capítulo 19

Andrey havia acabado de receber uma ligação e estava satisfeito. Olhou para as pessoas no seu escritório dando ordens – achem a melhor oportunidade e executem o plano – todos confirmaram com a cabeça e saíram da sala. Andrey foi até a mesinha que ficava sua bebida se servindo, sentou em sua cadeira com um sorriso nos lábios e falou com ele mesmo.

– eles terão uma surpresa quando voltarem, me aguarde Alberto. –

Já no Brasil, Carlos estava no quarto esperando por Alberto, havia se passado horas e nada dele aparecer, Carlos estava nervoso e apreensivo, até ele que não tinha o costume de beber, bebeu uma dose.

Paulo estava com ele, e ficou observando Carlos andando de um lado para outro –será que dá pra você se sentar? Eu já estou ficando tonto, não sei porquê está tão nervoso assim– Carlos o olhou revirando os olhos e antes de responder o celular de Paulo tocou.

Paulo olhou para o visor e depois para Carlos, se levantou e foi para a sacada para atender. Carlos observava as reações de Paulo mais não conseguia ouvir a conversa.

Depois de um tempo Paulo voltou e falou –preciso sair, não se preocupe ele já está vindo– Paulo fez uma pausa e suspirou antes de continuar –ele descobriu mais do pensava com o interrogatório do homem, então boa sorte. E doutor acho que você sabe como acalmá-lo –

Paulo saiu e deixou Carlos plantado na sala com a boca aberta olhando para porta –hãm? Sério que vai dizer isso assim e sair? Eu não faço ideia de como acalmá-lo, e o que foi que ele descobriu?–

Carlos passou a mão pelo rosto se dando conta que estava ali questionando ele mesmo –eu vou pirar– foi até o frigobar e pegou uma água para beber, enquanto bebia a água encostado na porta e olhando para o mar ouviu o barulho da porta de entrada.

Carlos sentiu um frio na barriga e se virou, Alberto entrou e não olhou em sua direção, estava vestindo um sobretudo que não estava usando antes. Alberto entrou desabotoando o casaco e quando tirou sua roupa estava cheia de sangue, Carlos largou a garrafa de água e foi em sua direção –não é meu– ele disse essas palavras indo em direção ao quarto.

Carlos foi atrás e Alberto foi tirando a camisa indo em direção ao banheiro, Carlos o chamou e ele parou na porta do banheiro e sem se virar falou –me deixe tomar um banho primeiro– ele entrou e trancou a porta, Carlos percebeu que ele não queria que ele entrasse.

Agora ele havia entendido o boa sorte de Paulo, ele estava muito nervoso e não sabia se era pelo que houve no banheiro ou pelo que ele descobriu. Carlos se sentou na cama olhando para a porta do banheiro, não sabia o que iria fazer quando ele saísse de lá.

Alberto passou um bom tempo no banho, Carlos estáva parado na porta que dava para a sacada olhando para fora e pensando em mil e uma coisa. Ouviu a porta do banheiro se abrindo e se virou. Dessa vez Alberto olhou para ele, estava só de toalha com o cabelo molhado, e aquela era uma visão extraordinária.

Alberto se aproximou de Carlos o olhando nos olhos, Carlos estava encostado no vidro da porta, Alberto chegou perto segurou suas mãos prendendo elas acima da cabeça de Carlos. – o que exatamente aconteceu naquele banheiro Carlos? –

“ele apareceu e não me deixou sair, me prendeu na pia e tentou me beijar” Carlos não conseguia decifrar o olhar de Alberto. “Ele te segurou assim? Apertou sua cintura assim? – Alberto perguntava e apertava sua cintura – tentou de beijar assim?– Alberto o beijou mas Carlos não correspondeu.

Carlos não estava gostando nada daquele jeito de Alberto, ele nunca havia o tratado assim, mesmo que fosse ciúmes ele não tinha culpa do que aquele idiota fez. – para, o que você acha que está fazendo? – Carlos perguntou irritado para Alberto.

Não era porque ele era uma mafioso que matava pessoas que podia se achar no direito de tratar ele assim. Alberto parou e olhou para Carlos, soltou seu pulso e se afastou dele. Alberto se virou e foi em direção a sala, Carlos ficou ali parado e não sabia se ia atrás de Alberto ou não, ele estava visivelmente alterado.

Carlos ouviu o barulho de coisa caindo no chão e foi ver o que era, Alberto havia derrubado algumas coisas que estavam na mesa e agora estava apoiado nela. Carlos pensou em abraça-lo por trás, mas se lembrou do que ele pediu antes.

– Alberto o que está acontecendo? Você está me assustando – Carlos foi falando com ele para que percebesse que ele estava se aproximando. Carlos criou coragem e o abraçou por trás, ele pode sentir o corpo de Alberto relaxando quando ele o abraçou.

– pode me dizer o que houve?– Carlos queria que ele conversasse com ele, se abrisse e deixasse ele ajudar. Alberto se virou e seu olhar agora parecia mais calmo. Alberto o abraçou sem dizer nada por um tempo, Carlos deixou que ele o abraçasse o tempo que fosse preciso para se acalmar.q

– me perdoe por favor, eu não podia ter feito aquilo com você. Você não merecia aquilo. – Alberto o soltou de seu abraço e o olhou, Carlos percebeu que seus olhos parecia marejados. – você definitivamente não merece alguém como eu ao seu lado Carlos, esse meu lado era tudo o que não queira que você visse, não queria te deixar assustado ou magoado com meu comportamento possessivo –

Alberto falou e se afastou um pouco dele – eu fiz hoje o que jurei a mim mesmo que jamais me permitiria fazer, eu perdi o controle na sua frente e você deve estar me odiando, eu não lido bem com traições Carlos –

– mas eu não te trai Alberto, eu não tive culpa – agora foi a vez de Carlos se aproximar dele. – Alberto segurou seu rosto – eu sei bebê, o único culpado é aquele desgraçado, mais eu fiquei louco quando vi ele te agarrando daquele jeito, ver ele com as mãos em você, me fez querer arrancar as mãos dele, eu tive que me segurar para não fazer uma merda ali mesmo na sua frente.–

Alberto o puxou para perto dele e passou a mão por seu rosto – você mexeu demais comigo pequeno, eu fico louco de imaginar alguém além de mim te tocando, te beijando, ou arrancando seus gemidos, imaginar alguém ouvindo seus gemidos é o mesmo que uma tortura pra mim.– Alberto lhe deu um beijo e dessa vez Carlos retribuiu.

– eu não tinha planos e nem queria me apaixonar por ninguém, muito menos você. Eu sempre pensei que meu mundo não era pra você, que eu não merecia ter alguém como você do meu lado, mas eu fui fraco e não consegui resistir a você, e agora acabei te magoando .–

Alberto tentou se afastar de novo mais Carlos o segurou – Somos mesmo de mundos diferentes, você mata pessoas e salvo a vida de pessoas, eu não planejei me apaixonar, e entrar em mundo totalmente diferente da realidade que eu tinha, mas aconteceu Alberto. Eu me apaixonei por você, eu gostei de perder o controle de tudo na minha vida, coisa que eu jamais iria querer fazer antes de te conhecer, você virou minha vida do avesso, bagunçou tudo, mas mesmo assim foi a bagunça mais linda de toda minha vida.

Alberto não resistiu ouvir Carlos dizer tudo aquilo e o beijou com paixão, Carlos retribuiu. Alberto e Carlos precisavam daquilo depois de toda essa tensão, ambos haviam entendido que precisariam colocar muitas cartas na mesa se queriam que esse relacionamento desse certo, não adiantaria Alberto esconder suas faces e não adiantaria Carlos fingir que elas não existiam.

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