos pais.
Maçãs não caem longe da árvore, diria minha tia Selma, provavelmente pais conheciam os seus filhos podiam até não concordar mas que conheciam isso conheciam.
Novamente o telefone tocou com o mesmo número desconhecido da noite anterior, estranhei. Desistindo de ignorar com a esperança que logo parassem de ficar perturbando "Alô?" perguntei atendendo a chamada.
"Alô.. Jordan é a Gislaine a filha de senhora Carmem sua vizinha" disse a moça do outro lado da linha "Lembra de mim?" Perguntou.
Vagamente lembrava das confusões que causará e ouvi falar de muitas outras que causou. Cocei a cabeça incerta pois esperava ter mais tempo para pensar, nesse momento me peguei desejando que fosse uma atendente oferecendo um plano de celular que nunca compraria "Oi Gi lembro sim, tudo bem?" respondi bancando a falsa, o desconforto veio de forma inevitável.
"Tudo Jordan, eu acabei de dar a luz e tô com minha bebezinha na casa do meu amor o Bola lembra dele ? Estudamos juntos no primeiro ano" disse respirei fundo notando que conversar era coisa de família com a filha de Carmem.
Eu não lembrava do período escolar apenas que fora um pesadelo sofria bullying por ser órfã na época, a menina sem mãe segundo os maldosos pelo vulgo eu sabia que Bola fora um dos que pegaram em meu pé no passado, a filha de Carmem não lembrava muito bem apenas que pertenciam ao grupo das populares, as salas na minha época era super lotadas e o ensino ruim pra caramba, sem estrutura nenhuma o que quase me fez desistir de terminar o ensino médio.
"Lembro sim" disse tomando o café, o delegado parou me olhando e eu deveria estar com cara de aflita para que tivesse essa reação.
"A gente ficou sabendo que sua tia morreu, tadinha... e que você tá morando na casa que era dela agora, não tá afim de vender ou alugar sua antiga casa pra mim e o Bola? " perguntou.
Sinceramente... não tava afim não.
"Uhm a gente pode ver uma venda" falei. Eu não queria ficar a cobrando direto, então essa era a única opção viável. O lado positivo eu mau estaria em casa uma vez que tivesse trabalhando durante a semana.. o lado ruim é que podia estar com a cabeça cheia de problemas nos fins de semanas.
"Tá me manda o valor pelo zap que vou conversar com o Bola, ele ta la no centrao hoje mas até a tres ele responde" disse. Respondi um okay desligando o telefone respirei fundo incerta se foi uma boa escolha. Centrao era a rua com maior circulação onde o povo vendia aos usuário de drogas ao ar livre como Crucilândia em São Paulo
"Aconteceu algo?" Perguntou o delegado depois da ligação fiquei olhando o celular um tempão.
"Estou pensando em vender meu antigo barraco para a filha da minha vizinha" disse sendo tão direta que me arrependi de não ter floreado as palavras em vez de barraco devia dizer casa pequenininha e sem suporte direito, mas não queria mentir pois seria uma mentira deslavada tinha pouco ou quase nada de alvenaria naquela estrutura.
"São pessoas direitas?" perguntou como se para analisar.
Quem dera fossem ficaria tranquila se fosse o caso.
Neguei com a cabeça " A menina é encrenqueira e o boy dela um vendedor pequeno de cocaína " disse logo perdendo completamente a fome, o delegado já tinha comido.
Seu rosto se fechou enquanto limpava a boca com o guardanapo " Qual o apelido dele?" Perguntou seriamente, pisquei tentando entender onde isso levaria a algum resultado.
"Bola" respondi dando de ombros.
"Ele está foragido a meses da polícia por atirar num morador de rua a queima roupa por o dever, Jordan" avisou. Desligando a TV, percebi que o buraco era mais embaixo, uma coisa era o povo falar outra um agente da lei confirmar o quão perigoso um bandido era, falar para ganhar fama de mau até papagaio falava" Eu lembro disso porque três dos meus policiais foram baleados na perseguição dentro do morro" prosseguiu.
"Sinto muito" disse eu surpresa.
"Ele é perigoso" avisou novamente reforçando.
Balancei a cabeça olhando a xícara com medo porém tentando ter clareza para não ficar mais ferrada do que já estava metendo os pés pelas mãos "Estou numa sinuca de bico se não vender Bola pode embirrar comigo o que me dará problemas, entende?" Perguntei.
"Você sabe onde ele está?" perguntou o delegado. Quase disse que x-9 morrem cedo onde morava. Mas suspirei duvidava que contasse a alguém quem o informou ainda era a babá de Henry e Gislaine claramente saia informando a todo mundo onde seu boy estava... como que orgulhosa.
Coitada não era nem a primeira dama do morro para tanto orgulho "Não conta para ninguém que fui eu que disse" avisei logo, o delegado concordou sem reclamar "A namorada dele disse que ele vai estar no centrão até as três "
"Certo " disse ele olhando o horário "Tenho que ir"
"Tá.. Me liga depois?" Pedi. Parte preocupada que entrasse num confronto direto em que saísse ferido.
Ele disse que sim saindo com sua maleta nas mãos.
Henry acordou minutos depois para mais um dia eu não tive dificuldades em preparar o café da manhã dele, me sai relativamente tranquila saindo da casa quando Bia chegou com Bloon, Bloon se pôs a limpar a casa enquanto Bia fazia o almoço na cozinha em quantidade que sobrasse para noite, Rafael nem cheguei a ver.
Ficamos no lado de fora até o horário do almoço, quando entramos no apartamento já o preparei para entrar no banho que foi rápido e sem dificuldades.
Aguentar o olhar de bunda de Bia foi o desafio.
O macarrão ao molho branco estava bom assim como o suco de abacaxi, ficou melhor quanto ela sumiu para ficar falando com a mãe que recolhia a roupa na sacada.
"Gostoso né?" Disse e ele fez que sim limpando a boca no guardanapo " Vamos escovar os dentes e terminar o dever que a vã vem te buscar hoje" avisei, Henry obedeceu escovando todos os lugares e depois voltou para fazer o dever de casa.
Peguei a chave caminhando até filha e mãe enquanto Henry me aguardava na porta " Olha eu vou sair depois que a vã vier buscar Henry "
"Tá se achando favelada não se preocupa não se precisar ligo para Pedro" disse Bloon se sentando dobrando as roupas que passaria mais tarde.
Trinquei os dentes Bia riu alto. Dei meia volta e sai sem olhar para trás era bom mesmo que chamassem o delegado por mim podiam apodrecer do lado de fora.
Maçãs não caem longe da árvore verdadeiramente naquele caso, Henry cantarolava ao meu lado no elevador. Pensava em que merda aquelas duas fizeram da vida das outras babás e a Henry para que as odiasse?
Seria o pequeno a causa da saída das que vieram antes de mim?
Achava que não agora.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Jossileide cardeal
ele como um delegado tinha que ter várias microcameras espalhadas pela casa
2024-12-06
2
Jossileide cardeal
como dizem os ditados tal mãe, tal filha
2024-12-06
2
marlene cardoso dos santos
o que as.duas estam querendo o dinheiro do patrão que delegado ele e que nao tem câmeras em.casa
2023-02-03
5