..."Às vezes nem tudo o que pensamos é como realmente as coisas são."...
Quando Elijah disse que a palavra final vinha do pai para fechar o negócio e que ele serviria um jantar para isso em sua casa — mansão —, confesso que eu pensei que seria algo cheio de formalidades mas a família Coleman é muito diferente da Paliwal. Muito diferente e confesso que isso me deixa surpresa. Sei que não se deve julgar o livro pela capa mas eu pensei que por serem mafiosos frios e calculistas que seriam exigentes e indelicados com seus servos por exemplo, a verdade é que não são. Até a família Paliwal trata as empregadas com mais formalidade, nunca as chamando pelo nome, sendo pelo sobrenome ou qualquer outra coisa.
Os Coleman chamam seus servos pelo primeiro nome como se isso fosse natural, observei isso durante o jantar quando Everett — o senhor Coleman — disse a uma serva para que servisse a sobremesa e a chamou pelo primeiro nome. E a mulher apenas obedeceu como se isso já tivesse ocorrido diversas vezes — a mesma situação. Agora, em uma sala de estar da mansão — uma de muitas que acredito ter nessa imensidão — todos nós nos acomodamos depois de um farto jantar. Todos nós sorriamos, até mesmo Everett que todos diziam ser frio e sem coração, mas aquele homem parecia sim ter um coração. O modo em que olha para os filhos — principalmente Melody e Pearl —, ele os ama. E de fato, os de fora não precisam saber disso. O homem parecia olhar com carinho até mesmo para Giulia, o que é meio injustificável.
Ele estava sentado em um sofá com a mulher — Florence — ao seu lado, a cabeça apoiada no ombro do marido. No sofá a frente dele estou eu num canto com Giulia meu lado e Pearl ao lado dela, com o resto do móvel vago. Elijah havia se acomodado numa poltrona de jeito desleixado e Melody estava sentada próxima à mãe, aliás, devo acrescentar que me encarando. Um ponto estratégico de visão pelo visto. O sorriso dela aumenta um pouco mais e eu me seguro para não revirar os olhos.
— Bem sei que isso não me interessa mas…assim que cheguei e vi todos reunidos notei a ausência de Matthew. Faz um bom tempo que não o vejo… — Giulia diz franzindo levemente a testa na direção de Melody e ela enfim tira sua atenção de mim e a concentra em minha amiga.
— Faz dois meses que Matthew está na Itália — Melody diz em uma posição de tédio e insatisfação. — Fechando negócio por uma nova tecnologia de lá, queria ter o acompanhado, mas tinha um desfile e uma sessão de fotos. Daqui duas semanas será a minha vez de partir só que para a Rússia ou China. Deixei que Elijah escolha meu destino e ele ainda não decidiu — dá de ombros.
— Ainda estou avaliando qual vale mais a pena para te sacrificar irmãzinha, não é tão fácil assim — Elijah sorri de canto.
Melody revira os olhos.
— Está tramando com Pearl e revirando a vida deles para descobrir em qual há filhas mulheres e bonitas que façam o meu gosto — retruca.
— Você devia nos agradecer pelo esforço — Pearl diz com uma risadinha, encostando a cabeça no ombro de Giulia que também ri baixo.
— Obrigada queridos irmãos por me jogarem em um casamento que não há futuro! — diz com deboche.
— Bem minha filha, devo dizer que ainda não estou conformado com essa sua preferência por mulheres, mas não será um casamento infrutífero, sabe? A tecnologia dá a esses tipos de casais muitas opções e formas para ter filhos, principalmente mulheres — pisco algumas vezes surpresa, estática.
Everett sabe que Melody é lésbica e não se importa tanto assim? A pergunta deve ter ficado escrita na minha cara pois Melody pousa seu olhar em mim e diz:
— Papai não tem outra escolha a não ser aceitar esquentadinha — sinto-me virar um pimentão com o apelido e desço meu olhar para o chão. — Ou aceita ou manda suas duas preciosas filhas para o olho da rua.
Giulia ri ao meu lado e eu olho para ela que abraça Pearl ainda rindo.
— Quem diria hein garota gênio! Melody é uma má influência não? — Giu faz cócegas na caçula Coleman.
— Ei! — Melody resmunga e eu tomo coragem para olhá-la. Seu rosto estava corado e um bico emburrado…pørra! Eu quero beijá-la. Agora. — Sou uma ótima irmã e não tenho culpa se minha maninha resolveu trocar estes homens escrøtos dessa geração falida por mulheres sagazes e inteligentes!
— Wow! — Elijah se senta direito na poltrona e cruza os braços, encarando a irmã como se estivesse imaginando diversas formas de tørturá-la. — Você não precisa me humilhar dessa forma irmãzinha! Não é porque a maioria dos homens são hipócrïtas que eu sou também!
— Você e Matthew são gays, então não estão incluídos nesta conta — Melody diz com sarcasmo e um sorriso viperino na direção do irmão.
Elijah arqueia preguiçosamente uma sobrancelha. Assassinøs quando ficam calmos demais…
— Quando eu ia ficar sabendo dessa nova preferência de vocês? — Giulia inclina a cabeça, olhando como um predador para o homem que pisca surpreso.
— Aê, calma lá! — Elijah diz rapidamente e meio que desesperado, mordo o lábio para não rir. — Melody — ele indica a irmã com a cabeça — está dizendo isso para me provocar. Começou com essa mania irritante depois que em uma festa dois caras pediram para ficar comigo e Matthew.
— E? — Giulia indaga arqueando uma sobrancelha.
— Você não está pensando que nós aceitamos não é? — um olhar mortal na direção de minha amiga que ri.
— Quem sou eu? — ela diz com sarcasmo.
Elijah bufa, revirando os olhos. Me surpreendo com uma risada de Florence.
— Até você mãe? — ele sorri.
Quer dizer que a irritação era fingida então? Interessante.
— Me desculpe querido — a voz doce da mulher me faz encará-la — mas é realmente impossível não rir — ela fala ainda gargalhando.
Everett sorri e acena em concordância.
— Sua mãe tem razão, meu filho! E você
devia se sentir aliviado pelas antigas regras terem sido em parte extinguidas.
Pearl suspira e fala:
— Verdade, acho que não seria nada legal ter que matar as próprias irmãs por serem viradas.
— Bom — Everett chama a atenção de todos para si —, é melhor tratarmos dos negócios e depois disso vocês podem continuar a conversar à vontade. Como você sabe Giulia, Florence falará o resto da noite em minha cabeça se eu não me recolher mais cedo para descansar até minha total recuperação.
— Sinto que preciso lembrá-lo querido que estou bem ao seu lado — Florence cutuca o braço do marido.
— Sim, eu sei querida — Everett passa um braço por cima dos ombros da esposa sorrindo.
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Atualizado até capítulo 27
Comments
Cleidiane Oliveira
mais
2023-02-03
2
🪬⃝△𝑲𝒊𝒎 𝒚𝒆𝒐𝒏
Mais
2023-02-03
1
🪬⃝△𝑲𝒊𝒎 𝒚𝒆𝒐𝒏
Maus
2023-02-03
1