capítulo 7

Capítulo 7: As Sombras do Passado

O amanhecer chegou devagar, com o sol se infiltrando pelas frestas da janela do escritório de Diego. A luz suave iluminava a mesa onde ele estava sentado, imerso em papéis e anotações. O ambiente estava calmo, mas a tensão entre ele e Simone permanecia, espessa como uma névoa. Ela não sabia o que ele queria, nem o que ele havia planejado, mas sentia, cada vez mais, que estava sendo puxada para um jogo do qual não poderia escapar.

Simone não conseguia parar de pensar nas palavras de Diego. A chave. O que ele queria dizer com isso? Por que ela, de todas as pessoas, seria a chave? Não fazia sentido, e ainda assim, ela sentia uma conexão estranha com ele, como se algo oculto no passado estivesse sendo desenterrado, algo que ela não sabia ou não queria lembrar.

Ela se levantou da cama naquela manhã com um objetivo: descobrir a verdade. Se havia algo que ela podia controlar, era isso. Se não entendesse o que estava acontecendo, então se perderia completamente, e isso ela não podia permitir.

Ao atravessar os corredores da mansão, Simone ouviu o som de uma porta se fechando, e o eco de passos à distância. Diego estava por ali, e não havia como negar: ele estava sempre presente, observando, controlando.

Simone respirou fundo e se dirigiu ao seu escritório. Quando chegou lá, encontrou Diego novamente sozinho, mas com uma expressão que ela não conseguia decifrar. Ele olhou para ela, seus olhos penetrantes parecendo buscar algo em sua alma, algo que nem ela sabia que estava ali.

"Simone", disse ele, com uma calma inquietante. "Você finalmente decidiu dar o próximo passo, não é?"

Ela se aproximou lentamente, os olhos fixos nos dele. "O que você quer de mim, Diego? Me diga a verdade."

Ele sorriu de maneira enigmática, e Simone percebeu que ele estava se divertindo com seu desconforto. "A verdade? A verdade é que você já sabe, Simone. Está apenas com medo de aceitar."

Simone se forçou a manter a compostura. "Eu não tenho medo. Mas quero saber o que está escondido, o que você sabe sobre mim."

Diego ficou em silêncio por um momento, como se estivesse avaliando a situação. Então, com uma expressão de quem estava prestes a revelar algo importante, ele disse: "Você não se lembra, não é? O que aconteceu há anos, antes de tudo isso. Mas eu sei. Eu sei o que aconteceu com você e sua família."

As palavras dele a atingiram com a força de um soco. O passado, aquele passado sombrio que ela havia enterrado tão fundo, agora voltava à tona, ameaçando destruir tudo o que ela tinha construído para se proteger. Ela sentiu o pânico crescer em seu peito, mas tentou se manter firme.

"Não sei do que está falando", ela disse, tentando disfarçar o medo em sua voz.

"Claro que sabe", Diego respondeu, levantando-se da mesa e se aproximando dela. "Você sabe muito bem do que estou falando. Mas não se preocupe, Simone. Não sou seu inimigo. Sou o único que pode ajudá-la a entender o que aconteceu."

Simone deu um passo para trás, seus olhos se estreitando. "Você não me conhece. Não tem direito de invadir meu passado."

Diego não recuou. Ele se aproximou ainda mais, e o cheiro do seu perfume envolveu o ar ao redor deles. "Eu sei mais do que você imagina, Simone. E posso mostrar a você tudo o que aconteceu. Só precisa confiar em mim."

Ela sentiu um arrepio em sua espinha, mas não estava pronta para ceder. "E se eu não confiar?"

"Você vai confiar", ele disse, a voz baixa e persuasiva. "Porque, no fundo, você sabe que não tem escolha. O destino de todos está selado. E você... você é a chave para tudo."

O ar ao redor deles parecia se tornar mais pesado, como se a casa tivesse tomado vida própria. Simone sentiu uma pressão, uma energia estranha, vinda de algum lugar profundo, como se o ambiente estivesse reagindo à presença de Diego.

"Não sei o que você está tentando fazer comigo", ela disse, sua voz tensa, "mas eu não vou ser sua marionete."

"Você já é, Simone", ele sussurrou, o tom de sua voz agora carregado com um poder palpável. "Já é minha marionete, só não percebeu ainda."

Simone tentou manter a calma, mas algo dentro de si começava a ceder. As palavras de Diego pareciam verdadeiras, e a sensação de estar sendo controlada, mesmo sem saber como ou por quê, era sufocante.

Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a porta do escritório se abriu de repente, e alguém entrou. Simone olhou para trás, aliviada por quebrar o tenso silêncio que pairava entre ela e Diego. Mas, ao ver quem estava à sua frente, seu coração gelou.

Era alguém do seu passado.

"Você", Simone sussurrou, os olhos arregalados.

A figura à porta sorriu de maneira fria, como se tivesse acabado de sair de um pesadelo.

"Simone", a voz familiar ecoou no ar. "Você não pensou que ia escapar disso, pensou?"

E a partir daquele momento, o jogo de Diego ganhava uma nova dimensão. A chave para o passado finalmente estava sendo revelada.

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