|•Capítulo 15•|

"Adiar fatos, adiar a hora de encarar seu passado, pode ser fatal quando você encontra o motivo de seus medos e sente o mundo aos seus pés desmoronar. "

— Não vou ficar esclarecendo que tipo de relação que eu tinha com eles antes de voltar para cá — declaro. — Não importa agora e este é um assunto que acho que não devemos tratar em público — meu tom de voz estava tão sério que os olhos de Lícia ao meu lado estão levemente arregalados, até mesmo eu não me recordo da última vez que usei um tom assim como uma pessoa próxima.

— Giulia — Alicia sussurra batendo a perna na minha em aviso.

— Giulia tem razão Alicia — Edgar engole em seco —, não é um assunto que devemos tratar em público, não ainda — conclui.

— Desculpe — murmuro enquanto levo a taça que contém água aos lábios.

— Tudo bem — dá de ombros.

— Não sei se chegarei em casa hoje num horário adequado por conta dos compromissos que tenho esta noite — repouso ataque na mesa —, então resolvi marcar outro almoço com o senhor.

— E qual é o assunto de extrema importância? — meu pai questiona me encarando meus olhos, fazendo-me sentir minha garganta secar.

Inspiro, tentando não engolir em seco e demonstrar meu nervosismo.

— Eu estive comentando com Alicia um tempo atrás que se eu me acomodasse no meu apartamento no centro da cidade, seria muito mais fácil para mim cumprir com meus horários por ficar exatamente localizada no centro de tudo. Mas pensei melhor e deixá-lo sozinho naquela casa enorme não me parecia uma boa ideia até então. Mas então surgiu Vanessa, Sofya e Bernardo e ontem mesmo comentei outra vez com Alicia que se eu me mudasse o senhor não ficaria sozinho e eu não teria com quem me preocupar.

— Está querendo dizer que…

— Vanessa é uma boa mulher e confio nela para que cuide de você — interrompo Edgar. — Como eu disse, não vou dar detalhes de como a conheço, mas eu e Sofya éramos próximas na faculdade. E de verdade pai, está sendo muito cansativo atravessar a cidade todos os dias para ir para casa.

— Sozinha? — como imaginado! — Não confio que possa se cuidar sozinha com tanto trabalho a fazer…

— É aí que entra Alicia pai! — sorrio, fazendo um gesto para minha amiga. — Convidei-a para morar comigo, o apartamento dela fica bem próximo ao meu e se você não fizer objeções, ela virá me fazer companhia.

— Pela forma com que você acabou de dizer eu não tenho escolha a não ser concordar com essa loucura não é? — há certa rispidez e descontentamento no tom de voz.

— Pai, o senhor não mais estará sozinho, entende? E eu realmente preciso viver minha vida e de alguma forma me tornar independente! — argumento, Edgar inspira pesadamente.

— Faça como achar melhor Giulia — cede, por fim, enfim.

— Obrigada pai — mando um beijo no ar para ele, sorrindo.

Edgar sorri de volta assim como Alicia que revira os olhos, provavelmente julgando mentalmente meu drama. Bem, ao menos eu consegui! Sei que um dia de qualquer forma eu terei de encarar os fatos, mas por enquanto isso está sendo adiado. Ainda preciso de um tempo para poder acabar de digerir tantas informações jogadas em mim um após a outra como tapas na cara.

— Quando vai conhecer sua irmã e Vanessa? — Edgar questiona um pouco depois apoiando o garfo e a faca no prato.

Ergo olhar para meu pai com seriedade e antes de responder, bebo outro gole da água gaseificada. Apesar da comida desse restaurante ser ótima, não sou fã das bebidas servidas aqui.

— Acho que já deixei claro que as conheço pai e elas devem saber muito bem quem sou, principalmente depois de ter tomado posse dos negócios da família quatro anos atrás e ter aparecido em todo meio de comunicação do mundo — afirmo.

— Deixe-me então reformular a pergunta filha: Quando irá vê-las? — insiste.

Respiro o fundo e Alicia aperta minha mão brevemente por debaixo da mesa, dando-me coragem.

— Eu vou ser sincera com você pai. Eu ainda não consegui digerir toda a informação que foi dada a mim como um tapa na cara e não me pergunte por quê — engulo em seco antes de continuar. — Ainda estou surpresa com tudo isso, ainda estou divagando — trinco o maxilar me relembrando de alguns momentos com Sofya enquanto encaro os olhos de Edgar. — E não estou pronta para revê-las, preciso de um tempo para mim. Não é tão fácil quanto o senhor acha, ainda mais quando é pessoas que eu conhecia. Não é fácil — aceno negativamente com a cabeça, percorrendo o olhar pela mesa e inspirando pesadamente.

— Como as conheceu? Qual tipo de relação tinha com elas? — indaga.

Me levanto imediatamente da mesa, pegando minha bolsa e meu casaco, olhando de relance para Alicia que faz o mesmo.

— Já disse que não estou pronta para encarar essa parte do meu passado e preciso de um tempo para mim — digo com rispidez. — Tenha uma boa tarde com sua mulher. Vamos Alicia! — me viro em direção a saída pronta para sair do restaurante.

— Leve o tempo que precisar para digerir os fatos filha — paro onde estou, girando nos calcanhares em direção a Edgar.

— Levarei — respondo com menos rispidez que o desejado.

— Com licença senhor — Alicia faz uma reverência para o meu pai, rapidamente se colocando ao meu lado e juntas saímos do estabelecimento.

Quando estamos enfim dentro do carro, respiro fundo e fecho os olhos, tentando relaxar no banco do passageiro.

— Você está bem? — Alicia pergunta com preocupação.

Estou Lícia — murmuro ainda de olhos fechados.

— Não é o que parece — comenta.

Abro os olhos e a encaro por um tempo mínimo.

— Ao menos recebi carta branca para sair daquela casa e dar um tempo a mim mesma com sua ajuda obviamente. Obrigada! — sorrio.

Alicia acena com a cabeça em dispensa.

— Para te ajudar e te ver bem, você sabe que faço qualquer coisa — Lícia fala e arranca com o carro em direção à empresa.

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Comments

Cleidiane Oliveira

Cleidiane Oliveira

Ela que deixou a menina pra traz e ela e que e vadia fala serio né vamos combinar que .
Quando ela chegou na cidade que ela foi mais o pai dela, logo Alice chegou com aquela vadia e logo ela foi se emgraçando co a piranha e a outra que e safada fala serio ja estou ficando com raiva da guilia e Alice quero que elas vão embora mesmo e deixe minha pequena curtir a nova casa do pai dela com namorado dela e a mãe dela e com quem quiser quer seja feliz. Porque concerteza ela também sofreu e muito até ela vouta avida dela normal foi muito meses de sofremento. a sofia e meu neném.

2023-01-20

6

Daniele Cleffsdasilva

Daniele Cleffsdasilva

É mais a errada aqui primeiramente e a Giu pois nunca contou falou da família nem nunca falou do pai pra Sofia e depois deixou a menina pra lá e agora que da uma de vítima há para né.

2023-01-20

2

Didi Oliveira

Didi Oliveira

Ah, autora.
por favor!... não demore muito com os capítulos. eu fico aqui roendo as unhas. esperando os cpts.

2023-01-20

1

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