Me troquei e desci, cheguei na cozinha e D. Lurdes vem me abraçar. De todas as professoras, essa é a que mais gosto, me ensina sem me machucar, no máximo me joga farinha.
Retribuo o abraço dela e começamos a mexer com a massa.
O doce consiste em uma massa modelada em forma de tubo, recheada com creme de chocolate ou de pistache. Minha professora fez uma versão com Nutela.
Ficou perfeito, acabamos a aula e a casa toda cheirava a massa frita. Peguei uma cestinha e coloquei 4 dentro, os tradicionais e a versão com Nutella, ia saindo e minha mãe me parou.
— Filha, para onde você está indo com esses doces?
— Vou ao jardim, adoro ver os beija-flores, a senhora sabe.
— Sim, eu sei, filha, tome cuidado para não se magoar.
— Como eu poderia me magoar sozinha no jardim?
— Verdade, como isso poderia acontecer com você sozinha, mas me prometa que vai se cuidar?
Abracei minha mãe e prometi.
— Prometo, mãe, vou me cuidar.
Fui correndo em direção ao jardim para ver o Tony, não estava no meio das roseiras, saí procurando por ele, quando achei ele estava conversando com meu meio-irmão, pareciam bem próximos. Como será que se conhecem? Fiquei escondida para que eles não me vissem.
De onde eu estava, não dava para escutar o que estavam falando, mas senti Rodrigo tenso, será que nos descobriram? Não….se isso tivesse acontecido, quem estaria aqui era meu pai e Tony estaria todo arrebentado no chão.
Se falaram mais um pouco, meu irmão foi em direção à casa e Tony voltou em direção às rosas.
Estava tão absorto nos seus pensamentos que passou por mim e não me viu. Segui-o com o olhar até que chegou no pergolado e sentou-se no banco com as mãos no rosto.
Saí de onde eu estava e fui ao encontro dele.
Cheguei perto e, quando levei a mão, ele se assustou e me deu um mata-leão. Quando viu que era eu, me soltou e me puxou no colo.
— Beatrice, desculpe, te machuquei?
— Só assustei, por que você é tão reativo? O que Rodrigo queria com você?
— Porque em nosso mundo, podemos ser atacados a qualquer momento e Rodrigo só queria o nome do adubo que usei nas rosas para levar o nome para o Capo.
— Mesmo você sendo o jardineiro, você tem medo de ser um alvo?
Inventei uma desculpa rapidamente.
— Tenho acesso à casa, se me pegarem podem entrar e machucar você ou alguém de sua família. Todos que moram na casa, sem exceção, são possíveis alvos.
— Nossa, Tony, sempre me protegem tanto que eu nunca percebi que nosso mundo é tão perigoso, sempre achei um exagero dos meus pais.
— Vamos deixar essa parte do perigo para depois, o que você veio fazer aqui?
Dei a cesta para ele.
— Hoje tive aula de culinária, para aprender a fazer um doce que o idiota do meu noivo gosta, achei que, como você veio da Itália, talvez gostasse também.
Quando ele abriu a cesta e viu os doces, abriu um sorriso.
— Adoro esse doce.
Apontei para o que fizemos com Nutella.
— Esse fiz com recheio diferente, é uma versão exclusiva do Brasil, fiz para você.
Vi ele pegando o doce e mordendo, fechou os olhos e saboreou.
-Nossa Beatrice, ficou ótimo, seu noivo vai adorar esta versão.
— Tony, esta versão fiz para você, meu noivo, que se exploda.
— Calma, Beatrice, só achei que você tinha feito para agradar seu noivo.
— Sou obrigada a aprender as coisas para agradar meu noivo, mas desta vez me diverti fazendo e fingindo que você é meu noivo.
Fiquei olhando para ela e de repente se aproximou e lambeu o canto da minha boca, onde havia escorrido um pouco de Nutella. Eu não resisti, puxei ela em meu colo e beijei, estou viciado em minha Ragazza, minha linda e inocente Ragazza.
Parei o beijo antes que perca controle e faço coisas que não posso fazer com ela.
— Porque você parou, vou te contar uma coisa, mas não ri de mim.
— Pode falar, Ragazza.
— Sonho com você toda noite, cada vez que você me ensina alguma coisa aparece no meu sonho, eu acordo toda suada e querendo correr para seus braços.
— É porque você está descobrindo as coisas comigo.
— Acho que estou me apaixonando por você.
— Não, não pode, você tem que gostar de seu noivo.
— Eu não te entendo, você me beija como se o mundo fosse acabar e vai me deixar casar com outro?
— Você vai descobrir o amor nos braços de seu marido e eu vou ser só uma ilusão.
— Isso não vai acontecer, meu corpo e minha mente anseiam por você, não por ele.
— Você nem conhece ele, como pode saber que não vai se apaixonar por ele?
— Por que você defende ele tanto assim? É devido à ligação da família, minha mãe me disse que todos os membros da máfia têm uma ligação e são fiéis.
— É isso, minha ligação com o Capo é muito forte, quase como se fossemos um só.
— Então, teoricamente, não vou estar traindo meu noivo, porque vocês são um só.
— É, teoricamente não, mas acho que ele vai querer me matar quando souber que tirei o direito dele te ensinar as coisas que você está aprendendo comigo.
— É só não contarmos para ele.
— Quando você responder ao beijo dele, ele vai saber que você já beijou outro, ou quando ele tocar em sua pele e ela arrepiar, ele vai saber que alguém te ensinou o que é o prazer.
— Eu te prometo que nunca vou contar para ele quem me ensinou, não porei sua vida em risco, te juro.
— Acredito em você, mas vamos parar essa conversa. Comprei dois ingressos para o parque que está na cidade e quero que venha comigo.
— Como vamos sair? A casa é uma fortaleza, ninguém entra ou sai sem ser visto.
— Deixa isso comigo, volta para casa, se troca e nos encontramos daqui à meia hora aqui.
— Vou lá. E Tony, você deu o nome do adubo?
— Que adubo?
Sei que tem algo errado, que ele me esconde alguma coisa, mas não sei se quero saber o que é. Mas minha parte desconfiada fala, esperando a resposta.
— O adubo das rosas.
— Claro, não tem como negar nada para o Don.
“Antônio”
Vi minha Ragazza sair correndo para se trocar e eu fiquei mais um pouco saboreando o doce que ela fez para mim.
Você está ouvindo jardineiro este de pistache ela fez para mim. Como vou sair dessa enrascada em que me meti? O irmão dela tem razão, tenho que contar, mas não consigo. Na semana que vem tenho que voltar para a Itália, como deixo minha Ragazza curiosa aqui sozinha.
Quase me pegou na história do adubo, ela é esperta, criada para desconfiar de tudo.
Fui ao chalé, me troquei e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo igual ao que uso na Itália, mas quando me olhei no espelho, vi o Capo, soltei o cabelo e fui encontrar minha Ragazza.
Ela já estava lá me esperando, colocou um short jeans desfiado e uma blusinha que deixa sua barriga de fora. O Capo dentro de mim teve vontade de mandá-la trocar aquela roupa que mostra seu corpo para outros homens, mas eu me controlei e disse:
— Você não acha que esta roupa está mostrando muito do seu corpo?
— Não acho, não, e você já cansou de dizer que não é meu noivo, então saio com a roupa que eu quiser.
— Vamos então, já que minha opinião não vale nada.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Jocilene Santos
não é justo todos enganar a coitada mas tô amando esse momentos q eles passam juntos
2025-03-23
1
Marcia 🌻
Autora gosto muito dela 😊😊 ela é bem esperta 😊😊😊 e acho que ela vai descobrir logo logo
2025-03-06
1
Maryan Carla Matos Pinto
estou com pena dela sendo enganada
2025-04-01
1