XII- Entrevista

"De uma coisa eu sei, decidi confiar, o invisível por certo se revelará

Então verei o que Deus preparou para mim"

P.O.V Taís

Quando cheguei no escritório essa manhã não conseguia parar de pensar na notícia que minha mãe nos deu ontem, Aaron e Alex vão passar o final de semana conosco, eu não sabia o que pensar disso, Aaron é super agradável e simpática, algumas vezes acompanhei minha mãe quando ela viaja para ficar com ele ou ajudar a tia deles, e mesmo sofrendo tudo o que sofreu ele sempre me fazia rir e pensar que a vida é boa!

Já seu irmão...

Evito pensar no Alex para não ter indigestão com o café da manhã.

Ao menos eu teria uma boa distração e desculpa para ignorar ele, com minha nova *discipulada*, já que eu havia marcado com ela no sábado.

Meu coração era limpo para perdoar qualquer um, só que no mundo só havia uma pessoa que testava meus limites, Alex, ao menos agora ele tem concorrência com meu noivo. Agora Ex...

"Papai me ajuda a liberar perdão!" Peço em silêncio.

Meu celular começa a tocar me trazendo de volta a realidade, confiro o visor e a chamada era de um número desconhecido, meu coração palpita ao lembrar que poderia ser a reunião com o Tal Sr.Cooper.

-Oi, bom dia!

-Olá, gostaria de falar com a Srta. Taís Ferreira.- A moça responde com muita educação.

-Sou eu...

-Ah, sim. Muito prazer Taís, meu nome é Beatriz e eu estou ligando em nome do Dr. Cooper. É a respeito de uma reunião que a senhorita pediu na cidade de São Geraldo, confere?- Eu sabia!

-Sim, claro.

-Ótimo, nós não costumamos abrir exceções, mas como a senhorita foi muito bem recomendada o Doutor Cooper irá recebê-la, temos hoje um horário às 13:30h, a senhorita consegue vir?

-Claro, estarei aí.

-Marcado então. O seu nome já foi registrado na recepção, então favor trazer um documento com foto para cadastro e acesso ao Edifício, o doutor vai atendê-la no 8° andar, sala 3. - Porque eles insistiam em chamar o homem de doutor eu não conseguia entender, até parecia que eu estava marcando uma consulta médica.

Olho no meu relógio e já estava bem próximo ao horário de almoço, me lembro que estou um caos essa semana, nem no salão eu fui fazer a sobrancelhas, pode ser algo bobo, mas se vou pedir um investimento milionário eu preciso no mínimo me vestir como alguém que possa gerir isso.

Mando mensagem urgente para o salão que costumava ir e por sorte toparam me atender em cima da hora, antes passo em casa para me trocar, a rasteirinha que eu usava com a blusa de malha também não eram adequados a uma entrevista nem apresentação.

Opto por usar um traje bem social, uma blusa vinha para dar cor em baixo de um terninho preto comum, coloco uma sandália de salto preta e prendo meu cabelo num rabo de cavalo, a maquiagem também é bem leve para dar um ar mais arrumadinho sem sair do natural.

O prédio ficava numa área hospitalar da cidade, era bem alto e imponente. Chego até a recepção para me identificar conforme fui informada, após entregar minha carteira de identidade e tirar uma foto para o computador de registro do prédio a moça permite minha passagem, olho para um painel que ficava exposto de alumínio indicando que naquele prédio tinha no mínimo umas 10 empresas diferentes, e o 8° andar pertencia ao Machaera Group, que nunca ouvi falar.

A descrição da empresa estava junto com a logo, mas em letras miúdas, tento ler enquanto caminho em direção ao elevador, mas desisto quando percebo que o mesmo já estava parado no térreo apenas me esperando, desisto de tentar intender o olhar estranho do segurança para mim, às vezes estão julgando que eu sou doida, mas acho que estava escrito algo de investimentos e tecnologia, quando estou prestes a selecionar meu andar outro homem entra e tenta apertar o botão junto comigo, nós dois voltamos as mãos para trás para dar liberdade ao outro.

-Perdão.- Ele se adianta estendendo a mão para o painel e eu aperto o número 8.

-Acontece...

Fico olhando para frente enquanto o elevador se fecha.

-É um prazer revê-la, Taís.-Olho melhor para o homem e um flash de memória me surge do homem bonito que esbarrei no carro. Ele vestia terno e carregava uma pasta de couro.

-Nossa, eu quase não te reconheci, e você se lembrou do meu nome...

-Sim, sou ótimo com nomes.- Ele responde sorrindo.- E não poderia esquecer o nome de uma mulher tão bonita.

-Obrigada.- Respondo com as bochechas queimando de vergonha.- Você trabalha aqui?

Ele balança a cabeça em afirmativo.

-E suponho que seu carro esteja bem já que você não me ligou...

-Eu não tive muito tempo para pensar nisso, na verdade, mas o carro estava ótimo demais e seria injusto já que vi o seu estado naquele dia...

-Bom, se eu errei eu tinha que pagar mesmo que não estava num bom dia.

-Você não estava tão errada quanto pensa. -Ele passa a mão pelo maxilar.- Vou confessar que estava mexendo no celular enquanto dirigia, por isso não olhei o espelho retrovisor.

Nós dois rimos.

-Tirou um peso da minha consciência, contei o que aconteceu para minha família e ouvi que sou "lerda", suponho que já posso recobrar meu orgulho.

-Um pouco dele...- Ele faz um gesto de mínimo com as mãos.

Quando finalmente o elevador alcança o andar, as portas se abrem fazendo meu coração bater forte com a lembrança que meu destino está para ser escrito aqui.

-Até mais!- Falo para o homem enquanto saía em direção a recepcionista.

A mulher se levanta com pressa ao nos ver.

-Dr. Cooper!- Olho ao redor para ver se não tinha entendido errado.-Eu já providenciei outro cabo para seu computador, peço desculpas pelo inconveniente.

*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***