O relógio marcava meia-noite. A casa dos Fontana, normalmente tão imponente e silenciosa, parecia prestes a explodir em gritos e revelações.
**Lara** descia as escadas devagar, sentindo o peso da noite. O vestido vermelho colava em sua pele suada, o coração batia tão forte que ela mal ouvia os próprios passos. **Rafael** a esperava na sala, os olhos marejados, como se tivesse carregando o peso de anos de mentiras.
**Bianca**, de longe, os observava. Ela sabia que aquela noite mudaria tudo.
— Lara... — Rafael murmurou, a voz rouca de emoção. — Eu preciso te contar tudo.
Antes que ele pudesse continuar, a porta se abriu com violência.
Era **Ayumi**.
Os cabelos bagunçados, a maquiagem borrada, o olhar de quem já não tinha mais nada a perder.
Ela avançou alguns passos, trêmula, encarando todos.
— Não vai ser tão fácil, Rafael — disse Ayumi com um sorriso torto. — Você acha que pode simplesmente contar a sua versão da história e ser perdoado?
**Helena**, a matriarca, apareceu atrás dela, pálida.
— Ayumi, pelo amor de Deus, não faça isso... — Helena sussurrou.
Mas era tarde.
**Ayumi** jogou uma pilha de documentos sobre a mesa.
Fotos, contratos, mensagens.
Provas de que ela, **Ayumi**, junto com **Helena**, havia manipulado a vida de Rafael e Lara para manter o poder da família intacto.
**Lara** ficou paralisada. Seus olhos varreram os papéis e ela sentiu como se o chão estivesse se abrindo sob seus pés.
— Você destruiu minha vida... — ela disse, a voz quebrando. — Vocês dois!
Rafael tentou se aproximar, mas Lara recuou.
— Eu não sabia de tudo, eu juro! — ele implorou.
Ayumi riu. Um riso seco, amargo.
— Não sabia? Você sempre soube que sua família queria afastar Lara. Você apenas... fechou os olhos.
Rafael engoliu em seco, lágrimas escorrendo.
— Eu amei você o tempo todo, Lara. E eu ainda amo.
O silêncio que se seguiu foi cortado pelo som de passos decididos: **Bianca** se aproximou.
— Chega! — ela gritou. — Essa família vive de segredos. Mentiras. Armações. Eu não vou permitir que acabem com a vida da Lara novamente.
Helena tentou intervir.
— Bianca, você não sabe de tudo...
— Sei o suficiente! — Bianca cortou.
**Ayumi**, em desespero, tirou da bolsa algo que reluzia: uma pequena pistola.
A sala congelou.
— Eu não tenho mais nada a perder — ela murmurou.
**Lara** sentiu o sangue gelar. **Rafael** ficou na frente dela instintivamente.
Ayumi tremia dos pés à cabeça.
— Eu dei tudo pra essa família... e o que eu recebi? Humilhação! — ela gritou, apontando a arma primeiro para Helena e depois para Rafael.
— Ayumi, abaixa isso — Rafael pediu, a voz firme.
Ayumi soluçou.
— Eu amava você, Rafael... — ela disse, e seu dedo tremeu no gatilho.
**Lara**, num impulso, avançou.
— Não faça isso, Ayumi! Você não precisa terminar assim!
Por um momento, apenas o som dos soluços de Ayumi preenchia o cômodo.
O dedo dela deslizou no gatilho... mas em vez de atirar, ela desabou no chão, chorando convulsivamente.
**Lara** correu até ela e empurrou a arma para longe.
**Rafael** caiu de joelhos, passando as mãos no rosto, completamente destruído.
**Bianca** abraçou Ayumi, enquanto Helena, silenciosa, se afastava como uma sombra derrotada.
A polícia foi chamada discretamente. Quando chegaram, Ayumi não resistiu. Ela olhou uma última vez para Rafael e Lara antes de ser levada.
— Eu só queria ser amada... — ela sussurrou.
**Helena**, agora sozinha na sala, caiu no sofá, derrotada.
Bianca encarou a mãe.
— Eu vou destruir você — ela prometeu, fria.
Helena não respondeu. Sabia que, no fundo, já estava destruída.
**
Horas depois, Lara e Rafael estavam sozinhos no jardim da mansão.
A noite estava fria, mas nenhum dos dois sentia.
Rafael se aproximou devagar.
— Eu te perdi? — ele perguntou, a voz embargada.
**Lara** olhou para o céu estrelado, tentando encontrar respostas.
— Você me feriu mais do que qualquer um — ela disse. — Mas eu não sei se consigo viver sem você.
Rafael segurou suas mãos.
— Eu te amo, Lara. Não há mais mentiras entre nós. Só você. Só nós.
Ela sentiu as lágrimas queimarem os olhos.
O amor que sentia por ele ainda estava lá, forte, indestrutível, mesmo depois de tudo.
Lara deu um passo à frente e, sem dizer nada, encostou seus lábios nos dele.
O beijo foi intenso, desesperado, cheio de dor e desejo.
Era um reencontro, uma promessa silenciosa de que, apesar de tudo, eles tentariam.
Quando se separaram, ofegantes, Rafael encostou a testa na dela.
— Eu vou passar o resto da minha vida tentando te fazer feliz — ele jurou.
Lara fechou os olhos.
Sabia que ainda havia muita dor pela frente, mas naquele momento, escolheu o amor.
**
De longe, escondida entre as árvores do jardim, **Bianca** observava.
Ela sorria.
O mundo dos Fontana estava desmoronando, e ela tinha planos para que a ruína fosse completa.
**
Enquanto isso, **Ayumi**, sozinha em uma cela fria, chorava em silêncio.
Ela sabia que tinha perdido tudo — o amor, a dignidade, e o respeito.
Mas uma centelha de ódio ainda ardia dentro dela.
E ela jurou que, se tivesse uma chance, ainda faria todos pagar.
**
A noite avançava, carregando segredos, promessas e ameaças.
E **Lara e Rafael**, embora juntos de novo, sabiam que o verdadeiro teste de seu amor ainda estava por vir.
O jogo estava apenas começando.
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Atualizado até capítulo 53
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