A Hora Certa Para Amar

A Hora Certa Para Amar

capítulo 01

ELISA FRANCO

Depois de um ano trabalhando na França é maravilhoso estar no Brasil novamente. Cheguei a poucos dias no Rio de Janeiro, minha mãe, Cláudia Franco, mora aqui e trabalha como professora na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) a dois anos. Não nos vemos desde o ano passado, quando mamãe foi me visitar em Paris e é a primeira vez que venho para o Rio. Estou feliz em passar um tempo com ela, adoro ouvir seus conselhos e me aconchegar em seus braços enquanto conto sobre as minhas viagens.

Meu pai, Eduardo Franco, morreu de câncer no pulmão quando eu tinha 15 anos. Eu e minha mãe cuidamos uma da outra, foi um período bem difícil. Com 19 anos, tornei-me modelo e, por ter o biotipo perfeito e o carisma necessário, me destaquei nas passarelas. Desde então, viajo sem parar, participando de desfiles e eventos. Também sou chamada frequentemente para representar diversas marcas na indústria da beleza.

Hoje, com 29 anos, estou prestes a lançar minha primeira marca de batons através da Revista BELLA COSMÉTICOS, o que tem me deixado muito ansiosa. Meu sonho é ser estilista e ter minha própria loja de roupas. Quero me aposentar das passarelas e ficar apenas nos bastidores. Meu plano é focar no lançamento de vários produtos e criar minha própria marca, "ELISA FRANCO". Sinto que esse trabalho será o início de uma nova fase da minha vida.

Estou quase chegando no estúdio de fotografia LOPES. A revista Bella Cosméticos me indicou e disse que é um dos melhores da cidade. O problema é que estou perdida e atrasada. Nunca dirigi por essas ruas, e o GPS não está me ajudando. Entro em uma rua e logo avisto a Praia de Ipanema, meu ponto de referência. Agora é só achar o prédio certo.

Sophie Lopes: Vinte minutos atrasada. Tudo estava pronto no estúdio, e nem sinal da modelo. Odiava o quão esnobes essas pessoas eram. Agiam como se fossem o centro do universo, julgando ter todos aos seus pés. Talvez vocês estejam pensando que sou uma controladora de *$@%#, o que em parte pode até ser verdade. Dei duro para chegar onde estou, construí minha carreira como fotógrafa com muita dedicação e disciplina. Não gosto de atrasos.

— Sophie, fica calma. Tenho certeza de que a Senhorita Franco chegará em breve. Fica de boa. —Flávia, minha assistente e amiga, que me conhece muito bem, percebeu meu mau humor.

— Se a "Dona do mundo" não chegar em 10 minutos, adiaremos — Falo irritada.

Flávia se afastou, sabendo que eu não estava em um bom momento, pegou seu celular e começou a fazer ligações.

A quem eu estava querendo enganar? Não estava rabugenta devido ao atraso da modelo. A verdade é que ontem peguei meu namorado, ou melhor, meu ex-namorado me traindo. Ainda sinto nojo quando me lembro da cena que presenciei.

Ontem o dia foi longo e cansativo. Marcos não estava na cidade, e eu lhe surpreenderia com um café da manhã especial, afinal, já estávamos namorando há dois anos. Resolvi que iria até o seu apartamento e dormiria lá para não ter que acordar tão cedo.

Abri a porta do apartamento de Marcos, porque eu tinha uma cópia da chave. Deixei as compras na mesa da cozinha e fui em direção ao banheiro para tomar um banho. O apartamento era enorme, subi as escadas e caminhei pelo corredor. Fiquei surpresa ao observar as malas de Marcos na porta do seu quarto. Ele já voltou? Ao me aproximar, escuto gemidos que só ficam mais altos. Empurro a porta devagar e fico sem reação ao ver Marcos transando com uma mulher. Ela grita, e ele bate na sua bunda.

— Não para, Marcos, mete mais forte. — Ela era escandalosa.

Minhas mãos fecharam em punho, e cerrei meus dentes. Aquela cena me deu nojo e raiva. A garota olhou para mim e se assustou, empurrando Marcos e cobrindo seu corpo. Ele olhou para a porta, e seu rosto ficou pálido. Eu queria socá-lo, o que não seria muito difícil, já que praticava Boxe, mas só consegui sair correndo. Antes de chegar à porta, senti a mão de Marcos segurar meu braço.

— Sophie, não é o que você está pensando. — Sua cara de cínico me irritou ainda mais.

— Não me toca, seu idiota. - Nunca fui boa com xingamentos. Como queria ter algo pior para dizer!

— Me deixa explicar... Ela não é ninguém para mim. — Olho em seus olhos e sinto nojo. Pela primeira vez, não o vi como o homem perfeito que acreditei que ele fosse.

— Eu não quero ouvir suas explicações. Como pôde fazer isso comigo? Pensei que me amava. — Estava ferida e magoada. Sentia o ódio tomar conta de mim.

— Bebê, você não pensou mesmo que um homem poderia viver sem algumas aventuras? São apenas casos de uma noite. Com você, as coisas são diferentes. Eu te escolhi para ser minha mulher. — Não acreditei no que acabara de ouvir. Quer dizer que ele sempre me traiu e estava se justificando com esse discurso machista de merda?

— Marcos, escuta bem o que vou te dizer, porque não repetirei. Nunca mais quero te ver. Está tudo terminado. Não ouse me procurar. Tudo o que tínhamos, ao que vejo, já não existe há muito tempo. Eu não quero olhar para essa sua cara de idiota, fica longe de mim. — Me viro e saio. Não olho para trás. Eu o odiava com todas as minhas forças

Saio dos meus pensamentos quando a porta do estúdio se abre. Uma mulher alta, magra e loira entra por ela. Com certeza, era a modelo. Aproximei-me para cumprimentá-la e mostrar seu camarim. Eu ainda estava chateada com o Marcos, mas era muito profissional para deixar que minha vida pessoal interferisse no meu trabalho. Boto um sorriso na cara e vou até ela.

ELISA FRANCO

Finalmente consigo chegar. Assim que entro no estúdio, uma mulher muito bonita vem me recepcionar.

— Olá! Meu nome é Sophie. Sou a fotógrafa que tirará suas fotos.

Sophie é uns 15 centímetros mais baixa do que eu, o que na média brasileira ainda é considerada alta. Acredito que ela tenha uns 1,70 de altura. Seu corpo é delicado e cheio de curvas, seus olhos, cor de mel e seus cabelos negros, mas não consigo observar o comprimento, pois estão presos em um coque. Sua boca é cheia e rosada, não consigo desviar o olhar.

Olá Sophie. - Demoro tempo demais saboreando seu nome na minha boca. - É um prazer conhecê-la. Chamo-me Elisa Franco. - Me aproximo e beijo seu rosto. Sei que demoro muito tempo para um simples cumprimento, mas Sophie é muito atraente e seus cabelos têm um cheiro tão bom. O que me faz imaginar ela tomando banho e a água escorrendo por seu corpo enquanto...

— Olá Sophie. — Demoro tempo demais saboreando seu nome na minha boca. — É um prazer conhecê-la. Chamo-me Elisa Franco. — Me aproximo e beijo seu rosto. Sei que demoro muito tempo para um simples cumprimento, mas Sophie é muito atraente e seus cabelos têm um cheiro tão bom. O que me faz imaginar ela tomando banho e a água escorrendo por seu corpo enquanto...

— Você está atrasada, Srta. Elisa. — Sua voz rouca de repreensão só me faz ficar mais interessada. Apesar de ela estar visivelmente desconfortável com os meus olhares, adorei o meu nome na sua boca. Com certeza eu teria que ter aquela mulher na minha cama e fazê-la gozar até que seus olhos estivessem embaçados de tanto prazer. Diferente de agora, que apesar do sorriso, dava para perceber tristeza no seu olhar, o que estranhamente me fez querer confortá-la.

— Da próxima vez não se distraia. — Ela simplesmente deu fim ao meu flerte. Que maldosa! Agora que eu estava me divertindo. — A Flávia vai lhe levar até o maquiador.

A morena volta a sua pose de durona. Depois, vai para o outro lado da sala orientar seus assistentes. Eu poderia ir embora devido à sua arrogância. Ninguém nunca me tratou assim, mas sentia que por baixo daquela casca-grossa existia uma mulher incrível.

— Fica de boa. Nem sempre ela é essa chata. — A moça ao meu lado fala. — Eu me chamo Flávia e adorei sua roupa. — Ela sorri. Seu comentário faz com que eu goste dela imediatamente.

— Não penso que a Sophie seja chata. — Falo sorrindo. — Ela só precisa de uma boa noite de sexo. - Flávia engasga ao meu lado e eu dou risadas.

— Vivo falando isso, mas não conta para a Sophie o que te disse, porque negarei até a morte. — Sento em frente ao espelho rindo do desespero de Flávia.

— Pode deixar, esse segredo é nosso. — Flávia sorri cúmplice.

O maquiador logo vem fazer minha maquiagem. Depois troco de roupa e Flávia me ajuda. Aproveito para arrancar mais algumas informações sobre Sophie. Descubro que ela é a dona do estúdio, o que eu já esperava, uma funcionária não seria tão fria comigo. Flávia me conta que Sophie odeia atrasos. Isso eu senti na própria pele. A morena também pratica diversos esportes, o que, com certeza, contribuía para o seu corpo perfeitamente tonificado. Após alguns minutos, já estou pronta. Vou para o meu lugar na frente da tela branca e Sophie vem em minha direção com sua câmera na mão.

— Muito bem! Vamos começar. Elisa, quero ver seu sorriso natural. — Ela fala. Meu sorriso sai facilmente. Talvez a morena à minha frente tenha algo a ver com isso. — Coloque seu cabelo para o lado e fique séria. — Sophie é tão mandona. Faço o que ela manda e imagino se na cama ela também é autoritária. Esse pensamento faz com que eu morda meu lábio inferior. — Isso mesmo, continue com essa expressão. — Aquilo foi fácil, olho para a boca carnuda de Sophie e minha cara sensual sai naturalmente. — Ok, ficou ótima. Assim mesmo. Agora faça carão. — A morena se aproxima e ficamos a menos de meio metro uma da outra.

Ela levanta a mão e ajeita meu cabelo, o que me faz esquentar de imediato. Sinto uma conexão incrível com aquela mulher. Isso me assusta de início, mas depois se torna a melhor coisa que já senti. Aqueles olhos, cor de mel, ficam me encarando. É naquele momento que percebo que ela também sente aquela tensão entre nós.

— Daremos uma pausa! — Sophie fala me assustando. Como se eu estivesse saído de um transe sinto minhas mãos suadas e meu coração acelerado. Com toda certeza estou excitada.

SOPHIE LOPES

Caminho até a minha mesa e começo a mexer na câmera sem realmente focar no que estou fazendo. Minhas mãos estão tremendo. Quando Elisa Franco entrou no meu estúdio eu estava chateada demais para perceber qualquer coisa ao meu redor. Bastou olhar para os seus olhos verdes, através da lente, para eu perceber que ela não era apenas muito bonita, mas também incrivelmente sedutora. Não sei o que estava acontecendo comigo, sua proximidade me deixava nervosa.

— Você está bem? — Flávia fala me fazendo voltar para a realidade.

— Estou bem, Flá, me desculpa se fui grossa mais cedo. Hoje não está sendo um bom dia! — Minha amiga me olha preocupada, e eu já sabia que teria que contar sobre Marcos.

— Isso tem algo a ver com o Marcos? Porque sei que ele chegou de viagem e você, simplesmente, está aqui e não com ele como sempre faz. — Eu era tão transparente assim?

— Nem sempre estou com ele, Flá. — Só tentava ser uma boa namorada. Lembro o que ele fez comigo e o quanto estou me sentindo uma imbecil agora.

— Sim, você sempre está com ele, mas não foi isso que eu perguntei. — Nesse momento, Elisa volta para a sala com outra roupa e outra maquiagem. Tento não encará-la, mas meus olhos não me obedecem. — Depois conversamos, tá? Vamos trabalhar. - Vou em direção à loira e agradeço mentalmente por ter uma desculpa para não falar sobre o que acontecera com Marcos.

Foi super fácil conseguir fotos incríveis de Elisa. Ela tem um relacionamento com a câmera. Seu sorriso é fácil, e mesmo quando não estamos tirando fotos, observei seu comportamento com as pessoas do estúdio. Todos estavam caídos por ela, com certeza realizariam qualquer coisa que a modelo pedisse. Menos eu, é claro. Apesar de ser irresistível obedecer aos comandos dela e pensar nela sussurrando em meu ouvido enquanto sua mão desce... Sophie se controla. Que pensamentos são esses?

— O ensaio foi perfeito, Sophie. Você é sem dúvida a melhor fotógrafa com quem já trabalhei. — Elisa fala empolgada.

— Obrigada, Elisa, você foi ótima. — A loira me encara surpresa. Eu não a culpo. Não fui um exemplo de simpatia nas últimas horas.

— Obrigada, seu estúdio é lindo. Você mora no Rio há muito tempo? — pergunta.

— Moro aqui desde sempre. — Respondo secamente.

— Minha mãe mora aqui há dois anos. Essa é a primeira vez que venho para cá. Não tive muito tempo de conhecer os pontos turísticos, nem locais onde eu possa me divertir. — Sei que agora eu devia me oferecer para mostrar alguns lugares para ela, mas ela me deixa nervosa, e tudo o que quero é que ela vá embora logo. Assim posso voltar a ter controle sobre meus pensamentos.

— Você devia pedir para alguém aqui do estúdio te acompanhar. Sei que eles iriam adorar ser seu guia turístico. — Sugiro.

— E você? — Será que ela está flertando comigo? Fico um pouco desconfortável, mas devo admitir que gosto.

— Eu, eu o quê? — Pergunto toda errada.

— Você não quer ser minha guia turística? — A loira era direta.

— Me desculpa, mas estou cheia de trabalho.

— Não precisa ser hoje. Ficarei aqui por um bom tempo. — Fala sugestiva.

— Sabe o que é eu... — Flávia chama Elisa. Graças a Deus! Estou salva! A loira me deixa sozinha, e eu posso respirar tranquilamente. Começo a mexer em uns papéis que estão em cima da mesa e tento me focar em outra coisa que não seja a presença da modelo na sala.

ELISA FRANCO

Sophie é uma mulher difícil de acessar. Usei meus dotes de paquera, mas ela nem pareceu se importar, o que me deixou ainda mais curiosa.

No final do ensaio, todos queriam o meu contato, me chamaram para sair e se ofereceram para me mostrar a cidade. A única pessoa de quem eu queria toda aquela atenção estava agora em sua mesa mexendo no computador. Sua resistência me deixou mais interessada. Eu não desistiria assim tão fácil. Aproximei-me de Sophie antes de ir embora. Não me abalaria por sua postura fria.

— Sophie? — Ela me olha. — O pessoal me convidou para ir à praia essa tarde. Você vai? — Sua seriedade me assustava, mas eu não desistiria. Algo me dizia que aquela mulher valia a pena.

— Eu não vou, tenho muito que fazer. Espero que você aproveite o passeio. Quando as fotos estiverem prontas, mando para a Revista.

— Tudo bem. Eu já estou indo. Foi um prazer te conhecer. — Dei um beijo na sua bochecha. Ela pareceu um pouco surpresa. Pensei ter escutado ela falar algo, mas não consegui entender. Acredito que a deixei nervosa. Vou até à porta e percebo seu olhar sobre meu corpo. Sorrio vitoriosa. Mesmo Sophie não admitindo, seu olhar lhe entregou.

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Comments

Maria Daguia

Maria Daguia

Misericórdia!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

2024-08-10

1

Maria Daguia

Maria Daguia

Elas já chegam...causando...arrepiando...

2024-08-10

1

Maria Daguia

Maria Daguia

Olha a química fazendo a sua parte...😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘

2024-08-10

1

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