...|•Giulia•|...
"Nem sempre argumentos são necessários pois a vida é baseada em fatos."
Alicia estava disposta a fazer tudo o que fosse preciso para mim evitar Sofya e eu serei eternamente grata por tê-la em minha vida, pois se não fosse ela para me apoiar eu não estaria onde estou hoje. Claro que tem todo o meu esforço nisso, mas não só o meu. Se não fosse o esforço de Alicia eu não teria conseguido. Essa garota é tudo na minha vida e espero um dia poder retribuir tudo o que ela está fazendo por mim agora. Mas ainda assim acabei ficando um pouco intrigada com a forma que Alicia entrou no carro.
Aparentemente ela estava irritada, mas como Lícia não disse nada sobre, preferi não perguntar. Se ela quisesse que eu ficasse sabendo, teria dito. E eu estava entediada demais também para ouvir. Algo deve ter acontecido então, já que ela havia demorado mais que o previsto. De qualquer forma, é melhor dar espaço a ela. Alicia já está fazendo demais por mim e não acredito ser certo pressioná-la.
[ … ]
Depois da loucura da noite anterior, a vontade de me sentar em frente ao volante outra vez ainda não havia dado sinal de vida e eu ainda sinto que meu corpo não está recuperado por completo. Então, Alicia quem estava dirigindo naquele dia. De qualquer forma, ela já ia comigo para o almoço com meu pai, então não fez muita diferença. Obviamente eu não estou muito animada em deixar a casa na qual cresci para morar num apartamento no centro da cidade, o que me anima de verdade é a companhia de minha melhor amiga.
Mas para ser sincera, recentemente tenho sentido como se Sofya estivesse tomando tudo de mim — como vingança talvez — por tê-la deixado para trás. Mas trocar-me por um homem?! Foi sim o limite de tudo para mim e se é a única forma de evitá-la — realmente não estou pronta para encarar mais uma parte do meu passado — eu irei morar até mesmo no infernø. Bem, não vem ao caso estar acompanhada a uma visitinha ao diabø. Mas ao que parece não será necessário, o apartamento que comprei há um ano enfim servirá de algo. Ao menos não foi em vão, talvez eu tivesse presumido uma situação como essa inconscientemente ao pensar em ter um canto para mim.
— Giu, tem certeza que precisa da minha presença? — Alicia pergunta enquanto espera o sinal do semáforo abrir.
— Você sabe como Edgar é desconfiado Lícia…não vai acreditar em mim tão fácil se não houver o que argumentar e possivelmente provar também.
Alicia suspira quando o sinal abre e vira numa esquina à direita.
— Eu ainda não entendo como Sofya pode ser sua irmã. Esteve tão perto o tempo todo e só agora esse segredo veio à tona? — de fato, não faz sentido.
— A ficha ainda não caiu totalmente para mim também — confesso. — Me pergunto se durante todos aqueles anos em que vivemos naquela cidade ele mantinha contato com Vanessa.
— Talvez Edgar ainda estivesse à procura dela — sugere.
— Mas como ele a achou se a mandou sumir no mundo? Como pode ter certeza que é ela? — protesto.
— Ele não fez um exame de DNA? — Alicia arqueia uma sobrancelha observando a rua.
— Edgar não citou nada relacionado a exame de paternidade para mim — afirmo. — Não é possível que possa apenas tê-la reconhecido ou algo assim, afinal, fazem anos demais para que se possa reconhecer alguém.
O silêncio entra em cena por um momento.
— Talvez você deva questioná-lo Giulia… — Alicia sugere olhando em minha direção por um instante mas logo voltando sua atenção para a rua outra vez.
Suspiro, concentrando meu olhar no lado de fora da janela.
— Será que este é o momento certo para isso? — pondero.
— Não Giu, não quis dizer o almoço agora. Talvez em outro momento oportuno. Acho que tocar neste assunto hoje não ajudará com o que pretendemos — argumenta.
— Tem razão Lícia — concordo. — Mas eu realmente preciso ter certeza que Sofya é minha meia irmã. Tudo parece ser coincidência demais — mordo o lábio pensativa observando Alicia estacionar o carro. — E se Edgar não tiver feito um teste de paternidade, exigirei um — declaro tirando o cinto de segurança e pegando minha bolsa, saindo do carro no mesmo instante que minha amiga.
— Te apoiarei no que decidir amiga — Alícia afirma sorrindo de modo simples, fazendo-me retribuir calorosamente. — Vamos — ela indica a faixa de pedestre com a cabeça —, há alguém à sua espera naquele restaurante.
Sem mais demora, atravessamos a rua, entrando no restaurante e enfim nos sentamos em frente a Edgar.
— Pensei que seríamos somente nós dois filha — meu pai diz como cumprimento.
— Boa tarde para você também pai — digo com um sorriso humorado no rosto. — De fato era para ser nós dois, mas como o assunto que tenho a tratar com o senhor acaba envolvendo Alicia, convidei-a para se juntar a nós.
Edgar arqueia uma sobrancelha mas eu o ignoro, fazendo sinal para um garçom que imediatamente vem em nossa direção. Quando os pratos são finalmente servidos um tempo depois, meu pai tamborila os dedos ao lado de seu prato. O encaro, esperando.
— Vai me deixar pensando o que pode ter acontecido de pior para você pedir um almoço comigo ou vai continuar fingindo tranquilidade? — Edgar pergunta com impaciência.
Sorrio, observando seu temperamento descontrolado.
— Ansioso para voltar para os braços de Vanessa? — falo com sarcasmo, meu pai ergue as sobrancelhas surpreso, dando um olhar acusador para Alicia. — Ah, devia saber que ela me mantém informada, mas eu realmente não precisava que ela me contasse, eu soube quem era no exato momento em que vi a foto que o senhor me mandou.
Alicia sorri para meu pai como que em um pedido de desculpas silencioso. Edgar acena de forma exagerada com a mão em dispensa.
— Você as conhecia — meu pai diz, foi mais uma afirmação do que uma pergunta.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 27
Comments
Cleidiane Oliveira
A guilia estar sendo muito infantil. Porque não encara numa boa!! Ela também não estava namorando. Pra que isso.
2023-01-20
2