Carlos saiu do hospital e decidiu não ir direto para sua casa, foi ao shopping onde tinha um restaurante de comida japonesa que ele gostava de frequentar. Já que não tinha almoçado porque passou mal, tinha que colocar algo no estômago.
Depois de comer, decidiu dar uma volta pelo shopping, queria ocupar sua mente para não pensar muito na questão com Lucas. Seu plano de não pensar estava falhando miseravelmente, vários lugares ali o lembravam de quando passeava com ele naquele lugar. Definitivamente não estava funcionando.
Carlos decidiu ir embora, já que não conseguiria parar de pensar naquilo, era melhor que estivesse em casa. Ele foi em direção à escada rolante e ouviu seu celular apitando. Era Alberto mandando mensagem.
“Você está bem? Já teve alta?”
“Estou bem. Sim.”
A resposta de Carlos foi curta, na intenção de que Alberto não mandasse mais nenhuma mensagem, só que não adiantou.
“Você foi para casa ou está trabalhando?”
“Não, para as duas perguntas.”
Carlos continuou andando enquanto respondia Alberto.
“Onde você está? Talvez estejamos perto um do outro e podemos nos encontrar.”
“Não, quero ficar sozinho. Obrigado pela sua atenção, mas não estou em um bom dia, e não serei uma boa companhia.”
Carlos deu a resposta e guardou o celular. Não queria continuar respondendo a Alberto; mesmo se ele mandasse mais mensagens, iria ignorá-lo. Realmente queria ficar sozinho, e a companhia de um mafioso era o que ele menos queria naquele momento.
No andar de cima do shopping, Alberto guardou o celular, decidindo não mandar mais mensagens. Ao seu lado estava Bruno, o homem que ele colocou para vigiar Carlos. Bruno o seguia de moto para todos os lugares e informava a Alberto. Ele era como o irmão mais novo de Alberto e um dos seus melhores homens.
— Pode ir, continue me avisando de todos os seus passos. A essa altura, o Andrey já sabe que ele me ajudou. Mesmo se Carlos não estiver em casa ou no hospital, os homens devem permanecer. Se aparecer alguém do Andrey ou ele mesmo, me avisem imediatamente.
Bruno fez um sinal com a cabeça, concordando, e saiu para continuar seguindo Carlos. Alberto suspirou. Ele estava tentando mantê-lo seguro sem interferir em sua rotina, mas se pudesse, manteria Carlos em sua casa, perto dele. Assim, poderia ficar tranquilo, sem medo de que algo pudesse acontecer a Carlos. Aos poucos, já tinha percebido que Carlos mexeu com ele mais do que queria admitir.
Alberto já tinha resolvido seus assuntos em um de seus restaurantes no shopping. Mal sabia Carlos que o restaurante em que ele comeu também pertencia à família de Alberto. Ele foi em direção ao estacionamento, imaginando que não teria mais perigo de esbarrar com Carlos ali. Entrou no carro e mandou seguir direto para sua casa, não poderia abusar, já que sua ferida não estava completamente curada.
Carlos passou em mais dois lugares antes de voltar para sua casa. Quando chegou já era no final da tarde. Seu celular apitou algumas vezes no caminho, mas Carlos decidiu ignorar. Imaginou que seriam mais mensagens de Alberto e não estava com vontade de responder.
Ele estacionou o carro enquanto o portão se fechava. Só depois que fechou totalmente foi que Carlos saiu do carro. Carlos estava traumatizado com a história de mafiosos em seu trabalho e em sua casa
Carlos colocou as compras na cozinha e olhou o celular, que apitou mais uma vez. Era Lucas fazendo um monte de perguntas sobre como estava, onde estava e se estava sozinho. Carlos decidiu ignorar as mensagens e colocou o celular no modo de vibração, só para não poder ouvir o barulho das mensagens chegando. Ele colocou o celular na mesa e foi em direção ao quarto, tirando a camisa.
Na rua, Bruno já havia chegado e descobriu que os dois homens que vigiavam a casa de Carlos estavam mortos no carro. Logo percebeu que havia mais alguém dentro da casa. Bruno pegou duas armas no porta-malas do carro e foi em direção à casa, ligando para Alberto.
— Os homens que deixamos na casa do médico foram abatidos. Eles devem estar dentro da casa. Ligue para o médico e peça para que se tranque no banheiro que eu vou entrar.
Bruno escalou uma pequena árvore com bastante habilidade, subiu no muro e pulou no jardim da frente. Ele sacou a arma e foi em direção à casa. Carlos voltou do quarto e pegou uma taça de vinho. Ele vestia uma calça de moletom e ainda estava sem camisa. Quando passou pela mesinha indo em direção à sala, ouviu o celular vibrando. Olhou e a chamada de Alberto havia acabado de cair.
Já havia pelo menos sete chamadas não atendidas de Alberto. Carlos franziu a sobrancelha, se perguntando por que ele ligou tantas vezes. Antes que pudesse mandar uma mensagem, Alberto ligou novamente.
— Alô?
— Até que enfim, me escute com atenção e não responda. Quero que você fique calmo e vá para um banheiro e se tranque lá. Tem alguém na sua casa, um dos meus homens já está entrando para te tirar daí. Não desligue e vá devagar, não deixe que eles percebam.
Carlos já sentia seu coração acelerado e não podia deixar de olhar de um lado para o outro com os olhos. Continuou com o celular na orelha e se virou para ir para o banheiro em seu quarto. Ao se virar, Carlos deu um grito ao ver um homem atrás dele. O homem deu um soco no rosto de Carlos, derrubando-o no chão. A taça que ele segurava se quebrou e um pedaço do vidro entrou no seu braço.
Alberto ouviu o grito que o outro deu e o barulho de algo se quebrando. Seu coração ficou aflito porque sabia que tinham pegado Carlos.
— Carlos, Carlos, está me ouvindo? Merda!
Alberto continuou tentando ouvir, mas a ligação foi desligada.
Carlos permanecia no chão, sentindo a dor do braço perfurado e do rosto onde levou o soco.
— Você tinha que bater nele, seu idiota? Você tem noção do que o chefe vai fazer se esse cara se machucar? Como você vai explicar isso?
Um dos homens gritava para o outro que perdeu o controle, pegou o celular, desligando a ligação.
Carlos permanecia no chão, sentindo o sangue escorrer do nariz e o ardor do braço onde o vidro entrou. Era melhor tentar não se mexer muito, não queria levar outro soco daquele idiota. Enquanto os dois discutiam, Carlos pôde ver um homem chegando devagar onde estavam. Imaginou que aquele seria o homem que Alberto disse.
— O que vocês querem? — Carlos tentou chamar a atenção dos dois para não ver o outro chegando.
— Temos que te levar, nosso chefe quer muito falar com você. — falou um dos homens, se abaixando e se aproximando de Carlos.
Nesse momento, Bruno, que os espreitava, agiu com muita rapidez. Primeiro, bateu com a pistola na cabeça do que estava em pé, derrubando-o, e com muita agilidade imobilizou o que estava agachado próximo de Carlos. Ele segurou a mão que continha a arma e o tirou de perto de Carlos.
— Vai, me espere no quarto. — Bruno gritou para Carlos, e percebeu que mesmo com dor, levantou o mais rápido que pôde e correu para o quarto.
Carlos ouvia barulhos do lado de fora, mas não sabia o que estava acontecendo. Os dois homens provavelmente estavam lutando. Ele já tinha trancado a porta do quarto e foi para o banheiro procurar seu kit de primeiros socorros. Tinha que tirar o vidro do braço e fazer um curativo. Ele abriu a maleta, pegou a pinça e foi para a frente do enorme espelho que tinha no banheiro.
Ele respirou fundo e começou a retirar o vidro do braço. A dor causava náuseas em Carlos. Quando conseguiu, já estava suando frio. Pegou uma gaze, pressionando o ferimento para estancar o sangue. Antes de começar a desinfetar o local, ouviu batidas na porta do quarto.
— Doutor, precisamos sair daqui agora. Eu não sei quantas pessoas mais podem estar por perto. Alberto já mandou mais gente para ajudar, mas não é seguro ficar.
Carlos se levantou do chão do banheiro e foi até o quarto. Abriu a porta devagar e viu o homem que o ajudou parado do lado de fora, com um pequeno ferimento no supercílio.
— Só pegue uma camisa e vamos sair daqui. Depois você pode pegar o que precisar.
Carlos podia sentir a adrenalina correndo em seu corpo. Isso era novidade para ele. Seus únicos momentos de adrenalina era tentando salvar a vida de alguém, e as sensações eram totalmente diferentes.
Ele foi até o guarda-roupa e pegou uma camiseta cavada. Não queria nada apertando seu ferimento no braço. Pegou os chinelos e saiu do quarto, mesmo com a calça suja de vinho e sangue. Não tinha tempo para se trocar.
— Fique atrás de mim — Bruno deu a ordem e escoltou Carlos até o carro.
Bruno estava com uma arma apontada e bem cauteloso. Poderia haver mais pessoas na casa ou esperando do lado de fora. Entraram no carro de Carlos e, ao sair do portão, o reforço que Alberto mandou apareceu.
Ao chegarem, Bruno informou onde estavam os homens mortos e mandou levar os dois que estavam na casa. Sabia que quando Alberto visse o médico, iria querer falar com eles pessoalmente. Bruno tocou seu dispositivo, fazendo uma ligação para Alberto enquanto dirigia.
— Sim, estou com ele. Um corte no braço e um pequeno ferimento no rosto. Desculpe, quando cheguei, eles já o haviam abordado. O.k.
Bruno encerrou a ligação e suspirou. Carlos, ao seu lado, soltou a ferida pressionada e vestiu a camiseta. Ele encarou Bruno, perguntando:
— Pode me dizer o que está acontecendo?
Bruno o olhou, respirou fundo e começou:
— Meu nome é Bruno, sou um dos seguranças que Alberto designou para te proteger. Tenho te seguido a distância, no caso dos homens do Andrey te perturbarem. Como prevíamos, ele deve ter descoberto que você salvou o Alberto naquele dia e mandou te levarem até ele.
Carlos estava com a boca aberta e as duas sobrancelhas levantadas.
— Então, além de tentar me perseguir porque salvei a vida dele, agora vai me perseguir porque salvei a vida do Alberto?
Carlos não estava acreditando no que estava ouvindo. Bruno confirmou com a cabeça e acrescentou:
— Andrey e Alberto são de famílias inimigas. No dia em que houve a troca de tiros, Andrey conseguiu armar uma emboscada que quase matou Alberto. Ele deve estar pensando que, se não fosse por você, teria conseguido.
O coração de Carlos já estava a mil. Se perguntava como sua vida tinha virado de cabeça para baixo daquele jeito? Antes, sua vida se resumia a trabalhar e tentar esquecer Lucas, mas no momento estava sendo perseguido por dois mafiosos, sendo espancado e tendo que ficar fugindo. Aquilo tudo era demais para alguém como ele. Não fazia ideia de como iria sair daquela situação.
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Wanderleia Menezes
Nem começou e a pessoa já está pedindo arrego pensa só que menino mole viu kkkkkkkkk
2025-03-20
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Wanderleia Menezes
Cara que pessoa doente da cabeça é essa
O psicopata basta só agradecer e casa maluco
2025-03-20
0
Yedan Sonaecon
ou seja, de todo jeito não ia se livrar🤣
2025-02-20
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