SOPHIE LOPES
Me despedir da minha família foi a parte mais difícil da minha volta para o Rio de Janeiro. Todos os três foram me deixar no aeroporto. Minha mãe não conseguia parar de chorar, e papai tentava acalmá-la. Já a Lara continuava com as suas especulações. Minha irmã não me deixou em paz desde a noite que saímos com Elisa, o que foi a 2 dias.
— Você não vai me contar mesmo por que demorou tanto no carro de Elisa? — Lara era muito insistente e muito irritante.
— Já disse, era assunto de trabalho. — Menti.
— Sei, você não sabe mentir, Sophie. Mas tudo bem, vou ligar para a Lizzy e perguntar dela. — Ela sabia muito bem como me irritar, e o pior é que ela ligaria mesmo.
— Tá bom, eu conto! Nós nos beijamos, mas foi só isso. Agora, por favor, esquece essa história e me abraça porque sentirei sua falta. — Ela me abraçou mais feliz do que o normal.
— Também vou sentir sua falta, irmã mais velha. Mas no próximo mês vou entrar de férias da faculdade de medicina e vou te visitar. — Pensei que ela esqueceria o assunto anterior, mas me enganei. - Não acredito que você beijou Elisa Franco! — Tapei sua boca para que nossos pais não escutassem.
— Fala baixo, Lara. Eu não quero que nossos pais fiquem me enchendo de perguntas. E outra coisa, qual é a surpresa, você acha que ela é boa demais para mim?
— Claro que não, Sophie. Ninguém é bom demais para você. Mas ela não é bem o seu tipo.
— Como assim? E qual é o meu tipo? — Perguntei ofendida.
— Sei lá, acho que homens arrogantes e escrotos. — Sempre podia contar com minha irmãzinha para esfregar a verdade na minha cara.
— Tô cansada desses homens, aliás, não quero relacionamento nenhum. Então, vamos parar de falar sobre isso. — Lara concordou com cara feia.
Fui até meus pais e abracei a minha mãe novamente, me despedi e disse que logo voltaria para visitá-los. Não demorou muito, e anunciaram o embarque do meu voo.
Entrei no avião, me acomodei e coloquei minha venda. Quem sabe conseguiria dormir um pouco, já que nos últimos dias não tive muito sucesso. A proposta de Elisa não saía da minha cabeça e eu não tinha a menor ideia do que iria fazer.
******
Entrei em meu apartamento, e tudo estava como deixei. A janela de vidro da sala mostrava o mar e as pessoas caminhando no calçadão de Ipanema. O sol iria se pôr em alguns minutos. Troquei de roupa, peguei uma das muitas câmeras que eu tinha e desci até a praia. Consegui fotos incríveis do pôr-do-sol. Aquele dia foi bem cansativo. Me deitei na areia e observei as estrelas começarem a aparecer no céu. Só conseguia pensar no dia em que conheci Elisa. Será que ela pensava em mim também? Será que as coisas em Nova York estavam bem? Olhei para o meu celular e senti vontade de ligar pra ela, mas o que eu iria dizer? "Ainda não tenho sua resposta, apenas queria ouvir sua voz." O que estava acontecendo comigo? Eu não era assim. Com certeza, não ligaria. Peguei minhas coisas e fui para casa. Amanhã seria um dia cheio, e eu tinha que dormir. Ou, ao menos, tentar dormir.
*****
O dia já tinha começado com tudo. Muito trabalho, muita edição de fotos. Não parei desde o momento que peguei minha câmera. Já eram 14hs e eu nem tinha almoçado.
— Sophie, eu posso sair mais cedo hoje? Tenho apresentação na faculdade. — Flá fazia o curso de jornalismo e era minha assistente para conseguir pagar a faculdade. Eu sempre a ajudei. Ela ia se formar esse ano e estava sobrecarregada por conta do seu TCC.
— Claro Flá, pode ir. Fica tranquila e relaxa que dará tudo certo. — Minha amiga me abraçou e foi embora.
Olhei para as crianças que estavam se arrumando. Hoje era dia de publicidade infantil, fotos para uma marca de materiais escolares.
Durante a tarde inteira, me ocupei com trabalho e me esqueci do resto. Quando terminamos, já era noite. Fui para o meu quarto. Tirei minhas roupas e entrei no banheiro, precisava de um bom banho. A água quente caía em meu corpo, o que me fez relaxar de imediato. Lembrei da pele de Elisa sobre meus dedos; ela era tão quente! Nunca tinha me sentido assim. Eu não era assim, sexo só era uma obrigação de todo relacionamento. Nem era algo bom. Apenas doía e incomodava, mas por que eu queria tanto que a loira me tocasse de forma inapropriada? Talvez seja pelo seu beijo, que foi a melhor preliminar da minha vida, ou talvez pelo seu olhar que me deixava muito excitada. A quem eu estava querendo enganar? Desde a primeira vez que a vi, eu quis tocá-la, e agora ela estava me oferecendo isso sem compromisso nenhum.
Minhas mãos foram até meus seios, e comecei a acariciá-los. Imaginei que fosse a loira me tocando.
Elisa pressionou meu mamilo e apertou; eu gemi. Sua mão desceu para o meu abdômen, e eu queria que aquela sensação não parasse.
O que eu estava fazendo? Nunca tinha me tocado daquela forma.
Encontrei meus lábios vaginais e os acariciei. Isso fez com que uma onda de prazer percorresse todo o meu corpo. Continuei acariciando até que encontrei um ponto de prazer que parecia uma montanha-russa. Eu pressionava, e o prazer vinha; eu tirava a mão e meu corpo pedia por mais. Pressionava de novo, e a sensação era mais forte. Em vez de pressionar, fiz círculos ao redor do meu ponto de prazer e senti algo novo. A sensação era como se alguém estivesse enchendo uma bexiga de ar; quanto mais assopra, mais o balão corre o risco de estourar, e eu estava a ponto de explodir. Percebi que, se fizesse mais rápido, o prazer ficava mais forte, então continuei. Estava tão perto! Só mais um pouco, e eu chegaria a algo que nunca senti antes! Meu celular começou a tocar, me assustando. Droga! Logo agora!
Saí do chuveiro e corri em direção à sala, enrolada em uma toalha. Era Henrique; ele me chamou para uma festa. Pensei em recusar, mas tinha que me distrair. Ficar em casa só me fazia pensar na proposta de Elisa, e por não ter uma resposta, estava aflita. Concordei e terminei de me arrumar rapidamente.
Não demorou muito, e Rick bateu na minha porta.
A festa não era longe. Tínhamos ido no carro de Henrique. O lugar era uma casa super luxuosa, algo mais privado. Será que estávamos no lugar certo?
— Rick, tem certeza de que a festa é aqui? — Perguntei incomodada.
— Claro, Sophie. — Ele me levou até um bar e pediu bebida para nós dois.
— Henrique, que bom que você veio! — Um homem mais velho falou, nos cumprimentando.
— Boa noite, senhor Mendes. Essa é minha amiga Sophie. — O homem beijou minha mão e tentou ser galante.
— Não sabia que você tinha amigas tão lindas. — Apenas sorri fraco para ele.
— Vou deixá-los aproveitar a festa, se divirtam e Henrique, nos vemos amanhã no trabalho. — Já tinha entendido tudo. O homem se afastou e eu puxei Rick pela gola da sua camisa.
— Não acredito que você me trouxe para uma festa do seu trabalho! — Falei furiosa.
— Se eu falasse você ia recusar como da última vez — Ele se afastou e ajeitou sua roupa.
— Você me enganou seu filho de uma mãe. — Rick riu da minha dificuldade de xingá-lo e se aproximou.
— Vamos lá, Soph. Não fica brava. Aproveita a festa, vamos dançar. Tem bebida, vamos nos divertir. Você não ia sair mesmo, eu te fiz um favor.
— Tá bom. — Revirei os olhos. — Mas você vai ficar me devendo e eu vou cobrar caro. - Ameacei.
— Pode deixar. Se você suportar essa festa de escritório comigo, eu te dou qualquer coisa. — Rimos e começamos a beber, pois só assim eu poderia aguentar aquela festa parada e sem graça.
ELISA FRANCO
Esperei a segunda-feira chegar como se fosse o dia mais importante da minha vida. Depois de tantos compromissos, eu estava feliz de estar no Rio novamente. Afinal, nessa noite eu iria ver a Sophie. Já não aguentava mais de ansiedade desde o momento em que a deixei na casa de seus pais. Será que ela iria aceitar minha proposta?
— Filha, que bom que você chegou. — minha mãe me abraçou e beijou meu rosto.
— Estou feliz de estar em casa. — Falei, colocando minha mala no canto da sala.
— Vem, eu fiz almoço para você. — Ela falou carinhosa.
— Que bom porque eu estou morrendo de fome. — Segui minha mãe até a cozinha e o cheiro estava maravilhoso. Arroz, feijão e bife, minha comida favorita.
— Não esqueça de lavar suas mãos, mocinha. — Fui até a pia e lavei minhas mãos, depois sentei e me servi.
— A senhora não sabe o quanto senti falta da sua comida, é horrível fazer dieta em época de desfile. Mal posso esperar para comer o que eu tiver vontade. — Revirei os olhos ao colocar a primeira colherada em minha boca. - Que delícia! Te adoro, mãe.
— Olha que interesseira, só diz que me adora porque fiz sua comida favorita. — Minha mãe falou dramática.
— Claro que não, minha rainha. Eu te adoro o tempo todo. — Falei, dengosa.
— Eu também te adoro, minha loira. — Mamãe já estava com seu prato servido.
— Como foi a viagem?
— Foi boa. Conheci o dono de uma loja de roupas muito famosa em Nova York. Ele se interessou pelos meus desenhos. Me convidou para uma reunião para discutirmos sobre uma possível parceria. — Essa tinha sido a melhor notícia da viagem. O resto foi a mesmice de sempre, festas, eventos, reuniões sem fim e entrevistas.
— Isso é maravilhoso, filha! Esse sempre foi o seu sonho. Ter a sua própria linha de roupas. Que chique, minha filha vai conquistar o mundo! - Dona Cláudia era sempre exagerada.
— Espero que dê certo. Quero me aquietar, viver de fato em uma cidade. Estou cansada de não ter tempo para nada. Sei que ser empresária é trabalhoso, mas posso resolver a maioria das coisas por aqui mesmo.
— Estou orgulhosa de você e seu pai também ficaria. - Lembrar do meu pai sempre me emocionava. Ele era meu herói.
— Sinto falta dele, mãe. - Meus olhos ficaram úmidos. Ela se aproximou e me abraçou, e tudo voltou a ser como antes. Eu e minha mãe contra o mundo.
— Eu também, minha loira. Eu também.
Falar sobre meu pai sempre foi delicado para mim. Lembro do dia em que seu Fernando Franco me levou para o trabalho junto com ele. Eu tinha 10 anos e achava incrível ver meu pai sentado na sua enorme mesa preenchendo vários relatórios e participando de várias reuniões. Ele era muito inteligente. Lembro como se fosse hoje. Ele olhou para mim e disse: "Lisa, você tem que ser persistente se quiser conquistar os seus sonhos. Nós da família Franco não desistimos nunca." E esse foi o lema que carreguei minha vida inteira. Tudo o que conquistei foi porque o meu pai me ensinou a não desistir.
Terminei de almoçar e fui para o salão de beleza. O evento da Bella Cosméticos seria para comemorar o sucesso da minha linha de batons e para anunciar o lançamento do meu perfume. Tudo aconteceu tão rápido, em três semanas eu já era o rosto de dois produtos. Isso fez uma diferença enorme, principalmente na minha conta bancária. Em breve eu compraria uma casa aqui no Rio, perto da minha mãe.
Adentrei o salão onde seria realizado o evento. Muitas pessoas vieram me cumprimentar, tirei várias fotos, dei algumas entrevistas, falei com a Bella, que era a dona da revista. Eu estava muito feliz. Esse sempre foi meu sonho. Mas alguma coisa estava faltando.
A todo momento eu olhava para a porta de entrada. Onde ela estava? Será que ela viria? As horas foram passando e nada de Sophie aparecer. Já estava desacreditada de que ela viria. Me virei para o garçom e pedi duas doses de tequila. Bebi e senti minha garganta arder. Eu não costumava beber, mas não queria estar sóbria para encarar a decepção da sua recusa novamente. Olhei para a porta mais uma vez e nada. Meu olhar se perdeu por entre as pessoas que estavam na festa.
Como pude pensar que ela aceitaria minha proposta bizarra? Ainda não acredito que dei corda para o Mateus.
— Oi linda, posso sentar aqui? — Uma ruiva se aproximou.
— Fica à vontade. — Falei sem muito entusiasmo, e ela ficou me encarando.
— Vi você aqui tão tristinha. Deixa eu alegrar sua noite. — A mulher falou toda sedutora. Em outra época, eu teria aceitado sem pensar, mas hoje não.
— Me desculpa, mas hoje não é uma boa noite. — Ignorei a ruiva e bebi mais um pouco.
— Porque não é uma boa noite? — Ela era insistente e um pouco irritante. Eu não gostava de tratar mal ninguém, mas teria que dispensá-la.
— Porque ela está acompanhada. — Senti a mão de Sophie em volta da minha cintura. Ela veio e estava incrivelmente sexy. Puta merda, ela queria foder os meus neurônios. Seu vestido era tão curto que, se ela se mexesse muito, ele poderia subir e revelar parte da sua calcinha. Se é que ela estava usando alguma.
— Sophie, você veio? — Falei lentamente devido à bebida. Não sabia se aquilo era real ou um sonho.
— Sim, querida, estou aqui. — Sua mão se tornou mais possessiva. Ela e a ruiva se encararam, e a outra mulher saiu a passos firmes.
— Quer dizer que você me convida para lhe assistir flertando com outras mulheres? — Seus olhos estavam intensos. Não sei se ela percebera, mas ainda estava com os braços ao redor do meu corpo.
— É claro que... — Percebi o seu ciúmes e talvez pudesse usar aquilo ao meu favor. — Você está com ciúmes? — A provoquei.
— De você? É claro que não.
— Então tá, se não se importa vou atrás da ruiva. Talvez ela ainda queira alguma coisa comigo. — Provoquei novamente.
— Nem pense nisso. — Sophie falou e me puxou contra o seu corpo, grudando nossos lábios.
A morena estava sem freio. Puxei seu corpo para aprofundar mais o beijo. Ela era tão deliciosa! Seus lábios tinham um gosto tão bom. Eu estava ficando louca, não conseguia mais me controlar ao seu redor. Tinha que ter aquela mulher o mais rápido possível.
— Vamos pra outro lugar? — Ofereci.
— O que você tem em mente? — Ela falou com voz afetada. Eu estava adorando o poder que tinha sobre ela.
— Você vai ter que vir comigo pra descobrir. — Estendi a mão para a morena.
Por um momento achei que ela não aceitaria. Mas logo ela pegou minha mão e corremos para o estacionamento. Não sei se foi a bebida ou o tesão que estava sentindo, mas fiquei super corajosa e queria Sophie nua e gozando pra mim.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Maria Daguia
Isso realmente não é nada bom!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
2024-08-12
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Angelica Saldanha
Eu sei o que você passa, estava quase gozando, e alguém te interrompe !! Que ódio /Scream//Scream/
2024-05-02
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Angelica Saldanha
Eu queria a minha noiva aqui comigo ! /Grimace//Grimace/
2024-05-02
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