As coisas já não íam nada bem na casa do meu pai, eu contrariei toda a minha família para ficar com o Brendo e ninguém aceitava por ele ser traficante, ele na verdade já havia evoluído muito durante este um ano que ficamos juntos, ele se tornou chefe, ele comandava e ainda comanda até hoje o tráfico de drogas naquela região ZO, e por isso meu pai começou a ficar muito controlador comigo, eu já não tinha mais nada com o Brendo e meu pai não me deixava sair, me humilhava, gritava e me tocava de casa, até que chegou o dia em que eu mudei, aluguei um kitnet no centro da cidade e fui morar sozinha. Meu filho passava finais de semana comigo por causa do meu trabalho.
Ali eu fiquei durante meses naquela rotina de trabalho e casa, sem família, sem amigos, sem ninguém, minha depressão piorou e então eu fiz uma lista de coisas pra fazer antes de morrer, pois eu estava certa que eu queria morrer, eu estava exausta, eu só chorava, nada parecia dar certo.
Pintei o cabelo, bebia todos os dias pra conseguir dormir, eu fui fracassando, e me prostitui, não me lembro o nome deles, me lembro o primeiro, um homem muito simpático, porém muito feio, vesgo, casado e disse que tinha vício em pornografia e garota de programa, o segundo um homem muito mais velho que eu, metido, arrogante, eu fiquei algumas vezes com ele, o outro um rapaz lindo negro jovem estudante universitário e tinha um carro muito chique, o outro um homem bonito, tinha sotaque de nordestino, casado mas estava frustrado com a esposa, o outro um coitado, a mulher foi embora com os filhos e ele estava a procura de uma mulher pra casar, foi uma aventura, uma loucura, um fetiche meu, queria fazer antes de morrer, podem me julgar.
Cheguei ao ponto de ter medo de escuro, não conseguia dar descarga pois eu entrava em desespero por conta do barulho, sentia a sensação de estar sendo observada, o medo tomou conta de mim, eu sentia pavor, então parei de me relacionar, me fechei me isolei, comecei a ficar doente, deprimida, tinha muita insônia e quando conseguia dormir tinha pesadelos e paralisia do sono eu estava morrendo aos poucos, tive a sensação de estar enlouquecendo, me viciei em medicação, logo quando eu estava no estágio mais avançado da depressão eu voltei a morar com meu pai, pedi demissão do meu antigo emprego que já haviam seis anos trabalhando lá, e comecei a reconstruir minha vida, consegui um novo emprego, e tinha mais tempo pra cuidar do meu filho, e passar mais tempo com minha família.
As coisas começaram a se ajeitar de novo.
Minha irmã mais velha veio morar com a gente e eu não combino tanto com ela , então decidi tentar a vida em outro lugar, fui morar na casa do fundo da minha vó , uma casinha simples, eu estava ficando novamente esgotada com a minha vida, trabalho, casa, filho, eu não tinha nenhum momento só meu pra mim, era muito cansativo, mas eu precisava suportar, mesmo achando injusto que a mulher tenha que carregar todo fardo sozinha.
Novamente eu comecei a me sentir esgotada, e acabei pedindo demissão do trabalho, comecei a trabalhar em casa com vendas de pack e fazia live ao vivo em um aplicativo gringo, estava conseguindo me virar muito bem, mas a convivência com minha avó era muito tóxica, apesar de nunca ter pedido dinheiro ou qualquer ajuda para ninguém, minha avó me chamava de preguiçosa, e que eu deveria arrumar um emprego... Fiquei apenas 40 dias desempregada e novamente fui trabalhar.
Aquela rotina de passar doze horas fora de casa e não conseguir ficar com meu filho, não conseguir me arrumar, me cuidar, não ter tempo pra nada, novamente eu me vi viciada em remédios, eu tomava aos montes, os remédios eram meu refúgio minha válvula de escape, eu pensava simplesmente que eu iria morrer, a angústia, a depressão era muito maior que eu.
Foi sem dúvidas o período mais tenso que eu vivi, pois eu não conseguia ver solução, eu fui decaindo.
Apesar de toda luta e batalha que eu enfrentava eu ainda conseguia ter esperança, e comecei a estudar uma faculdade online EAD, e minha casinha simples aos poucos foi ganhando personalidade, eu era uma mae presente para meu filho, eu trabalhava , estudava, e tentava colocar a vida em ordem a todo custo, logo fiquei sem tempo para trabalhar com internet, e passei a me dedicar à minha vida real, os afazeres da casa, os estudos, os cuidados com meu filho e meu cachorro, e o trabalho novamente começou a me deixar exausta, mas eu tinha um foco, eliminar minhas dívidas, por isso aguentava firme toda rotina estressante de passar 12 horas fora de casa todos os dias, ter somente 1 folga na semana e 2 domingo no mês, eu me sentia infeliz com a minha realidade, mas não pedia ajuda a ninguém, eu suportava todo peso nas minhas costas e assim fui seguindo a vida.
Cerca de 2 meses após estar ali trabalhando eu comecei a me cuidar de novo, usar perfume, soltar o cabelo, usar discretamente um pouquinho de maquiagem, era a forma de me sentir um pouco melhor. Logo reencontrei uma velha pessoa de muitos anos, ele veio até o meu trabalho, logo conversamos e trocamos contato.
Ele nunca fez o meu tipo físico, mas eu achava ele legal, apesar de muito tímido e esquisito, eu achava que ele era uma outra pessoa até conhecer mais detalhes sobre ele.
Ele sabe sobre este livro, eu conversei com ele sobre estar escrevendo, eu disse que escrevo para um dia alguém ler e eu não precisar sentir que passei tudo em nulo tudo no anonimato, um dia alguém irá ver a minha história, e qualquer pessoa pode escrever sobre si, serve até mesmo para passar a compreender melhor a si mesmo, é uma forma de terapia.
Franklin, ele tem a mesma idade que eu, estudamos juntos quando criança, porém por mais que eu me esforce não consigo ter lembranças, depois de muitos anos trabalhamos juntos em uma loja no shopping, eu não tinha interesse amoroso ou sexual, eu gostava de conversar com ele apenas, eu o via somente como um amigo.
Ele insistiu em querer me ver e acabou me roubando um beijo, eu não gostei, ele não fazia o meu tipo literalmente, mas acredito que a minha carência era enorme e já fazia quase 1 ano que eu não tinha um encontro ou saia para conversar com amigos, por este motivo eu acabei cedendo.
Franklin foi sem dúvidas a pessoa mais tóxica de todas, eu sinto náuseas só de lembrar, eu vou continuar contando tudo sobre, vocês irão me dar total razão!
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Atualizado até capítulo 27
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