XIII- L de Levi

P.O.V Taís

-Você é o Diretor Cooper?- Olho para o homem sentindo minhas pernas se tornarem gelatina e me lembro do seu nome, Levi, o cartão que Henrique me deu estava só o L, L de LEVI.- Ah, me perdoa, eu não sabia que era o Senhor, eu sou a Taís Ferreira que estava com reunião marcada com o Senhor às 13:30h.

-Tem muito "Senhor" nessa sua frase, me chame só de Levi.- A moça intercalava o olhar entre nós de boca aberta.

Levi olha para o relógio no pulso e sorri para mim.

-Vamos começar a reunião?

-Eu preciso dos seus documentos para[...]-A recepcionista parece finalmente fechar a boca e reagir mas é cortada na metade da frase.

-Eu disse vamos.- Levi fala para mim mas olhando para a moça que se cala e se assenta na cadeira desconcertada sem terminar a frase.

-Boa tarde.- Falo sorrindo e quase sussurrando para a mulher que estava nitidamente sem jeito e envergonhada enquanto o sigo para uma sala.

O diretor Cooper abre uma enorme porta de madeira e me indica que eu devia entrar na sua frente enquanto ele segura a porta.

O ambiente era muito bonito, mas supus parecer uma sala de reuniões adaptada para ser um escritório, uma CPU de computador dispunha sobre uma enorme mesa junto com o monitor e um notebook também estava ao lado.

-Essa empresa é apenas uma filial minha, então o escritório é improvisado, espero que não se importe.- O emaranhado de fios já denunciava tudo, ainda assim, se aquela era a filial eu não podia imaginar como seria a sede.

- Obrigada!- Agradeço pelo cavalheirismo e sigo até o lugar mais óbvio que eu deveria ficar em frente a seu computador.

-Então Taís, se foi o meu consultor pessoal que te indicou eu imagino que você tenha um plano de negócios surpreendente.

-Eu não sei se para o senhor é surpreendente mas...

-Levi, só Levi.- Ele me corrige novamente.

- Levi, eu não sei se para você é surpreendente, mas eu me dediquei muito para realizar esse sonho.

-Então vamos ouvir, se precisar de conectar alguma coisa fique a vontade para usar os recursos dessa sala.- Olho ao redor e percebo uma tela enorme para apresentações. Pego meu notebook e conecto com meu pendrive, também o entrego meu arquivo impresso para ele acompanhar tudo com mais detalhes.

Levi observa tudo se ajeitando melhor na cadeira e assumindo uma posição bastante confortável, seu semblante fica sério e eu presumo que esse seja seu modo profissional. Também era intimidador, posso dizer.

Começo um pouco tímida, mas logo me empolgo com as explicações, ele não me interrompia em nenhum momento, quando pareceu ter alguma dúvida ele simplesmente leu o arquivo que eu entreguei e continuou calado, isso me motivava a sentir mais segurança já que o sr. Henrique me alertou que o Dr. Cooper nem escutava as propostas até o fim. Às vezes eu divago nos resultados que já tive e finalizo com a proposta dos recursos que eu preciso para pôr todo o plano em prática.

-[...] E é isso.- Finalizo com emoção.

Ele muda de posição colocando as mãos juntas sobre a mesa.

-Taís, eu vou ser transparente com você- Acho que meu coração começava a errar as batidas.- Sua proposta é boa, mas ainda não é firme o suficiente para mim, não é nem viável para um investimento no meu ramo que não é uma empresa nacional.

Pronto, que coração precisa de batidas se foi estilhaçado como vidro? Meu sorriso se desfez.

-Mas...- Ele continua a falar com uma pausa dramática.- Posso te dar uma chance e pensar em uma proposta como Joint venture e gestor do investimento, mas como controlador exclusivo e anônimo no período pré estabelecido.

Eu me formei em design, não administração, por mais que eu tenha estudado um pouco do assunto não fazia ideia do que ele estava me propondo.

Sem entender nada do que ele falava só sorri como se tivesse prestando o máximo de atenção.

-Já mencionei que essa não é minha área de atuação, então é a única opção que posso lhe oferecer, vou mandar redigir o contrato com a proposta para você analisar.

-Muito obrigada, eu vou analisar com muita atenção!- Marco de pesquisar o que é Joint Venture.

Novamente ele olha para as horas no relógio.

-Eu fiquei realmente muito feliz em te ver Taís, mas tenho outras reuniões para essa tarde.

-Sim, eu imagino, eu não quero te atrapalhar.

A expressão de chefe é substituída pela mesma descontraída do elevador.

-Eu quero encontrá-la de novo antes de voltar para minha cidade, tenho a noite livre amanhã. Posso te mandar uma mensagem marcando?

-Sim, pode.- A felicidade de saber ter uma proposta aberta para mim era enorme.

Volto direto para casa e nem vejo o tempo passar, me permito ter aquele momento de ansiedade e entrego tudo nas mãos de Deus. Resolvo ajudar minha mãe com o Jantar, já que meu pai estaria na delegacia e meu irmão em um plantão.

-Humm, que cheirinho bom!- Minha mãe fala quando chega em casa.- Está inspirada hoje!

-É que vou receber uma proposta de negócios amanhã!

-Que benção minha filha, então deu tudo certo na sua reunião hoje?

Eu havia mandado uma mensagem avisando minha mãe que eu faria essa reunião.

-Acho que sim, apesar dele ter dito que ainda tenho algumas coisas para melhorar.

-E como ele era?-Pergunta interessada.

-Muito educado, negro, alto, me tratou super bem e é bonito em todos os sentidos...-Quase suspirei ao lembrar da primeira vez que o vi no meio da avenida.

-Taís, cuidado!

-Só estou constatando os fatos, mãe!

Conto para ela que ele era o mesmo moço que havia esbarrado no carro e tudo o que tinha acontecido na reunião, até sobre o encontro que fariam no dia seguinte.

-Então ele basicamente quer te encontrar em um jantar, fora do horário comercial, para falar de trabalho?

Minha mãe falando assim soou como se tivesse algo errado.

-Sim, é só sobre trabalho.

-Okay, você já é adulta e sabe o que faz.

Não consegui entender a relutância dela sobre essa proposta.

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