capítulo 13

SOPHIE LOPES

Elisa estava incrível. Ela usava uma calça social cinza com uma camisa também social e branca, que estava por dentro da calça e com alguns botões de cima abertos, o que revelavam um pouco dos seus seios. Seus cabelos estavam presos em um coque frouxo, e para completar usava um batom vermelho que a deixava super sexy. Sua calça era de cano curto, e suas sandálias cor da pele. Ela estava tão linda.

— Você está linda, Elisa. — Ela não me respondeu; seu olhar estava perdido na minha roupa. E que olhar indiscreto.

— Desculpa, Sophie, mas eu não estou conseguindo encontrar as palavras certas. — Elisa molhou seus lábios. — Vo-cê está. — Ela gaguejou? Aquilo me fez rir. Nunca achei que veria Elisa Franco nervosa e corando. — Você tá fodidamente linda. — Seu elogio me fez corar também.

— Obrigada.

— Podemos pular a parte do encontro e ir direto para cama? — Ela falou safada, e seus olhos estavam pegando fogo.

— Se é isso que você quer. — Falei, tentando provocá-la. A loira ficou em silêncio por um tempo e, por fim, disse.

— Sei o que está fazendo. — Depois se aproximou e me envolveu em seus braços, ficando a poucos centímetros do meu rosto.

— Sabe é? — Falei afetada por sua proximidade.

— Você não vai se livrar do nosso encontro, mas eu te prometo que vou rasgar esse vestidinho de você quando tiver uma oportunidade. — Sua promessa indecente me deixou excitada e muito ansiosa. — Vamos? — Ela segurou minha mão, e seguimos até o elevador.

Quando já estávamos no carro, eu perguntei.

— Onde vamos?

— Isso é surpresa. — Ela não iria me contar, então coloquei uma música e comecei a cantarolar.

Depois de um tempo, parecíamos duas loucas cantando ao som de Anavitória. Nunca tinha ido para aquela área da cidade. Estacionamos em frente ao restaurante, muito bonito e elegante. Elisa desceu do carro e abriu a porta para mim. Depois entregou as chaves para o manobrista.

— E aqui começa a nossa noite. — A loira colocou sua mão em minhas costas, que literalmente estavam nuas por conta do vestido cavado. Aquele toque me fez arrepiar.

— Esse é só o começo? — Perguntei surpresa olhando para o salão chique e luxuoso.

— Sim, apenas o começo. — A forma como ela falou me fez pensar se estava se referindo ao nosso encontro ou há algo mais.

— Elisa Franco em meu restaurante, que honra! — Um homem veio em nossa direção e beijou o rosto de Elisa.

— Chefe Lorenzo, que bom vê-lo novamente. — Elisa o cumprimentou e depois me apresentou.

— Esta é a Sophie.

— Olá Sophie, C'est un plaisir de vous rencontrer. — Ele beijou minha mão. Quem ainda fazia aquilo? Apenas dei um sorriso fraco em resposta. "É um prazer lhe conhecer, foi o que ele disse."

— Venham, vou levá-las até a sua mesa. — Ele falava o tempo inteiro, era muito engraçado.

— Aqui está, o melhor lugar do restaurante. Fiquem à vontade, o garçom já vai atendê-las.

— Obrigada, Chefe Lorenzo, mas já sabemos o que vamos pedir. — Elisa falou puxando a cadeira para mim sentar. Ela falou alguma coisa que só o chefe conseguiu escutar, e depois ele foi para a cozinha, e Elisa sentou.

— Você está cheia de surpresas hoje.

— Só mais algumas, eu prometo — Ela serviu um pouco de vinho que estava na mesa.

— De onde vocês se conhecem? — Apontei para a cozinha.

— Lorenzo fez o jantar da primeira reunião que tive com a Bella Campos, a dona da revista Bella cosméticos. Ele me falou que tinha um restaurante e me deu o cartão. Essa é a primeira vez que venho aqui também.

— Nossa, vocês são bem íntimos para quem só se viram uma vez. — Não estava com ciúmes, mas também não gostei do segredinho entre os dois.

— Ele é um cara legal.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Pode, vai em frente.

— Você já saiu com algum homem?

— Não.

— Nunca na vida? — Estava curiosa.

— Nunca na vida. — Falou tranquila.

— Por quê?

— Porque quando fiquei com uma mulher, sabia que era o que eu queria para sempre. Tudo fez sentido.

— Entendi. Parece tão simples para você.

— Não é simples, Sophie. Demorou um tempo para mim fazer sexo com uma mulher. Lutei contra esse sentimento e me foquei no trabalho, mas quando fiz 20 anos, eu não queria mais me prender e até hoje não me arrependo. Foi a melhor decisão que já tomei.

— Você se apaixonou pela sua primeira mulher? — Eu estava curiosa.

— Não, apenas fui a uma boate e ficamos. Foi muito bom, mas foi só isso.

— Queria ter sido tão prática assim com os meus namorados.

— É fácil quando você mal para em um país, e sua vida é uma correria sem fim. Talvez eu não quisesse ter tido tantos relacionamentos superficiais, mas não tive muita escolha. Quando o trabalho chamava eu ia. — Elisa estava desconfortável com esse assunto, dava para perceber.

Será que eu era mais um relacionamento superficial dela? Aquilo me deixou chateada.

— Sophie, não é assim com você. Com você é diferente. Nunca achei que me sentiria... — O garçom chegou à mesa, e Elisa parou de falar. Ele nos serviu com vários tipos de comida francesa, depois se retirou. — Espero que você goste. Pedi os pratos que mais gosto para você experimentar. — Falou empolgada.

— Está tudo tão lindo. Nunca comi essa comida. Estou louca para provar.

— Tenho certeza que você vai adorar. — Elisa pegou um pouco de um dos pratos e colocou na minha boca.

— Que delícia! — Passei a língua por meus lábios e gemi em aprovação. — Nossa, isso é muito bom!

— Se você continuar gemendo desse jeito, não vou conseguir me controlar e vou te agarrar aqui mesmo. — Seus olhos estavam escuros, e meu corpo começou a aquecer só com aquele olhar. Fiquei vermelha de desejo.

— Adoro quando você fica corada desse jeito, é tão fofo. — A loira brincou.

— Eu não estou corada, é que aqui tá quente. — Falei me abanando.

— E vai ficar mais quente ainda daqui a pouco. — Corei violentamente dessa vez. Que mulher atrevida. Ela riu da minha reação. Já estava na hora de mostrar que eu também podia fazê-la ficar vermelha de desejo.

— Você é muito confiante. — Falei levantando a sobrancelha em desafio, depois a olhei de forma provocadora. Ela engoliu em seco. Tirei o salto do meu pé e fiz carinho na perna de Elisa por baixo da mesa. A mesma me olhou surpresa. Subi mais até encontrar o meio das suas pernas. A loira fechou os olhos e mordeu seus lábios.

— Sophie... — Falou fraca.

— Fique quietinha. — Ordenei. Ela me olhou, e sua respiração estava pesada. Pressionei meu dedo no seu sexo, e ela segurou a toalha da mesa com força. Continuei as provocações e vi seus músculos se enrijecerem.

— Meu pai, o que você tá fazendo comigo? — Sussurrou, e eu ri maliciosa.

Nem eu mesma sabia o que estava acontecendo comigo, mas ela despertava esse meu lado e eu não podia me controlar. Vi o chefe Lorenzo se aproximar e devagar calcei meus saltos novamente. Elisa me lançou um olhar de "Por que você parou?" Mas logo percebeu o motivo.

— Estão gostando do jantar, mes chers?

— Sim, está delicioso. — Falei lançando um olhar sugestivo para Elisa, e ela corou. Sorri vitoriosa.

— Que bom, fico muito feliz. Aqui está o seu pedido, Elisa. — O chefe lhe entregou uma sacola, e eu fiquei curiosa na mesma hora.

— Obrigada, Lorenzo, seu restaurante é maravilhoso. Prometo que voltarei mais vezes. — A loira falou educada.

— Que alegria, Obrigado, seu elogio é muito importante pra mim, senhorita Franco. — Lorenzo ficou muito alegre.

— De nada, Lorenzo, você pode trazer a conta para mim?

— Claro, já mando um garçom vir aqui. Com licença. — Ele olhou para mim, e eu retribuí seu sorriso, depois foi até o balcão da recepção.

— O que tem na sacola? — Mal esperei ele sair para perguntar.

— É surpresa, sua curiosa. - Ela riu.

— Mais uma surpresa?

— Não se preocupe, você logo vai descobrir o que é.

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