Elisa Franco:
— Você quer almoçar comigo? — Perguntei a Soph.
— Sim, estou morrendo de fome. — Falou rindo e eu me aproximei beijando sua bochecha. Depois saímos do condomínio.
Elisa Franco:
— Onde vamos? — Perguntou entrando no carro.
Sophie:
— Na verdade, estava esperando que você me indicasse algum restaurante. — Soph, sorriu olhando para o chão do carro. Liguei o veículo e saí esperando suas instruções. — O que foi? — Perguntei.
— Lembrei da primeira vez que você me chamou para sair. — Ela falou tímida.
— É mesmo, você me deu um belo de um fora. — Fingi tristeza.
— Me desculpa, eu não queria...
— Tudo bem, Soph, só estou brincando. — Segurei sua mão e beijei mostrando que estava mesmo tudo bem.
— Para onde você teria me levado se eu tivesse aceitado? — Perguntou curiosa.
— Sai comigo hoje à noite que você vai descobrir. — Será que ela aceitaria dessa vez?
— Tudo bem. — Falou.
— Sério! — Pisei no freio com tudo.
— Você tá louca Elisa, quer matar a gente? — Soph falou botando a mão no coração assustada.
— Foi mal, é que fiquei surpresa. — A encarei.
— Não vamos mais falar sobre isso, tá? Não até chegarmos no restaurante. Vira à direita, depois à esquerda e vai direto. — Fiz tudo o que a morena me disse com um sorriso enorme na cara.
Depois de alguns minutos estacionamos em frente a um restaurante ao ar livre. Tinha algumas mesas vazias com uma espécie de sombreiro cobrindo as cadeiras. Soph me levou até uma mesa um pouco afastada das outras. Sentamos e um garçom veio nos atender.
— Boa tarde senhoritas. O que vão pedir? — O garçom falou educado.
— Uma porção de camarão com salada. — Sophie pediu.
— Eu quero o mesmo e um copo com suco de maracujá, por favor.
O rapaz levou nossos pedidos. Olhei ao redor analisando o lugar, era um restaurante praiano e bem tropical. O mar estava próximo e dava pra sentir a brisa em meu rosto.
— Adorei esse lugar. — Falei.
— Venho aqui sempre que posso. Que bom que você gostou.
— Você gosta muito da natureza, não é?
— Ficar perto da natureza, do mar principalmente, é uma terapia pra mim. Me deixa calma e consigo pensar melhor. — Falou olhando para o mar à nossa frente.
— Eu não tive oportunidade de crescer perto da natureza, mas sempre gostei de me hospedar em hotéis que tinham, ao menos, algumas plantas. Acho que por isso escolhi aquela casa. — Falei lembrando da minha infância e adolescência. Pensei em meu pai, nas nossas brincadeiras.
— O que você gostava de fazer quando era criança? — Sophie perguntou.
— Lembro de brincar muito dentro de casa. Meu pai comprou uma casa de bonecas para mim e eu passava horas ornamentando os cômodos da casa e costurando roupas para as minhas bonecas.
— Eu consigo imaginar você fazendo exatamente isso. — Sophie falou.
— E você, o que gostava de fazer quando era criança? — Perguntei adorando o rumo que aquela conversa estava tomando.
— Durante a infância eu não gostava muito de sair. Talvez seja por conta da adoção. Sempre fui muito tímida, passava a maior parte do tempo sozinha até que minha irmã nasceu. Sei que Lara te contou sobre eu ser adotada. Eu amo minha irmã, mas às vezes tenho vontade de matá-la por ser tão linguaruda. — A morena riu, mas sabia que ela estava falando sério.
— A Lara é uma figura, gosto muito dela. Nos falamos por mensagem às vezes. Não fica brava com ela. Tadinha, ela só respondeu o que eu perguntei. — Tentei livrar um pouco a cara de Lara.
— Tadinha? Você não conhece a Lara. Ela é muito intrometida e não tem um pingo de vergonha na cara. Não sei como ela consegue fazer amizades tão rápido. Eu só tive amigos depois da adolescência e olha lá. — Falou indignada.
— Você deve tá brincando, né? Todo mundo naquele estúdio te adora e são seus amigos.
— Eles têm que me adorar, afinal, eu sou a chefe. — Caímos na gargalhada.
O garçom trouxe nossos pedidos e começamos a comer enquanto Sophie me contava sobre sua família. Estava aproveitando que ela estava tão falante hoje. Isso não era normal, então eu iria aproveitar.
— Eles são maravilhosos. Acho que eu não mereço tanto amor. Meus pais sempre me apoiaram em tudo e a Lara é minha melhor amiga. Desde que ela nasceu, temos uma ligação muito forte. — Os olhos de Soph brilhavam quando ela falava da sua família.
— Ela falou que você é super protetora. — Brinquei.
— Só tento ser a irmã mais velha. Não quero que nada deixe ela triste. E se um dia isso acontecer, sei que ela vai me contar tudo e eu vou poder confortá-la. Além de acabar com a vida de quem a magoou. — Sophie estava séria e eu sabia que ela faria qualquer coisa pra defender sua irmã.
— Ela tem sorte de ter você. Alguém para cuidar dela e se preocupar.
— Chega de falar de mim. E você, tem irmãos? — Perguntou.
— Sou filha única... Bom, tem o Mateus, ele é meu melhor amigo. Nossos pais eram amigos e por isso, crescemos juntos. Estudamos na mesma escola e ele vivia lá em casa. É como se fôssemos irmãos, até brigamos do mesmo jeito. — Acabei rindo ao lembrar de Mat.
— Sei como é. Parece eu e o Henrique, apesar de não nos conhecermos há tanto tempo quanto você e o Mateus. Quando meus pais se mudaram para São Paulo, ele se tornou a minha família aqui, e depois conhecemos a Flávia, que também é muito minha amiga.
— A Flávia e o Rick são ótimos. Eles me tratam super bem desde que nos conhecemos. — Falei simpática.
— Eles te adoram, Elisa. Vivem falando de você.
— É mesmo? E o que eles falam de mim? — Perguntei curiosa.
— A Flávia adora moda, então você se tornou a referência dela.
— Me lembra de dar para ela algumas roupas da minha coleção.
— Ela vai pirar com essa notícia... Agora o Rick adora implicar comigo quando o assunto é você. — Falou meio chateada.
— Sério? Como assim? O que ele fala? — De repente fiquei super curiosa para saber o que o amigo de Sophie falava de mim. A morena pareceu se arrepender na mesma hora do que disse e demorou um tempo para me responder. Por fim, ela falou.
— Ele sabe que estamos... você sabe... — Falou envergonhada.
— Fazendo sexo? — Sophie corou violentamente.
— Sim. Ontem ele disse que queria te arrumar uma mulher para me fazer ciúmes. — Sua voz estava cada vez mais baixa. Ri do seu comentário. O que será que eles tinham conversado para Rick falar uma coisa dessas?
— E o que você falou para ele? — Realmente eu queria saber aquela resposta. Será que Sophie sentia ciúmes de mim?
— Nada. Apenas fechei a porta na cara dele. — Falou rindo.
— Tadinho...
— Tadinho nada, ele mereceu. — Falou irritada.
— Você sentiria ciúmes de mim se eu saísse com outra mulher? — Perguntei, e ela se mexeu desconfortável na cadeira.
— Você está saindo com outras mulheres? — Ela era esperta. Nada melhor do que fugir de uma pergunta do que fazendo outra.
— É claro que não, Soph. Temos um acordo. Mas você não respondeu minha pergunta. — Fiz questão de enfatizar a última parte para que ela não mudasse de assunto.
— Nós temos um acordo e no momento você faz sexo comigo. Não gosto de dividir. — Ela não falou que tinha ciúmes, mas não querer me dividir com mais ninguém já era ótimo de se ouvir.
— Ok, você não precisa dividir. Nosso acordo não é aberto, e eu nem quero que seja. — Falei tocando na sua mão e me aproximando para beijá-la. Soph virou o rosto para que eu beijasse apenas sua bochecha. Tentei entender por que ela fez aquilo, mas me lembrei dos paparazzis, que podiam estar em qualquer lugar. — Desculpa, eu me esqueci...
— Tudo bem. Só vamos tomar mais cuidado. — Falou me interrompendo e assumindo uma postura séria. Odiava quando ela agia assim. Era a mesma expressão de quando nos conhecemos.
— Você já terminou de comer? — Perguntei.
— Sim. Vou só pagar a conta e já podemos ir. — Falou.
Dirigi até o apartamento de Sophie em silêncio. Ela se manteve distante, e eu não queria falar nada que a afastasse mais ainda. Quando chegamos, perguntei:
— Que horas passo aqui para te buscar? — Tomara que ela não tenha desistido do nosso encontro.
— 21 horas. Pode ser? — Perguntou, e sua voz já estava mais tranquila. Eu respirei aliviada.
— Pode sim. — Me aproximei antes dela sair do carro e tomei sua boca em um beijo que não demorou muito, mas foi o suficiente para fazer com que sua expressão séria se transformasse em um sorriso.
— Até depois, Elisa. — Falou saindo do carro.
Fui para uma reunião com meu assistente. Tinha que avisar sobre a compra da casa e pedir para que ele procurasse algum local para nosso escritório o mais rápido possível. Oficialmente, eu estava me tornando uma mulher de negócios. Apesar de tudo isso, o que tomava meus pensamentos era o fato de que finalmente Sophie tinha aceitado meu convite para um encontro, e eu sabia exatamente onde iria levá-la. Só que precisava correr porque o nosso encontro seria em poucas horas, e eu ainda tinha muita coisa para resolver.
SOPHIE LOPES
Eu vou a um encontro com Elisa!
Ajudar ela a escolher uma casa e depois almoçar juntas era bem diferente de ir a um encontro. Todo aquele clima romântico e a ansiedade de não saber o que vestir. Porque eu me coloquei nessa situação? Já não bastava eu ter que lidar com aqueles novos sentimentos que ela me causava.
Agora eu teria que ir a um encontro. "Sophie, você precisa se controlar. Você não é assim. Assuma o controle dessa situação. Não é nada demais. Vai ser apenas duas amigas saindo para jantar. É isso. Se concentra e tudo vai dar certo." A quem eu estava querendo enganar? O nervosismo tomava conta de mim e eu estava quase passando mal.
Coloquei mais uma roupa e aquela também não iria servir. O que vou usar? Olhei para montanha de roupas em minha cama. O meu quarto estava uma zona. O que se usa quando você sai com uma estilista e supermodelo? Isso não vai dar certo. Vou ligar para Elisa e desmarcar esse encontro. É isso que vou fazer. Peguei meu celular, mas a campainha começou a tocar. Fui correndo até a porta e Flávia estava na minha frente.
—Nossa, você tá uma bagunça, amiga.
— Deu para perceber foi? — Falei irônica.
— O que aconteceu? — Flávia me perguntou.
Uma hora ou outra ela iria descobrir, e eu, definitivamente, precisava da sua ajuda.
— Elisa me chamou para sair e eu não sei o que vestir. — Admiti.
— Sério! — Flávia bateu palmas. — Pode deixar que vamos encontrar uma roupa bem bonita para ela ficar doida por você.
— É um encontro de amigas, Flávia. — Falei tentando convencer a nós duas.
— Amigas... Sei... Vamos ver a roupa perfeita para você usar.
— Que bom, porque se dependesse de mim, iria de moletom e regata.
— Ainda bem que estou aqui. — Minha amiga me puxou até o quarto, revirou o meu guarda-roupa e tirou um vestido vermelho transparente de alcinha.
— Nem pensar, eu não vou usar isso. — Neguei com a cabeça.
— Porque não, Soph? É perfeito, nunca vi você com ele.
— Isso é muito decotado. Elisa vai pensar que quero seduzi-lá.
— Ata, esqueci que ela é só sua "amiga", né? — Senti ironia na sua voz, e ela enfatizou bem as aspas com as mãos. — Então, veste esse aqui. — Flávia me entregou outro vestido, que era bonito, simples e bem recatado, de mangas compridas, e seu comprimento ia até os meus joelhos. Estava parecendo que ia para a igreja.
— Tá bom, você venceu. Me dá o vestido vermelho. — Ela pulou de alegria.
Fui até o banheiro, tomei banho e me depilei. Flávia me ajudou com o cabelo e a maquiagem. Coloquei o vestido e me olhei no espelho.
— Você tá linda, amiga.
— Me sinto linda. — E realmente estava. Era como se a mulher no espelho fosse uma versão selvagem e sexy de mim.
— Pega esse sapato, vai combinar muito bem com esse vestido. — Flávia me entregou um salto agulha preto. Muito ousado, nem sei quanto tempo aguentaria com aquele sapato.
— Você quer me matar! — Falei séria.
— Quem vai morrer é a Elisa quando te ver, amiga. — Ela estava certa.
Estava com vontade de provocar Elisa, e aquela roupa, com certeza, me ajudaria.
— Obrigada, Flávia, sem você eu não sei o que teria feito. — Agradeci e a abracei.
— É verdade, eu sou demais. — Se gabou. — Quase ia me esquecendo, vim aqui porque deixei minhas anotações do TCC na sua mesa. — Ela foi até a cozinha, e eu a segui.
— E como estão as coisas da faculdade? — Perguntei.
— Uma loucura, Soph. Estou louca para apresentar esse trabalho e me formar. Mal posso esperar! — Falou animada.
— Vai dar tudo certo. Você se esforçou muito para isso. Pena que vou perder minha assistente.
— Vai mesmo. Recebi uma proposta de emprego em uma emissora de televisão. Vou estagiar lá por um tempo.
— Isso é incrível, Flávia. Meus parabéns. —Nos abraçamos novamente.
— Obrigada por tudo que você fez por mim. Não sei como teria pagado a faculdade sem esse emprego.
— Que isso, Flávia, você é minha amiga e uma ótima funcionária. — Ela começou a chorar, e eu também.
— Ei, pode parando. Vai estragar a minha obra-prima. — Ela falou, e eu me abanei.
— A culpa é sua que fica dizendo essas coisas melosas.
— Tá bom, parei. Queria ver a cara da Elisa quando ela te ver, mas tenho que ir. Me conta tudo depois.
— Ok, se cuida, tá?
— Tá bom.
Depois que Flávia foi embora, não demorou muito, e Elisa mandou uma mensagem:
Elisa: Oi, linda. Estou na sua porta.
Meu coração começou a acelerar imediatamente, minha mão começou a suar, e eu estava nervosa. Respirei fundo, peguei minha bolsa e abri a porta.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Maria Daguia
Te amo, Flávia!!!!! Toda mulher merece una amiga assim!!!!!!!!👏👏👏👏👏👏👏👏😘😘😘😘😘😘😘
2024-08-13
1
Pattrycia Rafaelly Mendes
continua continua continua continua
2024-01-04
1
Sophia
tá vendo q mesmo com medo de morrer ela pensou em Elisa kkk
2023-12-23
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