...Jordan...
Desligo a chamada. Eu ignorava por dois motivos simples o primeiro em telefonemas de números desconhecidos em geral eram empresas tentando me convencer a mudar de plano ou segundo motivo eram enganos.
Quando me movi para sacada para fechar a porta de vidro pois ventava muito quase perdi o fôlego com a vista ao longe o mar bando pela luz da lua, abaixo o paisagismo perfeito do condomínio e para o lado direito se soubesse onde olhar veria com perfeição o morro Beraru as luzes iam escalando.
Voltei para dentro.
O delegado comia sua refeição com uma taça de vinho tinto e me ofereceu.
Aceitei a taça sentando na ilha. Ele comia calmamente e me parecia ser solitário apesar de uma pessoa boa.
"Estou surpreso com a rapidez que conquistou meu filho, ele não é nada fácil " disse com pesar.
"É um bom garoto" disse sorrindo um pouco.
"Ele é difícil como a mãe " disse mas se manteve em silêncio por um tempo como se considerasse contar mais ou não "Ela partiu a dois anos dessa vida por um acidente" disse ele continuando " Henry era tão pequeno que não se lembra dela"
Mas ele sim... pelo jeito.
"Sinto muito" disse, entendendo a dor da perda um pouco.
O samba tocava na rádio enquanto o delegado lavava seu prato, o clássico de Tom Jobim garota de Ipanema na cozinha.
^^^"...O mundo inteirinho se enche de graça^^^
^^^E fica mais lindo por causa do amor..."^^^
Meus pés se mexeram para dançar o samba quase lento secando a louça.
O delegado me lançou um sorriso de lado cantando junto.
Vez o outra eu bebia mais vinho ou ele bebia.
A ressaca viria com força amanhã mas por hora aproveitaria.
Era a influência do vinho tive certeza enquanto secava a louça o ajudando.
Eu me sentia quente por dentro sendo observada por ele com admiração.
Já estava no nível de querer largar o prato e beija-lo.
O interfone tocou anunciando a chegada de alguém aquele horário... e lá se foi o encanto e a fumaça do álcool. Quem seria aquele horário me perguntei vendo confusão no rosto do delegado também.
Que foi atender.
"A filha de Rafael disse que esqueceu um dos seus livros de estudo aqui" disse voltando e desamarrando um pouco a gravata que ainda utilizava.
"Ela estuda o quê?" Perguntei tendo certeza que tinha escutado sobre seu termino nos estudos.
"Segundos seus pais agora está apreendendo saxofone" disse o delegado. Ele já tinha liberado a passagem e logo Bia apertaria a campainha
Em Beraru a minha única preocupação era Carmem representante das tias fofoqueiras no morro para mim e Pardal caso subisse na hierarquia da sua facção. Ah, e tinha também a filha gravida de Carmem namorada de um traficante que era encrenqueira.
Fora isso era relativamente tranquilo desde que enxesse a caixa da água.
Ali tinha um bando de pessoas que não conhecia e uma que certamente não gostava de mim sendo racista preconceituosa e o obcecada pelo delegado.
Mesmo que com menos pessoas e convivendo no luxo durante a semana, aguentar calada as humilhações talvez virassem um problema principalmente se descobrisse que Bia tivesse maltratando o Henry, eu poderia até ser demitida mas a faria comer merda por isso.
Muita merda.
Voltando ao presente, desconfiei da necessidade de pegar o livro de musica aquele horário. Pra mim parecia mesmo que estava verificando o território.
Caminhei para o quarto sem querer ver a cena que Bia faria com toda certeza quando chegasse para ver o chefinho , eu não confiava em mim mesma para manter a língua dentro da boca pelo pouco, okay nem tão pouco, vinho ingerido.
Tomei outro banho e vesti a camisola que tinha nas sacolas trazidas pelo delegado aquela tarde.
Notei que tinha esquecido o celular na cozinha e me enrolei no roupão para pegá -lo abrindo a porta esbarrando melhor dizendo atropelando alguém que caiu no chão em cima de mim.
Ninguém menos que o delegado para meu azar.
Encarei o delegado me sentindo culpada e atraída por ter seu rosto a centímetros acima do meu. o hálito de menta e vinho inundavam os sentidos misturados com seu perfume madeira.
Eu não conseguia não olhar para seus lábios e talvez fosse o vinho me tornado incapaz de agir contra os impulsos. Os lábios dele desceram e os meus subiram.
Fazendo meu desejo realidade, quando nossas bocas se encontraram num beijo tímido a princípio apenas lábios.
Eu me vi pedindo por mais.
Eu queimei por dentro o puxando para mais próximo pelos ombros o formigamento se espalhou e abri a boca gemendo eufórica quando sua língua pediu passagem para aprofundar o beijo e suas mãos me puxaram pela cintura para estarmos mais colados de maneira firme que arfei em busca de ar tendo a boca capturada novamente num beijo ardente que aceitei com prazer e enrolei as pernas nele quase o sentindo completamente se não fosse pelas roupas.
"Chefinho...?" Chamou a voz de Bia no corredor e ele se afastou sentando e me levantei arrumando as roupas.
Filha da mãe estraga prazeres!
O delegado levantou "Me perdoe Jordan eu não devia ter feito isso.."
Eu queria dizer que estava tudo bem mas ele prosseguiu:
"Foi antiético da minha parte, você é uma jovem muito bonita e vem a bebida.." disse ele e meu coração quebrou um pouco, tinha me beijado por estar bêbado? " me perdoe" completou.
Olhei para a parede com os braços cruzados, negando a saída das lágrimas "Está tudo bem o álcool atrapalha os pensamentos" disse sorrindo amarelo.
Os braços cruzados esconderam o tremor nas mãos. Era melhor assim se arrepender apenas de um beijo do que de dormir com alguém.
"Chefinho achou?" a voz de Bia ficou mais forte no corredor como que se andando naquela direção.
Balancei a cabeça mal humorada "O que ela quer? " perguntei quebrando o desconforto um pouco pela minha impaciência, foi só um beijo que não ocorreria de novo e por seu jeito continuava com meu emprego, tudo ficaria certo no mundo, se a praga Bia se calasse.
"Ela deixou a blusa de frio em algum lugar da casa " disse suspirando.
"Pensei que era apenas o livro importante" resmunguei coçando o nariz, ele riu um pouco, pensei melhor "Tem uma blusa de mulher estendida no varal da lavanderia" aviso já saindo do quarto, pois lembrava vagamente que estava entre as roupas dobradas.
Procurei sendo seguida pelo delegado que pareceu aliviado "Obrigado" disse ele quando entreguei a ele.
Encostei no tanquinho o vendo desaparecer pelos corredores. Ele podia culpar o álcool pelo beijo eu não porque eu queria muito antes o que era um problema, eu queria mais e infelizmente eu não era uma pessoa tão honrada para me segurar.
Nem tudo o queria eu podia porém.
Essa era uma dura realidade da vida.. O que eu podia fazer agora era ser apenas a babá do filho do delegado.
Voltava para o "meu" quarto.
Escutando a fala "Nossa obrigada chefinho! BOA NOITE" E podia ser o ranço que me fazia julgar a voz como enjoativa e esganiçada.
Esperei a porta ser fechada quando o delegado dissera o boa noite de volta, antes de entrar e me permitir deitar na cama.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Daiana
tadinha da jordan se apaixonou tomara que seja recíproco
2023-01-26
3
marlene cardoso dos santos
nossa pedro deu ruim vai apaixonar
2023-01-20
1