capítulo 15

O resto da viagem foi tranquila, Carlos adormeceu e Alberto continuou seu trabalho no notebook. A secretária de bordo o serviu mais algumas vezes mas não se atreveu a olhar em direção a Carlos, próximo de pousar Alberto apertou o cinto em Carlos com cuidado para não o acordar.

Assim que o avião pousou Carlos despertou com os movimentos, Alberto o olhava com um olhar terno que deixou Carlos sem jeito “o que foi? Estou babando?” Alberto sorriu da pergunta e respondeu logo em seguida “não, só estava olhando o quanto você é lindo.”

Carlos deu um sorriso tímido “chegamos?” perguntou querendo mudar de assunto. “sim, mais antes de descer preciso falar algo com você” Carlos percebeu que ao dizer isso Alberto ficou sério e tenso. “vou me encontrar com alguns sócios aqui do Brasil, então já vou pedir desculpa com antecedência, não posso ser tão amável e carinhoso com você na frente deles, são meus sócios mais não confio em ninguém, não quero que percebam que me importo com você e coloque sua segurança em risco.”

Carlos concordou com a cabeça, entendia o que ele queria dizer, e de alguma forma se sentiu feliz com o que Alberto disse, afinal aquilo significava que ele era especial para Alberto e podia se tornar seu ponto fraco, não queria mais ninguém atrás dele e não queria atrapalhar os negócios de Alberto.

Todos desceram do jatinho e um carro já os esperava, um homem bem elegante estava do lado de fora do carro com a mão no bolso e óculos escuros . “Alberto, que prazer em vê-lo” o homem cumprimentou Alberto e o abraçou. “como vai Diego? Tudo em ordem por aqui?” Alberto estava sério ao perguntar.

“Sim, mas vamos entrar no carro, já estão nos esperando para a reunião, vou te deixando a par de tudo no caminho” Alberto concordou e antes de entrar no carro olhou para Carlos e indicou o outro carro “você pode ir com o Paulo no outro carro”

Carlos só fez um sinal com a cabeça e foi em direção ao outro carro onde Paulo já estava em pé segurando a porta, mesmo Alberto tendo o avisado da forma que teria que trata-lo era estranho a sensação que a frieza de Alberto o causava.

Alberto entrou no carro com cara de poucos amigos e Diego percebeu “algum problema meu amigo? Você parece irritado.” Alberto o encarou respondendo “só alguns problemas que deixei para trás, estou pensando em como resolvê-los” Diego estreitou os olhos deu um sorriso malicioso e perguntou sobre Carlos.

“e quem é o cara que veio com você? E bem bonito, algum amante?” Alberto suspirou e respondeu sério “não é ninguém especial, somente um dos meus subordinados, ele é meu médico particular, sabe que sofri um ferimento a pouco, e ele só está me acompanhando por precaução”

Diego colocou a mão na cocha de Alberto e perguntou com uma cara provocativa “mas você está bem? Espero que isso não atrapalhe que a gente se divirta como sempre fazemos” Alberto sabia a que tipo de diversão ele se referia, mas agora ele tinha Carlos e isso não ia rolar. “não acho que poderemos fazer nada dessa vez, sinto muito, recomendações médicas”

Diego fez uma cara de desgosto assim que Alberto respondeu, ele não deu brecha para que o outro continuasse e pediu que falasse sobre os negócios, enquanto Diego explicava como estava os negócios aqui no Brasil, Alberto pegou o celular e enviou uma mensagem para Carlos.

“me espere no hotel, não saia do quarto até eu voltar, vou te levar para jantar quando terminar o que tenho para fazer, não estamos no meu território bebê, então não posso vacilar e correr o risco que te aconteça algo, então não abra a porta para ninguém além de mim e o Paulo. Sinto muito por ter que te deixar sozinho.”

Carlos recebeu a mensagem leu e suspirou, sabia que era exagero de Alberto toda aquela preocupação, afinal estavam em outro país e o que poderia acontecer aqui? Mas não iria desobedecer. Na verdade naquele momento o que o incomodava era o homem que estava sozinho com Alberto naquele carro, ele viu a forma com que ele olhou para Alberto.

Paulo era diferente de Bruno, era mais fechado e sério, se lembrava de como ele o intimidou quando conheceu Alberto, não se sentia a vontade como se sentia com Bruno mas mesmo assim arriscou perguntar “ Alberto e aquele cara são muito íntimos?” Paulo olhou em sua direção, mas estava de óculos escuro, virou novamente para frente antes de responder.

“Não se preocupe, você parece bem importante para ele, nunca vi ele tão preocupado com alguém antes, então não se preocupe ele é leal.” Ouvir isso fez ele se sentir um pouco melhor, mas ao mesmo tempo só confirmava que eles tiveram alguma coisa. Carlos se repreendeu mentalmente, não tinha direito de sentir ciúmes, mesmo que já tivesse certeza que estava gostando de Alberto e que já tinham sido bem íntimos, não estavam namorando.

Carlos pensava sobre isso enquanto olhava a paisagem a sua volta, isso o incomodava, mas era isso mesmo que ele queria agora? Namorar Alberto? Ainda tinha Lucas que queria uma resposta, mas tinha certeza que não sentia mais o que já sentiu por ele.

O hotel em que ficariam hospedados era bem chique, o quarto era uma grande suíte que tinha uma linda vista para o mar, Carlos amou ver aquela paisagem e estava louco para ir a praia. Paulo deixou as bagagens no quarto e foi aguardar em uma ante sala que havia na suíte.

o quarto

Carlos estava com calor, tomou um banho e vestiu algo mais fresco e continuou olhando a vista esperando por Alberto. Como estava demorando bastante Carlos decidiu descer para comer algo enquanto esperava por ele, Paulo foi junto pois tinha ordens expressas de não deixar Carlos sozinho.

Saíram do hotel e foram em direção a uma lanchonete próximo, se sentaram em uma mesa e uma das garçonetes veio entregar o cardápio e anotar os pedidos, a moça logo fez questão de dar um belo sorriso para Carlos, Carlos sorriu de volta e começou a escolher o queria.

“vou querer esse sanduíche e um suco de laranja natural por favor” Carlos falava um pouco de português mas dava para perceber o sotaque. “vocês não são brasileiros né, de onde vocês são?” antes que Carlos respondesse Paulo interrompeu pedindo que trouxesse o mesmo pedido para ele.

A moça deu outro sorriso para Carlos e saiu para entregar o pedido “porque foi tão grosseiro com a moça?” Paulo apoiou a as duas mãos entrelaçadas na mesa o olhou sério e respondeu “a garota estava flertando com você, e o Alberto não iria gostar de saber que tem alguém flertando com o senhor”

“Serio isso? Ela só estava sendo gentil, e outra não sou namorado do seu patrão, então posso flertar com quem quiser, e mais, você sabe que sou gay né?” Paulo não respondeu só pegou seu celular e começou a mexer. Carlos revirou os olhos e voltou sua atenção para a rua.

Pouco tempo depois a moça voltou com o pedido, sorrindo novamente para Carlos e Paulo a observando “se precisar de mais alguma coisa é só me avisar” a forma que ela disse isso fez Carlos ficar sem graça, o jeito que falou e olhou deu para perceber que tinha um duplo sentido aí. “não se preocupe se ele precisar de algo eu te aviso” a voz rouca e forte que veio de trás dela a fez se assustar.

“Posso ajudar senhor? Vocês estão juntos?” a moça perguntou sem graça, Alberto se aproximou um pouco mais e respondeu com a cara de mal humor “sim, estamos juntos” ela estava de costas para Carlos e tampando sua visão de Alberto, ele aproveitou e fez um sinal para ela apontando para Carlos e depois para ele, a moça ficou sem graça pediu licença e saiu.

Paulo que viu tudo só deu um sorrisinho de lado “você não quis me esperar no quarto?” Carlos não olhou para responder “estava com fome e queria aproveitar a vista” Alberto não falou nada só ficou do lado aguardando os dois comerem para irem embora.

“Você quer dar uma volta antes de voltarmos para o hotel?” Carlos concordou animado. Andaram algum tempo pelo calçadão sem dizerem nada até que Alberto decidiu quebrar o gelo “tem alguma coisa incomodando você? Ou você quer perguntar alguma coisa?”

Carlos só negou com a cabeça, não teve coragem de perguntar o que realmente queria “não é nada, só achei que talvez pudéssemos passar algum tempo juntos aqui.” Alberto segurou sua mão e parou fazendo com que Carlos ficasse de frente para ele.

“me desculpe, mas preciso resolver alguns assuntos da organização primeiro, depois eu prometo a você que serei todo seu” Alberto tocou o rosto de Carlos que fechou os olhos, achava muito bom sentir seus toques. “tudo bem, posso aguentar mais um pouco” voltaram a andar mas dessa vez Alberto não soltou sua mão.

Voltando ao hotel, descansaram um pouco e depois se arrumaram para sair, Alberto havia planejado o levar em um restaurante perto da praia. No restaurante a mesa que Alberto reservou foi do lado de fora com vista para o mar “esse lugar é lindo Alberto, você tem bom gosto” Carlos estava feliz por estar ali.

“Imaginei que você gostaria daqui, e é perfeito para o que quero fazer” Carlos não entendeu ao que ele se referia “o que você quer fazer? Antes de Alberto responder o garçom chegou com os pratos, Alberto respirou fundo lançando um olhar mortal para o garçom que serviu o mais rápido que pode e saiu dali.

Carlos sorriu de Alberto com aquela cara, mas assim que ficaram a sós novamente ele continuou “eu trouxe você aqui essa noite porquê queria te fazer um pedido, e realmente espero que aceite” o coração de Carlos acelerou Por imaginar que poderia ser o que ele estava pensando. “que pedido?”

“Sei que passou por muita coisa e quero que saiba que estarei do seu lado sempre, mas não quero estar ao seu lado somente como seu amigo, protetor ou sei lá o que” Alberto pegou a mão de Carlos que esteva na mesa e continuou.

“eu quero estar ao seu lado como seu namorado, seu homem ou qualquer outro título fofo, então quero saber, se aceita esse mafioso torto aqui como seu namorado?”

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