Para Você Eu Digo Sim
*13 anos antes...*
P.O.V Alex
-[...] E todos digam Amém!
O pastor falou encerrando a bênção apostólica. Eu já não aguentava mais esperar, Não é que eu não goste de igreja, mas eu estou louco para ir para a casa do Thiago estreiar os novos jogos, meu melhor e talvez único amigo, crescemos juntos devido a amizade de nossos pais, sabe, e como eu estou de férias vou poder passar uma semana na casa dele, falando assim eu pareço uma criança, mas tenho 14 anos, já sou bastante maduro.
Pego minha bíblia e minha pequena mala de mão, dou um abraço na minha mãe.
-Juízo.
A única coisa que ela diz enquanto meu pai ignora a situação completamente alheio. Eu discuti com ele mais cedo e acabei dizendo coisas que não se deve dizer. Deveria ter pedido perdão mas simplesmente fui até o meu quarto e bati a porta, sim, estou errado e Deus não se agrada. Mas que fique entre nós, eu não sou tão religioso, só venho á igreja porque minha mãe obriga.
Aceno para meu irmão que agora conversa com o pessoal do grupo de louvor, ele me devolve o aceno e volta a prestar atenção no que uma menina estava dizendo.
Vou até a frente da igreja, no caminho me despedindo de alguns irmãos, encontro o Thiago acenando em frente ao carro de seus pais, caminho até lá, sua família já estava aguardando, isto é, seus pais e sua irmã mais nova, a Taís, ou como eu gosto de chama-la, Tatá.
O caminho até a casa é rápido, não demorou nem 10 minutos.
Eu sempre achei a casa do Sr.Martin muito bonita, ele e a esposa tem bom gosto, subo com Thiago até seu quarto, e os seus pais ficam por ali mesmo, jogo minha bolsa em um canto qualquer.
- Está com fome?
Thiago me pergunta se jogando na cama.
- Não, valeu.
- Bora jogar algum jogo agora?
- Não, deixa para amanhã...- Faço um Bocejo.
- É medinho de perder?
- Eu não tenho medo de nada, só quero te poupar da humilhação.
Ele joga um travesseiro em mim, mas eu agarro e jogo de volta nele, corro pego o outro travesseiro na cama e nos dois começamos uma guerra, ele acerta bem no meu rosto, eu não sou de brigar, pelo contrário, na escola sou um saco de pancadas, mas como só estamos nos dois, resolvo abrir uma exceção. Agora, sem o travesseiro, estávamos distribuindo socos e chutes, as dores eram ocultadas com os sorrisos e a adrenalina do momento.
- Parem!- Olhamos para a Tatá parada na porta.- Ou eu chamo minha mãe, ela não gosta desse tipo de brincadeira.- Ela completa.
- Você não teria coragem.- Eu digo por impulso. A mãe deles é bastante rígida, até eu tenho medo, ela não vai gostar de saber que o filho está brindando de lutinha no quarto.
- Mãe!- Ela grita, e eu corro tapando a boca dela antes que ela grite de novo- humm humm.-Ela resmunga e morde minha mão.
Eu a solto e peço ajuda ao Thiago que está em uma crise de risos ainda deitado no chão, ele só balança a cabeça e sei que não vai fazer nada com a irmã, mas se ele não vai, eu vou!
Olho de volta para a Tatá, e ele dá um sorrisinho sapeca e corre, ela tem 11 anos mas isso não vai me impedir de aprontar com ela, corro atrás dela que entra para dentro de seu quarto e tenta fechar a porta mas só tenta, eu sou mais rápido e coloco o pé no vão, ela vai dando passos para trás, eu entro e fecho a porta trancando-a em seguida, agora essa pirralha vai aprender a não me ameaçar, coloco a chave no bolso e ela encosta na parede.
- O que você vai fazer Alex?
Confesso que ainda não tinha pensado nessa parte, mas algo me surge a mente, caminho em direção a ela que agora vai dando passos para o lado até tentar correr, mas eu a agarro e jogo-a na cama, em seguida subo em cima dela e começo a fazer cócegas e ela começa com gargalhadas que por mim eu passaria a vida toda ouvindo
- Pa-para... para -Ela pedia sem conter as risadas.
Eu finalmente resolvo que já deu por hoje, ambos estamos cansados, ainda sobre eu começo a reparar os detalhes de seu rosto ainda um pouco infantil, seus olhos cor de mel e seu cabelo cor de ouro, ofegante ela tentava recuperar o ar olhando dentro dos meus olhos, ela é uma menina muito bonita, e eu queria que ela tivesse minha idade quem sabe. Temos três anos de diferença, e daí?! Esses pensamentos são ridículos, fecho os olhos tentando evita-los, mas fica difícil enquanto eu ainda estou sobre ela, mas eu não tenho vontade de sair, se eu pudesse só abraçá-la já me daria por satisfeito."-NÃO- "grito para o meu subconsciente idiota, ela é só uma criança! E eu sou o que, Adulto?! Me questiono. Talvez tenha sido por um súbito barulho de assovio explodindo no meu ouvido, ou apenas os hormônios. Nós nos beijamos, meu primeiro beijo, eu não sabia o que estava fazendo mas apenas fiz, uma sensação incrível, como se o mundo estivesse girando e milhares de fogos explodindo em volta.
Alguém tentou abrir a porta. Nos separamos com o susto, me levantei rapidamente e a Taís se encolheu na cama, suas bochechas vermelhas, imagino que as minhas estão mais ainda, sou tirado de meus devaneios quando alguém novamente tenta abrir a porta. Foi uma boa idéia trancá-la.
- Ei, vocês morreram ai dentro ou o que?- Era a voz do Thiago um pouco abafada.
Eu destranco e saio tentando parecer normal. Thiago me olha desconfiado.
- O que vocês estavam fazendo ai? Eu escutei risadas e depois parou.
- Eu fiz cosquinhas nela e depois ficamos tentando recuperar o fôlego.
- Você ainda está sem fôlego.- Ele comentou, eu nem tinha reparado que minha respiração estava descontrolada, demos de ombro e íamos voltando ao seu quarto, o arrependimento começou a tomar conta de mim, afinal, não faz muito tempo que saímos da igreja, mas foi umas das melhores sensações que já senti, não acho que foi certo, e ainda deixei a menina assustada e sozinha, sai fingindo que nada aconteceu.
A noite mal consegui dormi, sentia meus lábios formigando apenas com a lembrança do beijo só que mais do que isso meu coração estava angustiado, e confesso que tive vontade de chorar, e foi assim que acordei, chorando, eu nunca fui disso, já estive outras vezes aqui e nunca acordei assim. Eu acho que deve ter sido algum sonho que não consigo lembrar, e o horário era mais cedo do que o que eu costumo acordar, o pessoal ainda deve está dormindo, vou ao banheiro fazer minhas necessidades mas resolvo usar o do andar de baixo para não acordar ninguém, pego apenas minha escova de dente e desço, viro o corredor em direção ao banheiro e encontro a Sra. Martin chorando com o telefone agarrado ao peito, eu acho que é um momento delicado e que com certeza não é da minha conta, vou dando passos para trás tentando fazer com que ela não perceba minha presença, o que só piora a situação, eu esbarro em um vaso de flor e acabo o derrubando
- Desculpa, foi sem querer...
- Tudo bem meu querido, esqueça isso, eu preciso...- Ela para a frase e
desesperada me abraça.
- Eu sinto muito Alex.- E ela começa a chorar, será que dá para ficar mais estranho?
- Olha, eu sei que vai ser difícil para você...- Ela tenta controlar o choro - Mas saiba que sempre vai poder contar com a gente...
Certo, mas eu ainda continuava perdido sem entender nada.
- Infelizmente, ontem na volta para a casa, sua família sofreu um acidente...
Eu já não escutava mais o que ela dizia, meu mundo desmoronou ao ouvir àquelas palavras.
- Eles estão bem?! Eu sei que estão...
minha voz sumiu, a sensação de que minha garganta estava se fechando, a visão ficando turva, como se durante o sonho eu acordasse com um pulo pensando que estava caindo da cama, mas a sensação não vai embora, ah não, ela é mil vezes pior.
***
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Cris Corrêa
Estou muito feliz por ter encontrado vc,sou cristã e amo ler mais esses romances que tem por ai é muito fora do padrão cristão,que Deus te ilumine pra que vc escreva mais e mais histórias assim,vou compartilhar com o maximo de pessoas que puder,por favor ñ demore aatualizar.bjs no seu❤
2022-07-08
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