capítulo 19

SOPHIE LOPES

— Aí Droga. — Levei o dedo a boca para amenizar a dor, tinha o queimado na frigideira. Por que fazer ovos era tão difícil? Essa gema estoura toda hora. Eu preciso aprender a cozinhar.

Desliguei o fogão e abri a geladeira em busca de alguma coisa que me salvasse. Eu era um desastre até tentando ser romântica. Para minha sorte Elisa tinha várias frutas. E se eu fizesse uma salada de frutas? Não deve ser tão difícil fazer um leite e colocar frutas cortadas dentro.

— Você quer ajuda? — Me virei assustada e vi um homem moreno e todo arrumado sentado no balcão. — Me desculpa te assustar. Eu sou o Mateus.

— Ah nossa, a Elisa fala tanto de você. — Me aproximei e o cumprimentei beijando seu rosto.

— Finalmente eu estou conhecendo a famosa "Soph não quer ficar comigo". — Ele era um tanto irônico. Sorri sem graça. — Eu estou brincado tá? A Elisa já falou tanto de você, que sinto como se nos conhecêssemos.

— Ela é maravilhosa. — Sorri boba. — Posso te perguntar uma coisa?

— Pode.

— Você sabe o que a Elisa gosta de comer no café da manhã? — Falei meio sem graça.

— Relaxa, a Elisa come qualquer coisa. Apesar de ser modelo eu nunca a vi fazendo nenhuma dieta maluca. O que você está pensando em fazer?

— Salada de frutas, ovos e... Não sei ainda. — Apontei para os ovos na frigideira.

— Cozinhar não é o seu forte né? — Ele literalmente riu dos meus ovos. Poxa, eles estavam até bonitinhos. — Faz assim. Esquece essa ideia de ovos e salada de frutas. Faz um café na cafeteira, uma torrada na torradeira, pega uma geleia na geladeira e corta algumas frutas. Assim você só precisa colocar no equipamento e vai sair pronto. Tenho certeza de que tem algum suco pronto se você precisar também.

— Ótima ideia. Obrigada. Você gosta de cozinhar? — Comecei a preparar o café. O que na verdade era só colocar uma cápsula e já saía pronto.

— De nada. Eu aprendi a me virar com o tempo. Fora que a Elisa é fácil de agradar. Ela pode ser muito ingênua às vezes. — Tá, eu entendi que ele estava jogando uma indireta.

— Sei que você se preocupa com a Elisa, mas eu só quero o bem dela Mateus. Sei que fui uma idiota, não devia ter sido tão covarde. Eu juro que não quero magoá-la. Eu a amo.

— Sabe, a Elisa já passou por muita coisa. A morte do pai dela a deixou muito mal. Depois viajar desde cedo para manter a família como modelo. A tia Cláudia estava desempregada na época e a Elisa deixou o seu curso de estilista para seguir carreira de modelo. Ela sempre colocou os outros acima das suas vontades. Ela faz isso o tempo inteiro. Não conheço ninguém tão bondosa, solidária e simples como ela. Se você a magoar, eu vou te caçar pessoalmente. — Ele sorriu apesar da ameaça.

— Eu a admiro tanto quanto você, Mateus. Sei que só está fazendo seu papel de melhor amigo, mas pode ficar tranquilo. Eu a amo como nunca amei ninguém na vida. Quero fazê-la sorrir a todo momento. Quero apoiá-la nos seus sonhos. E agora que ela me aceitou de volta eu não vou desperdiçar essa oportunidade.

— Ok. Já que estamos kits, eu vou te ajudar a preparar esse café da manhã. — Ele tirou seu paletó e foi em direção ao armário. Pegou algumas fatias de pão e colocou na torradeira. Ele era um cara legal, apesar das ameaças. Mas se fosse com a Lara eu faria a mesma coisa, talvez até pior. Lara? Onde ela estava? Será que ela foi para casa ontem. Peguei meu celular e disquei seu número. Ela não atendeu. Bom, ela disse que sairia cedo pra encontrar uma amiga. Vou ligar depois.

ELISA FRANCO

Que sonho bom. Não quero acordar, tem sido assim nesses três últimos dias. Eu sonho com a Sophie dizendo que me ama, fazemos amor e quando acordo ela não está mais aqui. Abro meus olhos só para ter certeza de que ela não está aqui. Mas para minha surpresa Sophie aparece na porta.

— Oi, princesa. — Ela entra no quarto com uma bandeja cheia de comida. Ela realmente está aqui. Então não foi um sonho.

— Somos namoradas? — Pergunto agitada.

— Desde que eu fiz o pedido e você aceitou. Acho que sim. — Ela sorriu. Me levantei da cama e me joguei em seus braços. — Elisa a bandeja vai cair. — Ela colocou a comida na mesa e me abraçou.

— Eu não me importo. Tudo o que eu quero é ficar assim com você.

— Amor, eu te amo tanto. — Eu nunca iria me cansar de ouvir Sophie dizendo que me ama. Esperei tanto tempo por esse momento.

— Eu também te amo Soph. Te quero tanto. — Beijo seus lábios e ela me corresponde com intensidade. Coloco minhas mãos em sua cintura e aperto.

— Amor, vamos nos atrasar. — A morena tenta argumentar. Coloco ela na cama e me deito em seu corpo.

— Não se formos rápidas. — Ela dar gargalhadas e volta a me beijar. Essa é, sem dúvida, a melhor manhã da minha vida.

— Lizzy, eu fiz o seu café da manhã. — Chupo sua orelha e ela geme baixo.

— Obrigada amor, mas vamos começar pela sobremesa.

— Você está me deixando excitada Lizzy.

— Essa é a intenção princesa. — Coloco minha mão na sua coxa e aperto. Depois acaricio seu bumbum.

— Tira minha roupa por favor.

— Não bebê. Você já fez sexo com roupa?

— Não.

— Então observe. — Beijo seus lábios e suspendo sua camisa, apenas o suficiente para que ela sinta a temperatura do meu corpo no seu. Apoio um dos meus braços na cama. Desço minha mão lentamente até a sua virilha e acaricio por cima da sua calça.

— Amor... — Sophie reclama.

— Tenha paciência princesa.

— Pensei que seríamos rápidas.

— Esse é o mais rápido que vamos fazer. — Coloquei meus dedos por entre a calcinha de Soph e brinquei com seus lábios vaginais. Passei um tempo me dedicando aquela área. Tudo sem parar de beijá-la. Fiz círculos ao redor do seu clitóris e depois repeti o movimento na sua entrada.

— Já chega. Você vai parar de me torturar agora. — Sophie se mexeu tão rápido que eu não percebi o momento que ela já estava tirando sua roupa e ficando nua em cima de mim. — Quero sentir todo o seu corpo amor. — Ela colou nossos seios e me beijou intensamente. Me sentei e Sophie estava no meu colo, era quase como se fôssemos uma só. Aproveitei o acesso que ela me proporcionou e coloquei um dedo em seu interior. Ela gemeu baixo.

— Está tudo bem? Eu estou te machucando? — Já estava tirando o dedo quando ela segurou minha mão.

— Nem pense em fazer isso Elisa. — Voltei a penetrá-la até que ela estivesse pronta. Coloquei mais um dedo.

— Assim amor, eu gosto assim. — Tomei um dos seus seios em minha boca, enquanto a penetrava lentamente. Usei meu polegar para estimular seu clitóris. Ela estava perto. — Só não para, por favor.

— Não vou parar princesa. — Sophie acelerou os movimentos do seu quadril. Ela estava literalmente cavalgando na minha mão. Que visão espetacular. — Elisa, eu não aguento mais. Preciso gozar.

— Você me dá muito tesão. Adoro seus gemidos e gritos de prazer. Você está perfeita sentada em minha mão. — Ela correspondia aos meus elogios com muita intensidade. Soph nunca tinha estado tão relaxada e entregue quanto naquela manhã. Sua respiração ficou descompassada e ela gemeu mais alto. Aquele som era estimulante demais. Sophie se movia desesperadamente, suas mãos estavam apoiadas no meu ombro e tinha certeza de que deixaria marcas, mas eu não me importava. Seriam marcas de descontrole e paixão. Um prazer que era todo meu e que eu queria que durasse pra sempre.

SOPHIE LOPES

— Soph, você me ouviu?

— O que?

— Nossa amiga, você tá em outro mundo.

— Desculpa Flá, o que você disse?

— A sessão já acabou, todos os modelos já foram embora e eu queria saber se

você aceita jogar futevôlei com a gente.

— A gente quem?

— Eu, a Lara e o Rick. Acorda Soph. Quem mais poderia ser? A não ser é claro, que você queira chamar a Elisa.

— Você acha que ela iria gostar?

— É claro amiga. Liga logo pra ela.

— Está bom, eu vou ligar.

— Ok, eu vou trocar de roupa.

— Espera Flá. Você pode pedir pra Lara vir até aqui. Eu não vejo essa criatura desde ontem.

— Está bem. Mas só se você me contar o que aconteceu entre você e a Elisa ontem.

— Você é muito curiosa Flá. O importante é que estamos bem, na verdade somos namoradas. — Flávia começou a saltitar e bater palmas.

— Eu sabia, eu sabia que vocês seriam um casal. Estou muito feliz amiga.

— Eu também estou. Ainda não acredito que isso está acontecendo. Nunca me senti assim. Tão...Tão...

— Apaixonada.

— Sim. Muito apaixonada. — Flá veio até mim e me abraçou forte.

— Aí amiga, você merece. Eu shipo tanto vocês. Já consigo até imaginar um nome perfeito #sophisa.

— Sophisa?

— Sim, ficou perfeito.

— Se você está dizendo. — Rimos.

— Agora, liga para Elisa logo que eu quero sair. — Flávia saiu do escritório e por coincidência, Elisa tinha me mandado uma mensagem.

— Princesa, estou na loja terminando algumas coisas. Você quer sair hoje?

— Amor, quer ser minha dupla no futevôlei?

— Sim. Vamos arrasar.

— Vamos ser invencíveis. Todo pessoal vai estar lá. Se quiser pode levar seus amigos também.

— Ok, vou chamar o Mateus e a Renata. Nos encontramos na praia em uma hora. Pode ser? — Por que ela iria chamar aquela piriguete? E pior, elas estavam juntas?

— A Renata?

— Sim amor. Lembra que almoçamos juntas hoje? Ela está resolvendo um problema aqui na loja. Esqueci de te falar. Ela é advogada e vai me ajudar a comprar a outra parte da loja.

Era só essa que me faltava. Aquelazinha e minha namorada passando tempo juntas. Se ela ousasse tentar alguma coisa com a Elisa eu iria quebrar a cara dela.

— Que bom amor. Mas você precisa realmente chamar ela?

— Sim amor. Renata é minha amiga e vai ser bom vocês se conhecerem. Ela é muito legal.

Elisa só podia estar louca se achava que eu queria conhecer aquela sirigaita.

— Depois resolvemos isso amor. Veste seu biquini sensual e vem me encontrar.

— Mudar de assunto era a melhor opção. Nada estragaria meu bom humor.

— Ok bebê. Até depois. Te amo.

— TE AMO. — Lara entrou no meu escritório e se sentou na minha frente sem falar nada. Respondi Elisa e depois a encarei.

— Para de me olhar assim Soph.

— Posso saber onde passou a noite mocinha?

— Eu não tenho 15 anos Sophie.

— Eu sei, mas você me deixou preocupada.

— Nem é para tanto Sophie. Até porque eu passei a noite no mesmo lugar que você.

— Você dormiu na casa da Elisa?

— Dormir talvez não seja a palavra correta.

— Lara, o que você aprontou?

— Nada.

— Me conta agora. — Ela sabia me irritar.

— Só conheci um carinha. Dançamos, bebemos e depois dormimos.

— O que?

— Dormimos

— Lara, eu não estou entendendo.

— Dormimos juntos. — Ela falou sussurrando.

— Você está louca Lara? — Me levantei desesperada.

— Sabia que você ficaria assim.

— É claro. Você sumiu a noite inteira e o dia também. Depois me conta que dormiu com um desconhecido. Como queria que eu ficasse?

— Você também sumiu Soph. E nem vem me enrolar porque eu sei muito bem o que estava fazendo.

— É diferente. Você ao menos sabe o nome desse cara? Você usou proteção?

— Eu não lembro o nome dele, mas você acha que eu sou louca? É claro que usei proteção.

— Ao menos isso. E por que não te vi hoje pela manhã?

— Eu saí antes que ele acordasse. Fiquei morrendo de vergonha. Nunca fiz isso antes, meio que fiquei sem saber o que fazer.

— Mas você está bem? Ele te machucou? Porque eu posso mandar...

— Soph, não seja possessiva. Eu estou bem. Ele foi muito carinhoso. Talvez até demais.

— Por que você está falando isso? Está interessada?

— Não sei. Eu só gostei. Foi diferente.

— Como diferente? Você nem lembra o nome dele.

— Eu não perguntei o nome dele tá. Essa é a verdade.

— Nossa Lara, você está aqui toda rendida por um cara que nem sabe o nome. Ele pode ser qualquer um.

— Não Soph, ele era diferente.

— Como pode ter certeza?

— Eu só sei.

— Não estou gostando dessa conversa.

— Você gostando ou não, eu já sou uma mulher Soph e faço sexo.

— Vamos mudar de assunto por favor?

— Que foi Soph, só porque eu disse que faço sexo?

— La... la... la... la.... — Coloquei a mão no ouvido.

— Sexo bom e selvagem.

— La... la... la... la.... eu não quero ouvir.

— Idiota.

— Oferecida.

— Aí você ofende.

— Só falo verdades.

— Eu te amo sua chata.

— Também te amo pequena. Agora vai se arrumar que estamos atrasadas para o passeio na praia.

— A Elisa vai?

— Sim. Por quê?

— Nada, só quero perguntar umas coisas dela.

— Você quer saber o nome dele né?

— Eu vou me arrumar.

— Lara, volta aqui.

— Até depois Soph. Beijos.

— Lara! — Ela fechou a porta e me deixou falando sozinha. Agora mais essa. Minha irmã, minha irmãzinha estava apaixonada. Se eu pegasse esse desgraçado. Faria picadinho dele. Espero nunca conhecê-lo.

ELISA FRANCO

Estacionei meu carro e peguei minha bolsa.

— Isso sim é que é vida. — Mateus falou observando as ondas no mar.

— Aqui é incrível.

— Agora entendo por que você comprou uma casa aqui.

— Nossa, faz tanto tempo que não venho a praia. — Renata falou enquanto

calçava suas sandálias.

— Vocês vão adorar o futevôlei. O pessoal é bem divertido.

— É disso que eu estou precisando. Diversão.

— Renatinha, Renatinha. Você não é mais a mesma. — Mat. brincou.

— Esse tempo já passou Mateus. Agora eu sou uma moça para casar.

— Essa eu só acredito vendo. — Brinquei.

— Você vai ver senhorita Franco Lopes. — Renata começou a me chamar assim desde que contei sobre Soph.

— Vamos logo que eu quero jogar. — Mateus saiu caminhando na frente e eu e Renata o seguimos. Não demorou muito e eu vi Soph. Ela estava deslumbrante em seu biquíni verde florescente que contrastava com sua pele bronzeada.

— Minha namorada.

Ainda não tinha caído a ficha. O que ela tinha de linda ela tinha de ciumenta. Seu olhar não estava muito simpático e eu sabia o motivo. Ela não gostava de Renata. Coloquei meu melhor sorriso e continuei seguindo em sua direção. Quando cheguei bem próxima da minha princesa a abracei e beijei sua boca gostosa. Ela me beijou com muita vontade. Como se marcasse território. Me segurei para não rir daquela situação.

— Senti sua falta. — Sussurrei em seu ouvido.

— Eu também meu amor. O tempo todo. — Nos beijamos de novo.

— Nossa, vocês são perfeitas juntas. — Renata falou.

— Sei que vocês se conheceram ontem, mas Renata, essa é minha namorada Sophie. — Percebi a cara de satisfação que a morena lançou para minha amiga quando a chamei de namorada. Ela era tão fofa com ciúmes. — E Soph, essa é minha amiga Renata. Trabalhamos no mesmo desfile ano passado. Mas agora a Re é advogada.

— É um prazer de novo Sophie. — Renata estendeu a mão e dessa vez Soph aceitou seu cumprimento. Respirei aliviada.

— Elisa, você veio. — Lara veio correndo em minha direção e me abraçou.

— Oi, Lara. Tudo bem? Como foi a viagem?

— Foi ótima. Estou adorando voltar ao Rio. Oi, me chamo Lara. — Renata cumprimentou Lara e beijou seu rosto.

— Oi, sou a Renata.

— É um prazer Renata. Você mora aqui?

— Sim, a um ano.

— Nossa, que legal. Eu morei aqui durante minha infância e adolescência, mas já moro em São Paulo a 5 anos. A Sophie... — Lara, como sempre estava bem falante. Mas parou de falar e ficou estática.

— Oi, gente. Nós vamos começar a jogar ou... — Mateus apareceu atrás de mim.

— Esse aqui é o Mateus. Ele é meu melhor amigo. Nossa, como é incrível que finalmente vocês estejam se conhecendo.

— Oi. — Soph abraçou o Mat. — Nos conhecemos essa manhã. Ele me ajudou a fazer o seu café.

— Sério Mat.? — Perguntei. Mas ele não respondeu. — Mateus?

— Oi, o que?

— Você ajudou a Sophie a preparar um café da manhã para mim?

— Sim, mas ela fez a maior parte.

— Se não fosse por você eu teria feito um ovo destruído e frutas mergulhadas no leite. — Todos rimos.

— Mat., essa é a Lara. Irmã da Sophie.

— Oi. — Lara falou tímida, bem diferente de alguns minutos atrás. Que estranho.

— Oi. — Mat. a cumprimentou com um beijo no rosto. Meu amigo também parecia desconfortável.

— Ei, galera. Vamos jogar. — Rick chegou todo espalhafatoso como sempre e me abraçou. Depois abraçou a Renata como se já a conhecesse.

— Oi, me chamo Rick. Você quer ser minha dupla? Geralmente eu sempre ganho. Então você está preste a fechar um bom negócio.

— Coitado. Hoje você vai perder porque a Elisa aceitou ser minha dupla. — Sophie se gabou.

— Assim não é justo. — Todos rimos.

Depois das devidas apresentações formamos nossas duplas e começamos a jogar. Eu e Soph ficamos no banco enquanto Lara e Mateus jogavam contra Renata e Rick.

— Cadê a Flávia? — Perguntei.

— Ela vai se atrasar um pouco. Na hora que estávamos saindo o seu orientador ligou pedindo alguns documentos.

— Será que ela ainda vem?

— Acho que sim. Era coisa rápida. Como foi seu dia amor? — Soph segurou em minha mão.

— Foi produtivo. A loja está muito perto de ser inaugurada. A Renata conseguiu convencer os donos a me venderem a parte de cima. Até agora não sei como ela fez isso.

— Ela parece perfeita. — Soph tinha um tom irônico.

— Você é perfeita. — Me aproximei e beijei seus lábios.

— Isso é golpe baixo. — Reclamou.

— Mas é a verdade. Você é perfeita pra mim.

— Como eu senti sua falta. — Sentei-me em seu colo e ficamos nos acariciando enquanto aguardávamos nossa vez de jogar.

SOPHIE LOPES

A tarde estava sendo perfeita. Principalmente porque eu e Elisa estávamos ganhando. Era incrível jogar com ela. Além de jogar bem, minha namorada me beijava a todo momento e eu estava adorando. Dessa vez Lara e Mateus eram o nosso time adversário. Era a final. Renata e Rick estavam sentados. Mais ou menos porque Rick ficava dando dicas para o Mateus. Eles tinham se dado super bem e Henrique odiava perder. Flávia tinha chegado a alguns minutos e estava conversando com Renata. As duas pareciam falar sobre algum assunto bem divertido porque sorriam bastante. Me concentrei no serviço. Esse poderia ser o ponto final. Elisa me olhou e falou.

— Se concentra amor. Eu acredito em você.

Respirei fundo e chutei na direção do Mateus. Eu ensinei Lara a jogar então não me arriscaria a chutar pra minha irmãzinha. Mateus recepcionou mal como eu tinha previsto. Lara apenas devolveu a bola. Elisa recebeu e passou pra mim. Devolvi com força, mas Lara se adiantou e passou para Mateus que colocou a bola no fundo da nossa quadra. Agora eles estavam a um ponto de vencer. Mateus ergueu Lara e a girou no ar. Aquilo não me agradou. Eles estavam muito íntimos pra quem se conheceu a poucas horas. Minha irmã o olhava diferente. Não podia ser. Era ele. Ele era o cara. Eu iria matá-lo.

— Amor, tudo bem? — Elisa perguntou, mas eu não dei atenção. Caminhei a passos firmes até o imbecil. — Soph? Elisa segurou minha mão percebendo minhas intenções. O que você vai fazer?

— Eu vou acabar com a raça dele.

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