|•Capítulo 7•|

..."Ele pode não saber, mas significa muito. Ele é minha esperança, meu abrigo. Ele é meu pai."...

Acordo com uma claridade enorme sobre meu rosto. Com dificuldade, abro meus olhos, me recordando que me esqueci de fechar as cortinas antes de me deitar e com isso solto um palavrão. Me sento na cama. A segunda coisa que me vem à mente ao me levantar é a noite anterior, a cerimônia. Ridículo. Eu devia estar parecendo uma princesinha pau mandado do pai.

Sigo para o banheiro e me olho no espelho, de fato isto está horrível. Se já não me agrada usar maquiagem, imagine dormir com ela. De fato estou parecendo uma bruxa ou algo até pior. Trato de dar um jeito nisso e tomo um banho, fazendo minhas higienes pessoais. Seco meus cabelos metida em devaneios. Visto um blazer de cor nude e saio do quarto, pegando algo na cozinha para comer e seguindo para a garagem, onde pego o meu carro indo direto para empresa.

Chegando, vou direto para a sala do presidente — a antiga sala de Edgar, que agora me pertence. Toda a decoração está sendo refeita — ainda bem — , afinal, os gostos de meu pai são totalmente contrários aos meus. Ele prefere cores calmas e leves, enquanto eu — a querida e mimada filha do CEO, A CEO — , prefiro cores escuras e com uma aura um tanto, vamos se dizer…aterrorizante, amedrontadora. Quando adentrei o escritório, lá estava meu pai, dando ordens como sempre.

— Boa tarde filha! — ele fala se virando e se aproximando, beijando minha testa.

— Boa tarde pai! Dando ordens tão cedo assim? — deboche.

— Quem disse que eu dou ordens? — ele coloca a mão sobre o peito fingindo estar ofendido. — Eu peço por favor, ok?

— Sei, sei! Estou sabendo Edgar! — solto uma risada. — Acho melhor que deixe isso para mim — me refiro à decoração — , até porque seus gostos para mim são um tanto hilários…

— Eu estava tentando ajudar Giu! — falsa ofensa outra vez. Reviro os olhos. — Não precisa me humilhar dessa forma e, meus gostos, não são hilários, ok? Eles são peculiares. É diferente, não acha?

— Primeiro, não estou te humilhando. Apenas estou dizendo a verdade. Segundo, talvez. Mas quando se trata de você, não, não há diferença.

— Eu desisto Giulia, você é muito cabeça dura, minha filha! — ele joga as mãos para o alto em redenção. — Aprenda a aceitar minhas manias, não vou deixar elas tão cedo se é isso que você pensa.

— Eu não penso que você vá deixá-las, impossível querido papai. Só tente melhorá-las um pouquinho e será suficiente.

— Prometo pensar sobre — ele sorri, retribuo.

É sempre assim quando estamos descontraídos. Por motivos sem sentido — quando digo sem sentido é nada a ver mesmo — zuamos um ao outro. Talvez seja uma forma de demonstrar que nos amamos ou algo assim. Edgar se retira da sala, por outro lado eu deixo minha bolsa num canto e fico observando as decorações, vez ou outra pedindo para mudar algo de lugar. Talvez eu seja um pouco exigente, mas nem tanto.

[ … ]

Depois de um vasto tempo — insuportavelmente grande — , minha sala estava pronta. O escritório parecia novo, de forma alguma quem entrasse ali pela primeira vez poderia presumir que por trás de tanto preto — onde só as paredes tinham uma cor mais leve com algumas listras brancas — havia tido uma decoração tão simples e calma. Calma para pessoas normais. Aquelas cores não me acalmavam, me deixavam nervosa. Cores escuras me acalmam. Confuso, eu sei, mas é isso. Obviamente, não poderia faltar uma coisa: num canto — um pouco longe de olhares desinteressados — , uma foto minha e de Sofya.

As pessoas com certeza vão se perguntar o porquê de eu até mesmo colocar uma foto minha e de uma garota desconhecida — para eles — em minha sala. Que eu deveria deixar meu passado para trás, esquecer tudo o que vivi e mais blá blá blá. Mas de verdade para quem ama não é nada fácil. As únicas coisas que quero saber agora são: o que Sofya está fazendo agora? Conhecendo uma nova pessoa? Tentando me esquecer? Pensando em mim? Trabalhando? Não sei, não sei! São coisas demais para mim!

Será que um dia irei esquecê-la? Não quero dizer que é algo que quero que aconteça, pois de fato não, não quero. Mas se ela estiver me esquecendo o que será de minha presa neste amor que não mais será recíproco? São tantas perguntas e nenhuma neste momento terão resposta. Será que o sentimento que tenho que irei reencontrá-la é verdadeiro? Ah! Minha mente está a milhão! Tomo um capuccino enquanto vislumbro a paisagem da cidade — o sol alto, numa matiz de amarelo-fogo cegante — , do alto do terraço, ainda na empresa.

Sóbria. Gosto disso.

O vento balança meus cabelos, parece querer arrancá-los com tanta voracidade. Daqui posso ver um carro esportivo parar em frente à empresa e observo com curiosidade, o que será isto? De quem se trata? Espero mais um pouco até que uma garota loira desce do passageiro, acompanhada de uma ruiva, que sai quase no mesmo instante do lado do motorista. Posso reconhecer os cabelos cor de fogo de longe, como não reconheceria? É Melody, uma velha amiga minha de infância. Mas a loira, quem é esta? Desço as escadas correndo e sigo para o elevador com a intenção de recebê-las na entrada.

[ … ]

A porta do elevador se abre e me deparo com a recepcionista barrando Melody e a outra garota, me irritando. Saio do elevador e me aproximo, tentando parecer calma, meu primeiro dia não pode começar tão mal assim. A recepcionista deveria saber muito bem que Melody é a senhorita — para mim jovem mestre pois de senhorita ela não tem nada — da segunda família mais rica do mundo — depois da minha. Esta recepcionista é tão mal informada assim?

— Giu! — Melody fala enquanto tenta correr na minha direção, mas sendo barrada pelos seguranças enquanto outros a seguram brutalmente. — Parem! Isto está me machucando! — tenta se soltar.

— Soltem ela agora ou podem sair da empresa neste exato momento — ordeno. — Eu não dei ordens para que a segurassem, então não faltem com o respeito perante a mim. Se Edgar mandava-os fazer isso em qualquer tentativa de aproximação, sinto avisar que não sou ele. Além do mais, ela é a senhorita da segunda família, então espero que da próxima vez possam recebê-la bem.

Todos eles se curvam perante a ela e se desculpam. Melody se recompõe e desamassa a roupa, os ignorando, vindo até mim. A loira vinha atrás. Seguimos então para o elevador em direção à minha sala.

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Comments

Raffa Almeida

Raffa Almeida

quero saber qnd ela vai se reencontrar c sofy, e matarem a saudade fazendo um xexo bem quente.... e por favor q seja bem detalhado

2023-02-21

2

Silvia Galdino

Silvia Galdino

Cores escuras tbm me acalma🤩

2023-02-15

1

Rita Ribeiro

Rita Ribeiro

tbm quero detalhes

2023-08-24

1

Ver todos

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