Capítulo 9

Meu pé está latejando muito e não posso faltar, quando ando por uma quadra apenas vejo um carro parar próximo a calçada. Viro a cabeça e identifico o motorista. Sua voz é de comando:

- Entra no carro.

- Não obrigado, posso ir caminhando.

- Entre agora e pare de ser tão teimosa.

Fico estática e ele é tão teimoso quanto eu. Quando vejo-o abrir a porta do motorista resolvo ceder e entrar no carro. O silêncio é absoluto e ao estacionar o carro desço agradecendo.

Encontro o Luke e a Luiza aos beijos e sinto um pequeno desconforto, só não consigo entender o porque. Carl chega em seguida, me abraça forte e sussurra no meu ouvido.

- Ele pediu desculpas?

Nego com a cabeça. Ele ainda me abraça..

- Ele é um idiota. Se eu não estivesse afim de uma garota pode ter certeza que iríamos namorar.

Olho em seus olhos e dou um sorriso triste.

- Beth vai ficar com ciúmes se te encontrar assim comigo.

- Eu explico e ela me perdoa, vou fazer o Ryan sofrer só mais um pouco.

Beth chega e ainda estamos abraçados, meu rosto está escondido na curva do pescoço do Carl. Ela nos abraça e sua reação me espanta.

- Ei garota você tem que sair dessa.

Levanto a cabeça e não enxergo nada, apenas lágrimas que escorrem silenciosas por meu rosto.

- Carl leve-a para a sala de música, deixe-a chorar, gritar e espernear. Ela precisa disso.

- Você vem junto? - ele pergunta.

- Daqui a pouco. Vou segurar o Ryan enquanto vocês vão.

Ele me leva para a sala de música ainda vazia neste horário e ficamos lá. O percurso todo vou chorando e quando me vejo nesse local vazio os soluços me rasgam e ele apenas me ampara em seus braços.

Passam-se alguns minutos e escutamos vozes alteradas no corredor, Carl me pede para ficar ali e sai. Posso reconhecer as vozes da Beth, Luke, Carl e Ryan discutindo, tenho certeza que é pelo fato de ter vindo para cá com o Carl.

Abro a porta e sei que não estou muito bem, rosto marcado pelas lágrimas. Encontro uma cena pior no corredor: Luke está segurando Ryan, Luiza pedindo para pararem e Carl gritando algo com a Beth enquanto ela o segura pelo braço. Ele despeja algumas verdades.

- Você não a merece. Você é um canalha.

- Cala a boca. Você pensa que é quem para falar isso?

- Parem de brigar. – Luiza está desesperada.

Eu caminho até Carl e paro na sua frente. Todos se calam. Suspiro e tento melhorar a situação.

- Carl não acabe a amizade assim. Juro que não vale a pena.

Beth estende a mão e limpa meu rosto. Me viro e caminho até onde estão Ryan e Luke.

- Solte-o Luke.

- Ele está fora de si, pode te machucar. Se isso acontecer juro que não sei qual será a reação de todos.

- Me arrisco. Solte-o.

Luke o solta devagar, ele matem seu olhar no meu. Me aproximo e ponho a mão sobre seu coração.

- Ryan, você deve estar achando que tenho alguma coisa com o Carl, mas não tenho. Ele apenas está sendo meu amigo. Queria muito que respeitasse isso e não brigasse. Isso só fará você se arrepender dos seus atos.

Minhas lágrimas voltam a descer por meu rosto, tento dar um sorriso mas sei que fiquei com uma pequena careta.

- Eu amo você e não existe ninguém mais. Você precisa parar de maltratar as pessoas e entender que quem quis me perder foi você. Apenas você.

Ele estende sua mão, enxuga minhas lágrima e me puxa para seus braços, não consigo conter os soluços e aos poucos vou acalmando.

Ergo meu rosto e deposito um beijo em seu rosto. Vou embora. Todos me seguem e ele permanece lá. Sozinho.

 

O teatro está lotado e estamos sentados na oitava fileira à esquerda do palco na ponta. O professor sobe ao palco e pede silêncio. Os testes se iniciam, Estão encenando Romeu e Julieta.

Carl é o primeiro e se sai muito bem, recebendo até um sinal de positivo do professor.

- Ele foi muito bem! Tomara que fique com um papel legal. – fala Beth.

Luke é o próximo e depois de beijar uma colega fazendo Romeu vemos a aprovação dos colegas e professores. E assim se encerra os testes, mas o que me deixa preocupada é seu aviso antes da saída de todos.

- Queridos que fique claro que o aluno que não realizar seu teste não poderá participar da peça no final do ano. Resultando em falta de nota ou redução considerável.

 

Estamos no pátio externo aguardando os meninos quando o Carl chega afobado.

- Vocês viram o Ryan?

Negamos. Luiza não se intimida:

- Porque?

- Ele seria o último a fazer o teste hoje e não apareceu, o pessoal revirou a faculdade e não o acharam.

Sinto um frio na boca do estômago. Será que aconteceu algo? Onde será que ele foi parar. Vou até o estacionamento e seu carro não está mais lá.

Luiza está discutindo com Luke a necessidade de ter beijado a colega, ele se atrapalha tentando justificar algo tão óbvio.

Ao chegar ao prédio pergunto ao porteiro se ele viu o Ryan:

 - Ele passou rapidamente e saiu todo arrumado. Parecia que ia para uma reunião ou evento importante.

Quem sabe não seja algo relacionado.

 

Na madruga sou acordada por minha mãe. Ela insiste que tenho que ver algo.

- O que aconteceu? – falo ao chegar a sala.

- Você precisa ver isso com seus olhos.

Ela me puxa pelo braço e me faz sentar no sofá. Em alguns minutos o que ela insiste tanto que eu veja está aparecendo na tela e qual não é minha surpresa ao ver Ryan sentado num sofá de dois lugares tendo a sua frente um homem mais velho que sorri abertamente e o recepciona.

 - Você me acordou para ver o Ryan promovendo seu trabalho?

Me ergo para voltar ao quarto quando o entrevistador começa a fazer perguntas sobre os trabalhos que o Ryan fez.

- Ryan Russell o que nos conta de novo e o que podemos esperar para os próximos anos?.

- Bem, acabei de fechar um trabalho. Um filme de guerra que me deixou muito empolgado com o roteiro.

- Como sempre o vemos em filmes românticos, mudar assim vai ser bem chocante.

- Nem tanto. Só mudarei o foco devido a alguns projetos em mente.

- Um deles deve ser o término da faculdade, certo? Ficamos sabendo que está frequentando a Julliard em Nova York.

Ele dá aquele sorriso que amo tanto e meu coração acelera no meu peito.

- Está sendo ótimo essa fase.

- Alguém especial? Como anda o coração?

- Eu terminei meu relacionamento com Charlotte recentemente. Percebemos que não temos mais os mesmos interesses e a mesma forma de ver a vida. Se existe alguém? Sim, conheci uma garota maravilhosa.

 - Será que essa garota seria a tal misteriosa que apareceu em algumas mídias recentemente? Temos uma foto sua acompanhado vamos ver?

No telão atrás aparece uma foto nossa no jogo de basquete e outra no aeroporto. Ele sorri.

- Parece que descobriram.

- Ela estuda com você?

- Ela cursa dança em Julliard junto comigo. Estamos juntos a quase quatro meses.

- Ela realmente é bonita como está na foto?

- Pessoalmente? Muito mais.

- E por que ela não veio com você hoje?

- Porque não contei sobre meu passado a ela. E fiquei apavorado ao me deparar com uma das namoradas que tive, pisei na bola feio. Ela não está falando comigo por esses dias. - ele passa as mãos pelas coxas num gesto de nervoso – Não tive reação nenhuma a não ser afastar a pessoa e tentar me livrar dela o mais rápido possível. Só não contava com a mágoa que ia surgir.

- Ela ficou furiosa? – o entrevistador pergunta

- Muito.

- Já sei. Ela queria que você assumisse o namoro. Acertei?

- Na verdade acho que ela apenas queria que eu a apresentasse.

- Quer um conselho? Quando sair daqui corra para ela e diga o que sente. Peça desculpas e já será um grande passo para ela te perdoar.

Ele concorda e vejo que ele tem os olhos marejados mesmo sustentando seu sorriso. Olho para minha mãe:

- Você tem pleno conhecimento que ele te ama, filha? Talvez seja a hora de deixar o acontecido para trás e dar mais uma chance a ele. Quando ele aparecer vão ter que conversar.

Concordo com um aceno e me jogo na cama enterrando a cabeça no travesseiro. Meu celular começa a tocar, mas não quero saber de nada agora e acabo por jogá-lo numa gaveta.

A entrevista não sai da minha cabeça e acabo tendo um sono agitado.

Está quase amanhecendo quando alguém bate na porta e como estou sem forças apenas vejo a porta do quarto se abrir e um perfume me inebriar.

- Angel ele está aqui.

- Tudo bem mãe, pode deixar.

- Se eu escutá-la chorando você vai embora na mesma hora Ryan. – fala com seu dedo em riste.

- Sim senhora.

Ela sai e fecha a porta. Ele se aproxima da cama sentando na beirada.

- Você ainda está brava comigo?

- Não, só magoada. Você podia ter falado tudo àquilo para mim.

- Achei que seria melhor assim. Minha mãe me ligou falando sobre algumas especulações e pensei em apenas acabar com isso de uma vez. Me desculpe por não ter falado nada.

- Desculpas aceitas. – falo e ele me abraça.

Como senti saudades dele. Mesmo nos vendo todos os dias, não poder falar com ele foi o pior de tudo.

Ele levanta tira o paletó, a gravata e abre os primeiros botões da camisa que está usando, tira os sapatos e se deita ao meu lado.

O mundo para neste momento, pois ao fechar meus olhos posso sentir seus batimentos cardíacos, seu calor, seu perfume a me rodear. Suspiro.

- Você perdeu o teste. Fiquei tão triste com isso.

- Eu vou estar lá. na plateia.

- Ryan me promete uma coisa? Que sempre vamos resolver nossos problemas juntos.

- Prometo.

Ele abaixa sua cabeça e me dá um beijo na testa.

- Estava morrendo de saudades de você, sabia?

- Eu também.

Ele me estreita ainda mais nos seus braços e deixo o sono me levar. O dia termina de nascer e ele espalha beijos por meu rosto.

- Bom dia dorminhoca. Temos que nos apressar, temos aula hoje esqueceu?

- Hum... Posso ficar mais dez anos assim?

Ele dá risada e me solta.

- Vou trocar de roupa e já venho para irmos para a faculdade.

- Ok.

Vou para a cozinha e pego a garrafa de suco e me sirvo, ele surge e pega uma fruta no cesto.

- Já tomou café da manhã? - pergunta.

- Não, estou sem fome, só vou tomar um suco e podemos sair.

- Não senhora! Vamos comer algo, nem que seja uma torrada.

- Não quero.

- Se você não comer vai ficar doente.

- Bem, vou pegar uma maçã e vamos.

Ele não insiste e vamos embora.

No caminho ligo meu celular r fico admirada pela quantidade de ligações e mensagens de texto. Escrevo algo rápido e respondo a todos.

- Ryan você me ligou ontem?

- Queria falar onde estava e o que faria. Como não atendeu resolvi ir te ver e tentar me explicar. Sabia que iriam estar assistindo e que alguém poderia te avisar.

- Tenho tantas ligações e mensagens que estou assombrada.

- Falei com o Luke e Carl e estavam preocupados. Você não atendeu ninguém ontem.

- Quem me falou do programa foi minha mãe e quando meu telefone começou a disparar ligações decidi que não era a hora. Luke até propôs uma cena de ciúmes para você e estava aceitando a ideia.

Ele me olha e pega o celular da minha mão.

- Essa eu quero ler.

- Ei é meu celular. – estou rindo e puxo meu celular de volta - Não tem mensagem nenhuma. Estava brincando.

Ele me olha e, pela primeira vez fala sobre algo que o incomoda.

- Angel eu realmente tenho muito ciúmes de você. Ver você dançando não é o problema, mas aguentar as atitudes de carinho excessivo não é para mim. Não vou tolerar isso. - ele estaciona o carro na sua vaga de costume e se vira em minha direção -  Quero fazer um acordo com você aqui e agora: não vou interferir quando for a trabalho, ensaio ou treino a necessidade de contato físico com outros caras, mas fora isso eu não quero você abraçando ninguém desnecessariamente. Pode fazer isso?

- Isso vale para nós dois? – pergunto e ele confirma com um aceno - Então posso.

Quando nos aproximamos Carl se aproxima e aperta sua mão mas o que fala pesa muito mais.

- Espero que da próxima vez não meta os pés pelas mãos. Se perdê-la será um babaca e juro que vou te arrebentar.

Enquanto eles estão colocando os últimos acontecimentos em dia falo que vou a biblioteca. Beth me olha e apenas sussurro:

- Vou procurar o diretor e se ele cogitar de ir atrás de mim tentem segurá-lo, ok?

Ela concorda e saio em disparada pela escola. Encontro- o em sua sala rodeado de professores que estão em mesas com seus computadores, celulares e papéis.

Ele nota minha presença e se aproxima exibindo um sorriso.

- Em quer posso ajudá-la senhorita Rodriguez?

- Sr. Wilson gostaria de saber se poderia me fazer um favor.

- Estou ouvindo, senhorita.

- Queria saber se poderia revogar a decisão de não realizarem mais testes para os alunos de teatro. Ryan teve compromissos importantes ontem e não pode realizar seu teste, ficando de fora devido a isso. Teria como o senhor explicar a situação ao professor e verificar se ele poderia dar uma segunda chance? A decisão ainda não foi divulgada.

- Bem posso pedir, mas a decisão final é dele, entendido?

- Obrigado.

Volto rapidamente e ele ainda está falando sobre os testes do dia anterior. Luke está confiante de pegar um dos papéis principais. Me aproximo e entrelaço nossos dedos e dou um piscada na direção da Beth.

Um rapaz aparece e fala que o professor está solicitando que o Ryan vá até a coordenação. Vamos para o teatro e encontramos vários alunos aguardando. Assim que as portas se abrem nos sentamos e depois de algum tempo ele volta sorrindo.

- Vou fazer o teste. O professor me falou que ficou sabendo o que aconteceu e abriu possibilidade de eu fazer o teste junto com mais alguns colegas.

Luke dá tapas nas costas e logo ele sobe para fazer sua parte.

Assisto sua transformação. Ele trabalha o personagem como ninguém e estou ali admirando sua performance sem notar os olhares preocupados dos nossos amigos.

Me sinto leve por saber que podemos trabalhar os obstáculos.

O que deixa o dia um pouco esquisito é a conversa que Ryan e minha mãe têm na cozinha mais tarde.

Ela não interfere na minha decisão mas mostra que ela irá fazer tudo que estiver ao seu alcance para me proteger.

- Beatriz me desculpe pelo que aconteceu, realmente sinto muito.

- Não quero suas desculpas, só não magoe minha filha. Eu sei o quanto ela sofreu e deixei a seu cargo decidir o que quer.

- Eu sei e não quero isso.

- Você é um bom rapaz. Sei muito bem que o relacionamento de vocês já passou do estágio de beijos, mas quero a felicidade da Angélica e se acontecer algo que a magoe novamente serei obrigada a decidir por ela, levo-a embora e você nunca mais se aproximará dela. Espero ter sido clara.

- Como cristal.

Ela olha para onde estou e sorri:

- Você almoçou hoje?

- Sim, e já adiantei o jantar.

Acena e vai para a cozinha, vou ajudá-la e Ryan arruma a mesa. Nem parece que a algum tempo atrás ela bateu de frente com ele. Ela pergunta dos testes:

- Como foram os testes? Vai fazer algum papel importante? – ela pergunta.

- Os meus são só na próxima semana, estou fazendo algo novo. Corro apenas o risco de não acharem legal e me nomearem a árvore.

Eles me encaram com expressões de dúvida. Esse não seria o momento certo para arriscar..

- O que foi? Vocês acham que fiquei maluca? Pensem comigo se meu projeto for escolhido não preciso de mais nada. Participar não está no meu foco neste momento.

- Não quero você longe do placo no final do ano. Quero vê-la dançando. – ele fala.

- Eu também. Até comprei uma filmadora nova para poder registrar tudo!

Balanço a cabeça e me sinto tão insatisfeita. Penso que temos que fazer o que amamos e do jeito que achamos que vai nos dar satisfação.

- Ás vezes fico pensando que estudei tanto nesses anos todos. Aprimorei todo tipo de dança para chegar aqui e ficar apenas no balé. Mãe você sabe o quanto me empenhei e para quê? Quero libertar minha alma bailarina.

- Eu sei filha. É só uma fase e irá passar logo, terminando a faculdade você pode escolher o que quiser como profissão e sabe disso.

Concordo com a cabeça e fico mexendo a comida no prato.

- Perdeu a fome? – me pergunta e vejo que ela está me observando  algum tempo.

- Sabe, não tenho tanto apetite ultimamente.

- Vou marcar uma consulta para você. Pode ser estresse devido a tudo que está acontecendo. - ela fala.

Ryan me olha preocupado.

- Angel desde quando você está assim? – pergunta.

- Percebi que comecei a ficar assim logo após brigarmos. Vou seguir seu conselho, mãe, e ir ao médico. Deve ser estresse mesmo.

- Amanhã cedo faço isso e podemos ir juntas. O que acha?

Tiro a mesa e coloco a louça na lavadora junto com ele. Me preparo para dormir e o encontro esparramado em minha cama.

Me aproximo silenciosamente e quando me inclino para dar um beijo ele me surpreende invertendo a posição e me jogando na cama ficando por cima.

Seu sorriso morre aos poucos e quando vejo seu olhar sério imagino no que está pensando.

- Ryan? Nem pense nisso. Minha mãe pode nos pegar. – apoio a mão em seu peito e o empurro delicadamente.

Ele se deita novamente e pega seu celular que deve ter tocado. Vejo sua fisionomia mudar e sento na cama:

- Algum problema?

- Minha mãe. Me pediu para ir para casa. Alega que precisamos conversar.

- Ela falou sobre o que é?

- Não, mas tenho certeza que é sobre a Charlotte. Já deu tempo dela ir ao médico confirmar tudo.

- Então é melhor você ir. Ficarei aqui te esperando.

Ele pega o celular e digita uma resposta, em poucos segundos toca e ele sorri ligeiramente.

- Falei que vou amanhã assim podemos ficar juntos hoje, voltarei em dois dias.

- Mas se é importante...

- Não como você. O que acha de ficarmos no meu apartamento?

Dá um sorriso e me puxa pela mão. Ao entrar vejo que o sofá está bagunçado com lençóis e travesseiros. Olho interrogando-o.

- Eu não consegui dormir no quarto. Me lembra você. Acabei ficando por aqui e só usei o banheiro.

Me aproximo e seguro seu rosto em minhas mãos, começo um beijo lento, regado de carinho. Sinto suas mãos em minha cintura. Os beijos ficam mais exigentes e num ato louco ele me ergue e enlaço sua cintura com minhas pernas.

Ele nos leva para o quarto. Nossas respirações estão aceleradas e nossos beijos a cada minuto mais exigentes e quando ele me leva o mais alto que pode sinto como se tudo estive em harmonia.

Ficamos tempo demais separados e só assim posso afirmar que somos um só.

 

No dia seguinte estou na cozinha preparando panquecas quando ele se aproxima e enlaça minha cintura.

- Queria pedir para ficar aqui me esperando. Falei com a Beth e ela vai marcar algo para distraí-la. O que acha?

- Não precisa fazer tudo isso...

- Hum então terei de convencê-la.

Me pega no colo e me leva para o quarto. Sofro tortura... cócegas e beijos. Somos interrompidos por seu celular que começa a tocar, ele atende e fica confirmando alguma coisa.

Me solto dos seus braços e caminho até a penteadeira e pego a escova e fico observando-a descer por meus cabelos. Como ele está demorando resolvo voltar a cozinha. Ele um tempo depois quando estou com tudo pronto.

- Assim que o avião pousar te ligo. – me fala.

- Não precisa se preocupar. Resolva tudo e volte rápido para cá.

- Você me ajuda com a mala?

Vamos para o quarto em uma hora ele já está pronto, sentando no banco traseiro do táxi que vai levá-lo para o aeroporto.

Vou até minha casa encontro minha mãe trabalhando em algum relatório. Ela ergue a cabeça e olha para algum ponto além de onde estou.

- Cadê?

- Ele foi para a casa dos pais. Parece que a Megan precisa conversar sobre alguma coisa com ele.

- Não podia ser por telefone?

- Aparentemente não.

- Nossa! Preocupante?

- Tenho comigo que deve ser a confirmação da paternidade do filho que a Charlotte está esperando. Bem, passei para falar que vou sair com o pessoal da faculdade e que vou  ficar no apartamento do Ryan até sua volta.

- Tudo bem.

Caminho para o quarto e vejo que já tem mensagem da Beth. Virão me buscar em trinta minutos.

Estamos no Central Park deitados na grama olhando as estrelas. Já é de madrugada e quando meu celular começa a tocar sei que deve ser o Ryan. Essa será a terceira ligação desde que desembarcou.

Beth e Carl estão finalmente juntos. E olho para meus amigos percebendo que sinto saudades do Ryan já. Resolvo atendê-lo.

- Oi amor.

- Oi, você está bem?

- Estou sim. Morrendo de saudades de você. O que está fazendo?

- Agora? Estou admirando as estrelas e pensando em você.

- Angel onde você está?

- Estou com um pressentimento que você não irá gostar...

- Estou ficando preocupado. Não faça isso comigo, por favor.

- Eu falo se me contar o que está te deixando preocupado e não fale que não é nada pois já conheço seu tom de voz.

- Quero contar pessoalmente, será melhor.

Sinto uma sensação estranha,0 mas afasto isso completamente.

- Estou no Central Park...

- Sozinha?

- Não, estamos todos aqui. Tomando vinho e admirando as estrelas. Quer dizer, eu estou olhando as estrelas. Eles estão entretidos entre eles.

 - Bem, amanhã estarei de volta. Só prometa não ficar aí até muito tarde.

- Nós já vamos embora. Estou sobrando aqui, acredita que o Carl e a Beth se entenderam?

- O Carl e a Beth? Está brincando.

- Estou falando sério. Eles estão juntos, finalmente, tudo porque a Beth chegou chegando. Ela gosta dele há muito tempo.

- O Carl também gosta dela há algum tempo, mas ele não queria estragar a amizade deles.

- E nós? Será que seremos amigos caso não dê certo?

- Nunca nos separaremos. Você é minha cara-metade.

Dou um longo suspiro.

- Não prometa o impossível, Ryan.

- Não estou fazendo isso. Só tenho certeza que você é o amor da minha vida.

- Eu sou um pouco mais realista e prefiro esperar para ver. Mas até lá quero que saiba que te amo.

- Sinto o mesmo.

Acabo desligando e volto para o apartamento. Ficar no clima romântico dos meus amigos me deixa melancólica.

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Comments

Lena Macêdo E Silva

Lena Macêdo E Silva

ela está grávida e vai fazer igual a mãe criar o filho sem o pai...

2023-08-21

1

Lena Macêdo E Silva

Lena Macêdo E Silva

ele não a ama, mas sim é dependente emocional , tem obsessão por ela... possessividade 🤦💣🔥🌪️💔

2023-08-21

0

ELIZABETE RODRIGUES XAVIER

ELIZABETE RODRIGUES XAVIER

esse cara é chato demais e ciumento

2023-05-21

0

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