P.O.V Alex
Eu já tinha minha equipe em mente, eram simplesmente os melhores. Nosso guerra era silenciosa, não era do tipo que se notícia nas telas da Tv, mas dessa vez era diferente, essa minha equipe das forças especiais já fez operações em comunidades, mas jogo rápido, o problema é quando o assunto é mortes, difícil de esconder da imprensa, a comunidade nos chama de assassinos mas só fazemos o nosso trabalho, fogo contra fogo, posso garantir que quem morre não é inocente.
Em geral assumimos os trabalhos que exigem discrição absoluta, analisamos a situação como guerrilha e só depois atacamos direto no alvo, sem distração, sem contratempos, somos aqueles que andam pela sombra e não deixam rastro, seja para resgatar ou matar.
À tarde me reúno com os colegas conforme apresentados e dois superiores que vieram discutir o comando, falamos sobre estratégias, providenciamos equipamentos e tudo conforme necessário. Também enviamos o perfil das vítimas para a central analisar se havia alguma similaridade para prever o próximo alvo.
Volto para o apartamento com a cabeça cheia, dispenso a cuidadora Maria e vou direto para o banho, me ajudava a pensar, não sei quando tempo se passou exatamente mas escuto Aaron gritar do outro lado da porta.
-Oi, tudo bem aí?- Não respondo e continuo analisando mentalmente a situação.
Depois de um tempo escuto Aaron cantar uma música sem sentido ou melodia, depois ele começa a gritar novamente.
*Pelas imagens na esquerda teria mais ponto cego, o terreno vazio...
-MANO DESCULPA, MAS EU TENHO QUE COMER!- Tento ignorar novamente mas fome é fome.- SE EU PUDESSE EU MESMO FARIA MINHA COMIDA, MAS EU NÃO ESTOU EM CONDIÇÕES...- Aaron continua a gritar do outro lado da porta e me convence no argumento, já é difícil demais ser dependente das pessoas, implorar por comida é humilhação.
M****, eu não devia ter deixado ele vir, não sirvo para ser babá.
Desligo a água e saio com uma toalha amarrada na cintura.
-Deveria ter me dito antes que estava na hora da sua janta...-Provoco como se ele não tivesse gritado esse tempo todo que eu estava no banho
-Você passou duas horas no banho, deveriam te processar por desperdiçar tanta água.- Ignoro enquanto vou na cozinha conferir o que já temos pronto.
Maria parece que fez um ótimo trabalho, além de cuidar do Aaron ela deixou comida pronta na geladeira com um recadinho, subiu no meu conceito. Tiro as panelas que ela havia guardado e algumas verduras para uma salada fria.
-Eu gostei da Maria, ela fez uma faxina em algumas coisas aqui e deixou comida pronta, ela disse que eu não dei trabalho e ela fica entediada sem fazer nada.- Ele faz uma pausa quando se move para a porta da cozinha -Uau, quando você cresceu tanto?
Me viro e Aaron fica observando meu corpo.
- Maninho, quando você falava que estava ocupado eu achava que não queria falar comigo, mas posso ver que devia estar ocupado na academia.
Olho para meu abdômen trincado e não sinto o mesmo orgulho que sempre senti...
P**** de vida injusta do C*#4***! Queria não ter saído do banheiro só de toalha.
-Ossos do ofício, ou você acha que ser um soldado é fácil?!- Tento não dar importância ao comentário.
-Ainda assim, é de se admirar, não é todo mundo que tem disciplina para alcançar um corpo assim. E eu sei que você não é só um soldado, eu só queria entender exatamente o que você é.
-Não há nada que eu queira que você entenda Aaron.
-Você é um daqueles que usa fuzil com mira a laser, capacete de visão noturna e roupa preta camuflada, tipo Tropa de Elite?-Ele insiste mais como afirmação do que pergunta.
"Quase isso, mas bem diferente disso", penso mas guardo a resposta para mim.
-Vou vestir algo.- Falo para encerrar o assunto.
Vou até meu quarto e pego a primeira combinação de roupas que encontro na mala. Minha tia Helena era a única em quem eu confiava para dizer um pouco sobre meu trabalho, mas só o que está disponível para todos os curiosos pesquisarem sobre o batalhão, e ainda assim ela não podia imaginar nem a metade. Nós nunca comentamos nada a respeito com meu irmão. Aaron tem apenas uma noção do meu trabalho, ele sabe que eu arrisco a minha vida todos os dias, e isso é tudo o que ele sabe.
No acidente que meus pais faleceram, Aaron ficou gravemente ferido, bateu a cabeça e fraturou 3 discos da coluna cervical ficando tetraplégico, possui apenas alguns movimentos na mão e reflexos no braço, ele lutou entre a vida e a morte por quase dois anos até finalmente ir para casa. Mas ele sempre se esforçou para não ser visto como uma vítima da vida, continua dando todo o crédito da medicina a um ser superior egocêntrico e genocida. Meu irmão tem a própria guerra e não precisa saber sobre a minha.
Volto para a cozinha e termino nosso jantar. faço primeiro o prato dele e me sento ao seu lado para lhe dar na boca.
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Atualizado até capítulo 20
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