capítulo 8

Capítulo 8: A Queda

O silêncio dentro do escritório de Diego era ensurdecedor, mas, mesmo assim, Simone sentia a presença de Rafael como uma sombra crescente. Seu passado, enterrado a sete chaves, começava a sair da escuridão. Ela podia sentir isso no ar, como uma tensão invisível que se solidificava a cada palavra trocada.

“Você realmente acha que pode esconder de mim o que aconteceu, Simone?” Rafael falou, sua voz fria e cortante, como se não houvesse mais espaço para hesitações. “Eu sei o que aconteceu com você e sua família. Eu sei tudo.”

Simone tentou se manter firme, mas sua respiração estava irregular. Ela queria gritar, mas as palavras estavam presas na garganta, como se a própria verdade tivesse se tornado um veneno letal. O que ele sabia? O que ele queria de fato? E, mais importante, o que Diego tinha a ver com tudo isso?

Mas antes que pudesse questionar mais, o som de uma porta sendo forçada a abrir ecoou pelos corredores da mansão. O barulho foi tão alto que fez o coração de Simone acelerar. Algo estava acontecendo. Ela não sabia o quê, mas sentia que era o pior possível.

Diego olhou para a porta, e seu semblante ficou mais sombrio do que Simone já o tinha visto. Seus olhos, normalmente calculistas e frios, agora estavam carregados de uma urgência desesperada. Ele sabia o que estava por vir, mas Simone ainda não tinha ideia.

"Simone, vá para o fundo da casa, agora", Diego disse, a voz tensa.

Antes que ela pudesse reagir, a porta do escritório se estremeceu. O barulho de uma invasão. O som de algo quebrando. Rafael olhou para os homens que o acompanhavam e deu um leve aceno com a cabeça, como se tivesse orquestrado tudo meticulosamente. Ele sabia que o momento de confronto havia chegado.

“É tarde demais, Diego”, Rafael sibilou, seus olhos se fixando em Simone. “Nada pode mais impedi-lo. Você perdeu.”

Simone sentiu um gelo percorrer sua espinha, mas não teve tempo para reagir. A porta foi estilhaçada de uma vez, e três homens mascarados invadiram o escritório. Eles se moveram rapidamente, com agilidade implacável, como se tivessem sido treinados para esse momento.

Simone recuou, mas Diego se colocou na frente dela, como uma parede humana, seu corpo rígido e pronto para defender o que quer que fosse necessário. "Não a toque", ele ordenou, sua voz profunda e grave.

Rafael, ainda na entrada, deu um passo à frente, sorrindo de forma fria. “Você acha que pode protegê-la, Diego? O jogo acabou. Agora, vamos ver quem vai sobreviver a ele.”

Simone olhou para Diego, sua mente uma mistura de confusão e pânico. Ela sentiu uma pressão esmagadora ao seu redor, a sensação de que as paredes estavam se fechando. Mas antes que o caos se desenrolasse completamente, Diego fez um movimento brusco e, em um gesto de pura adrenalina, pegou Simone pelos braços e a puxou para um canto escuro do escritório.

“Saia daqui, Simone. Agora!” Diego gritou, e seus olhos, normalmente imperturbáveis, estavam agora tomados por uma fúria cega. Ele a empurrou na direção da janela, mas o espaço era pequeno, a distância muito grande.

Simone, sem saber se conseguiria escapar, hesitou. "E você, Diego? O que vai fazer?"

“Não pense em mim. Corra!” ele ordenou, empurrando-a com mais força.

Simone finalmente compreendeu a gravidade da situação. Ela se virou e correu para a janela, mas sua mente estava cheia de perguntas. Por que Diego a estava enviando embora? Ele não podia deixar tudo isso acontecer. Não podia. Mas, sem outra escolha, ela saltou, sentindo o impacto do chão abaixo dela.

O grito de Rafael, misturado com a fúria dos homens que o seguiam, ecoou pelos corredores da mansão. A perseguição tinha começado, e Simone sabia que sua vida não seria mais a mesma.

Do outro lado da janela, o ar fresco da noite cortava sua pele. Ela se levantou com rapidez, tentando controlar o pânico, e olhou para trás, apenas para ver Diego desaparecer na escuridão da mansão, com os homens de Rafael se aproximando dele.

Ela não sabia o que ele faria para sobreviver. Mas sabia que ele a estava protegendo, mesmo que fosse necessário se sacrificar.

Simone correu pelas ruas vazias, seu coração batendo descompassado, mas uma coisa estava clara: algo muito maior do que ela imaginava estava em movimento. E ela estava no centro disso tudo.

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Continua...

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