|•Capítulo 3•|

..."Não há vento favorável para aquele que não sabe para onde vai."...

Chego na empresa e adentro o estacionamento, buscando por alguma vaga. Quando encontro um lugar vazio, desço do carro e sigo para a recepção, onde a recepcionista — uma mulher de cabelos escuros alta e de olhos castanhos — se dirige a mim.

— Senhorita Paliwal! — ela se curva exageradamente. — Me desculpe, mas o senhor Paliwal deu uma ordem dizendo para que não deixemos ninguém subir — sua voz era neutra como um robô comandado, que faz tudo o que é lhe dito. Ridículo.

— Saia do meu caminho se tem amor ao teu emprego — digo sem paciência e com rispidez. — Em breve não será ele que comandará essa pørra toda, e outra — falo ao ver ela se dirigir para o telefone — , você não vai conseguir se comunicar com seu chefinho — saio em direção ao elevador e a mulher corre atrás de mim.

— Senhorita, mas ele não permitiu a entrada de ninguém…e…serei obrigada a chamar os seguranças se você continuar — gagueja.

— Ele disse meu nome em específico? — falo parando em frente ao elevador.

— Não senhora — ela abaixa a cabeça.

— E você acha que os seguranças ousarão tocar em mim? — arqueio a sobrancelha.

— Acredito que não senhora.

— Então ele não proibiu minha entrada e muito menos os seguranças farão isso — digo entrando no elevador e ela ameaça entrar. — Não se atreva! — aviso e a porta se fecha e então subo para o vigésimo segundo andar.

Que complicação são essas recepcionistas! Farei eu mesma uma seleção quando eu estiver no comando disso tudo aqui. Quando eu saio do elevador, lá estava Any do lado de fora de sua sala já me esperando — quanto tempo ela está ali, à minha espera? — , ela corre até mim, me abraçando. Retribuo.

— Até que enfim você chegou! — ela exclama e eu olho em volta, havia muitas pessoas ali na… — Ah, me desculpe Giu! Tive que pedir para todos trabalharem aqui na tentativa de adiar a agenda de Edgar e enrolar as pessoas que queriam falar com ele.

Talvez eu possa…dar um jeito nesses compromissos. Mais tarde.

— Acho melhor você pedir para eles se retirarem até eu resolver o que preciso com Edgar. Não quero vê-los machucados se meu pai…bem…surtar, vocês sabem.

— Ouviram? — Any diz olhando para as pessoas por cima do ombro e todos começam a se retirar. Me dirijo para a porta da sala de Edgar. — Espere! Está trancado — ela corre até mim — , aqui está a chave reserva — pego a chave da mão de Any.

— Obrigada! — sorrio e coloco a chave na fechadura, girando-a devagar para não fazer barulho.

Any se afasta devagar e em silêncio acenando com a cabeça me incentivando. Respiro fundo e abro a porta com tudo em uma pancada para chamar atenção. Entro na sala de cabeça erguida e encosto a porta, observando a situação do lugar. Lá estava meu pai — confesso que a cena que vou descrever é a mais ridícula que já vi em toda minha vida, principalmente por envolver meu próprio pai — , engatado na mulher loira das fotos enquanto uma morena estava por baixo da outra. O rosto de Edgar ficou branco como papel no exato momento em que ele se voltou para mim. Sorriu forçadamente — com nojo na verdade — , ele me olhava surpreso e ao mesmo tempo assustado.

— O-o que está fazendo aqui? — ele pergunta vestindo suas roupas rapidamente e de qualquer forma.

Me sento no sofá sem olhar para Edgar, encarando um canto vazio da sala, sem responder sua pergunta. Segundos depois me viro para as duas pütas, encarando-as.

— Vocês duas para fora, agora! — ordeno com rispidez, elas olham para mim como se não se importassem, olhando para Edgar logo em seguida. — Ele não vai fazer nada por vocês. Até porque se fizer, vocês se encontrarão mortas segundos depois. Não estou brincando — elas me olham estranhamente e saem catando as roupas pela sala. — Já! Anda, anda! É para hoje, não para amanhã — elas saem correndo nüas do escritório agarradas às roupas e fecham a porta.

Pütas interesseiras, medíocres, nojentas!

— O que está fazendo aqui? — meu pai repete sua pergunta com certa frieza compreendida como nervosismo e eu me levanto.

— Senhor Edgar — começo com rispidez — , é dessa forma que você passa o falecimento de Helena? — pergunto fazendo um movimento para demonstrar o estado da sala. — Comendo püta?

— Filha… — seu rosto estava púrpura. Não de raiva, mas de vergonha. Ao menos ele é capaz de sentir isso, não é?

— Edgar, não vem com essa não, tá? As fotos de você saindo bêbado da boate sendo carregado por aquela loira, já estão em todo lugar da internet. Nas notícias mais quentes do mundo. No primeiro lugar do tópico. Você não tem noção do que está fazendo, não é? O que aconteceu? Bateram com a sua cabeça na parede e você perdeu o senso? — eu balanço a cabeça irritada, tentando abaixar meu tom de voz. Eu estou gritando. Quer saber? Foda-se se todos vão ouvir, todos sabem. — Você está acabando com a nossa reputação! Está colocando que levou anos para construir a baixo, como se nunca tivesse importado, como se NUNCA tivesse feito sentido.

— Eu sinto muito…

— Não, você não sente! — o interrompo. — Você não parece sentir nada. Quem diabøs foi você durante todos esses anos? Por que resolveu se mostrar só agora? O CEO que conhecíamos não parece ser o verdadeiro Edgar… É isso que estão dizendo e um pouco mais. Quer saber de uma coisa papai? — sorrio com desprezo. — Quando eu cheguei aqui, havia quase cinquenta pessoas do lado de fora desta sala, no hall, tentando amenizar a situação. Lutando pela empresa, tentando mantê-la de pé, e você fazendo o quê? — faço uma pausa na intenção de fazê-lo refletir. — Pai, eu nunca me importei de você ficar com outra pessoa, mas eu estou com raiva de você por estar fazendo isso pela falta que minha mãe lhe traz.

— Giulia, você sabe muito bem…

— Eu estou te odiando por isso — o interrompo outra vez. — Eu nunca vou te perdoar por este dia Edgar, nunca! — eu não precisava mais gritar. A atenção dele estava retida em mim, então volto a falar normalmente. — Eu só espero que agora você crie vergonha na cara e peça desculpas aos seus funcionários — ele franze a sobrancelhas me fulminando com o olhar — , todos eles! Pois enquanto você estava numa boate eles estavam tentando abafar o seu caso. Nunca mais olhe na minha cara se não o fizer ou voltar a fazer o que estava fazendo — me dirijo para a porta, abrindo-a. — Ah, e mais uma coisa! — me viro para ele outra vez que estava parado ao lado de sua mesa. — Não se preocupe com sua agenda desta tarde. Eu cumprirei ela — saio da sala e me direciono para o hall, onde Any vem correndo em minha direção ao me ver.

— E aí? — ela pergunta parando na minha frente.

— Se você tiver cancelado a agenda de Edgar para esta tarde, coloque-a em vigor outra vez. Eu quem a cumprirei neste dia — falo séria e vejo a boca da secretária se escancarar.

— Você é demais Giu! — ela exclama eufórica e eu apenas sorrio, balançando a cabeça.

...|•Autora•|...

*Comentem para mais capítulos, somente irei liberá-los se houver comentários.

Bjs*.

Att. Rô Oliveira 💓

Mais populares

Comments

Ana Maria

Ana Maria

Comecei a pouco tempo e estou gostando, continue por favor

2023-02-21

1

Isinha Ninny Oliveira

Isinha Ninny Oliveira

Estou gostando de mais.

2023-04-16

1

Sidneia Martins Xavier

Sidneia Martins Xavier

muito boa autora

2024-07-24

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!