Todas aquelas informações estavam formigando na cabeça de Carlos; saber que acabou no meio de uma disputa entre duas famílias mafiosas era de tirar qualquer um do sério. Carlos tinha que obter o máximo de informações possíveis para saber exatamente onde estava pisando.
— Como o Alberto acabou caindo em uma armadilha? — Carlos chamou a atenção de Bruno com essa pergunta repentina.
O mesmo o olhou por um momento, voltando sua atenção para a estrada. Bruno não achava que seria um problema passar essas informações, talvez até ajudasse Alberto a ganhar pontos com Carlos.
— Ele foi traído por seu namorado. Alberto descobriu no dia em teve a emboscada, que ele estava dormindo com o Andrey; ele marcou um encontro para comemorar o aniversário dos dois, mas no final, o Andrey também estava lá, o esperando. Por sorte, ele viu o reflexo em um vidro de um móvel na casa; se não, o tiro teria sido fatal.
Carlos ouviu tudo em silêncio e sentiu empatia por Alberto. Por mais que também tenha sido traído por Lucas, ao menos ele não tentou matá-lo.
— Como ele está superando isso? Ele o amava muito?
Bruno esboçou um sorriso com a pergunta.
— Não é fácil superar uma traição, mas acho que ele está tirando de letra. Na verdade, não acho que o Alberto ainda o amava. No começo do relacionamento, até que poderia dizer que sim, mas quando o Alberto viu sua real natureza, foi perdendo o encanto. — Bruno percebeu que Carlos estava interessado na história e continuou.
— No começo, Pablo parecia ser uma pessoa indefesa, bondosa e meiga. Mas assim que Alberto começou a lhe dar corda, ele mostrou seu verdadeiro lado. Não só o Alberto, como eu já presenciei ele maltratando os empregados. Alberto não humilha e nem aceita ver seus funcionários sendo humilhados, seja por sua classe social ou por qualquer outro motivo.
Carlos levantou uma sobrancelha quando ouviu essa parte.
— O Alberto fez alguma coisa? — perguntou curioso.
Bruno diminuiu a velocidade porque sabia que Carlos teria mais perguntas e, se chegasse rápido, não teria a chance de respondê-las. Carlos não percebeu a mudança e continuou aguardando a resposta.
— Até onde sei, ele pediu ao Pablo que isso não voltasse a acontecer. Ele se desculpou, fingindo ter perdido o controle, mas sempre que o Alberto não estava por perto, acabava repetindo. Lógico que ele ficava sabendo de tudo, então, com essas coisas acontecendo, acredito que os sentimentos dele foram mudando.
Carlos não falou nada por um tempo depois das últimas coisas que Bruno falou; estava pensativo. De alguma forma, as suas histórias eram parecidas; haviam sido traídos, as pessoas que eles amaram mudaram com o tempo e, no final, acabaram abandonados.
Por mais que a empatia de Carlos estivesse aflorada, ele ainda estava preocupado com sua segurança. No final, Alberto ainda era um mafioso e um homem perigoso. Não sabia se poderia acabar o machucando ou o obrigando a fazer coisas que não queria.
— Sei que ele é seu patrão, mas ele poderia me machucar ou me obrigar a fazer alguma coisa contra minha vontade? — Carlos foi direto com Bruno.
— Se essa é sua preocupação, pode ficar tranquilo. Alberto é um mafioso, mas é um homem com bom coração; você só o verá recorrer à violência para se defender ou àqueles que ele ama. Diferente do Andrey, ele segue um código de honra. — Bruno parou no semáforo e olhou para Carlos antes de continuar.
— Você agora passou a ser uma pessoa importante para ele, e a partir de agora ele vai fazer o que for preciso para te manter seguro e não vai permitir que ninguém encoste em você.
Carlos sentiu que Bruno estava sendo sincero, e ouvir ele dizer aquelas palavras o fez se sentir de alguma forma especial. Mesmo que não fosse nessas circunstâncias que gostaria de ter esses sentimentos, se sentiu feliz. A partir dali, os dois permaneceram em silêncio. Bruno o perguntou uma vez se estava sentindo dor e atendeu algumas ligações de trabalho. Carlos encostou sua cabeça no banco e permaneceu olhando pela janela. Agora, Carlos tinha algumas informações para processar, e era isso que estava fazendo. Estava tão focado em seus pensamentos que nem percebeu quando entrou em uma área nobre com várias mansões.
O médico saiu de seus devaneios quando percebeu que o carro parou em frente a um grande portão, com alguns seguranças próximos. Um dos homens se aproximou, verificando quem estava no carro, e ao ver Bruno no volante liberou de imediato. O carro adentrou a propriedade que parecia enorme. Na entrada, eucaliptos plantados de um lado e do outro faziam um caminho até próximo a uma enorme casa que era bem iluminada.
Uma fonte estava em frente à casa. Bruno parou o carro na entrada, desceu apressado e foi abrir a porta para Carlos. Ele não estava acostumado com esse tratamento e ficou um pouco envergonhado. Bruno foi na frente, mostrando o caminho, para onde olhasse via um segurança. Ainda segurava seu braço. A porta foi aberta por Bruno, que o pediu que entrasse.
Assim que entrou, Alberto apareceu vindo em sua direção no enorme hall de entrada. Ele usava uma camisa gola alta marrom, bem ajustada ao seu corpo, que revelava os músculos bem definidos. Carlos tinha que admitir, Alberto era realmente lindo e extremamente sensual, mesmo com aquela expressão que mataria alguém a qualquer momento.
Alberto veio se aproximando, analisando Carlos de cima a baixo. Olhou para o braço que ele apertava e desviou o olhar para Bruno, que pareceu entender o que significava aquele olhar. Chegando perto de Carlos, olhou melhor seu rosto, franziu a sobrancelha, vendo uma mancha de sangue ainda em seu nariz.
Não dava para saber o que estava passando na cabeça de Alberto naquele momento. Quando Carlos abriu a boca para dizer algo, Alberto o abraçou do nada. Carlos se sentiu totalmente surpreso com aquele abraço repentino, e até Bruno levantou uma sobrancelha vendo aquilo. Alberto o soltou de seu abraço e não o olhou, se virando para um de seus empregados.
— Leve o senhor Carlos para o quarto que mandei preparar e providencie o que ele precisar.
Depois que deu as ordens, foi que olhou novamente para Carlos.
— Por favor, vá com ele. Mandei preparar um quarto para você. Tome um banho e troque de roupa. O que precisar para o seu curativo, informe que será providenciado.
— Obrigado, não pude pegar nada, nem minhas roupas, então...
Alberto nem esperou que ele terminasse.
— Não se preocupe com isso. Tem roupas para você passar a noite. Amanhã cedo vou providenciar roupas para você. Preciso resolver uma coisa, daqui a pouco subo para ver você. Ok?
Carlos abriu a boca para falar algo sobre as roupas que ele se referiu, mas o empregado atrás de Alberto balançou a cabeça para que ele não falasse nada. O médico apenas concordou com a cabeça e seguiu o homem escada acima. Alberto o seguiu com o olhar por um tempo e, em seguida, voltou seu olhar gélido em direção a Bruno, colocou a mão no bolso da calça e chegou mais perto, ficando lado a lado.
— Me traga o homem que fez aquilo com ele. Estarei lá embaixo esperando. — Alberto falou e deu uma última olhada em Bruno e saiu indo em direção a uma escada que dava para uma espécie de porão.
Bruno travou o maxilar e suspirou. Sabia o que aquele olhar significava e poucas vezes viu Alberto daquele jeito. Sabia que aquele homem podia ser amigável, mas conhecia o seu outro lado também, e era esse lado violento e mal que o assustava. Bruno sabia que ele iria machucar o homem que feriu Carlos, ou até mesmo iria matá-lo.
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Wanderleia Menezes
Que amor roxo e maluco é esse
Segura a fraga aí meu irmão
Está se entregando porquê
2025-03-20
0
Yedan Sonaecon
ele preocupado 😟❤️
2025-02-21
2
𝐌𝐚𝐫𝐢𝐚🤘🏻💕
o Bruno:marrapaiz macho disfarçar
2025-01-15
7