Jade Sinclair
Receber flores era algo que eu jamais imaginaria acontecendo de novo, não depois do acidente, não depois de perder tanto. Mas lá estavam elas, um enorme buquê de lírios brancos, tão perfumados que o aroma inundou minha sala. Carla, não perdeu tempo em fazer uma piada enquanto colocava o buquê na minha frente.
— Uau, parece que você deixou o fisioterapeuta caidinho por você, hein? — ela disse com um sorriso brincalhão, levantando as sobrancelhas de forma exagerada.
— Ele só está fazendo isso por respeito, Carla. — respondi, tentando manter o tom leve, mesmo que meu coração estivesse batendo um pouco mais rápido. — Sabe como é, vamos ter que conviver durante as sessões. É o jeito dele de manter as coisas amigáveis.
Abri o cartão que dizia: "Eu já estou sentindo a sua falta e desejo que eu não seja apenas um caso de uma noite para você."
Carla deu de ombros, ainda sorrindo, enquanto eu passava os dedos pelas pétalas suaves dos lírios. Greg era... complicado. Algo nele mexia comigo de uma forma que eu não entendia, mas não queria me deixar levar. Eu tinha coisas mais importantes para focar, como a gravadora e o legado do meu pai.
Saí da sala, manobrando minha cadeira de rodas em direção ao quarto que costumava ser do meu pai. Era um lugar que eu evitava, um espaço cheio de memórias e coisas que eu ainda não estava pronta para encarar. Mas, naquele dia, algo me puxou para lá. Talvez fosse a necessidade de sentir a presença dele, de lembrar que eu ainda tinha uma missão a cumprir.
Dentro do quarto, tudo parecia exatamente como ele havia deixado: organizado, meticuloso. Eu sabia que a resposta para muitas das minhas perguntas estava ali, escondida entre documentos e lembranças. Peguei uma das caixas no chão, abri o álbum de fotos, passando rapidamente por imagens que não via há anos. E então, algo chamou minha atenção: um documento antigo, amarelado pelo tempo.
Era uma certidão de casamento. Do meu pai.
Olhei mais de perto, tentando entender o que estava diante de mim. O nome da minha mãe, Annia, estava ali, mas o que realmente me confundiu foi o sobrenome. Ashford.
Ashford?
Eu senti como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões. Isso não fazia sentido. Por que meu pai teria o sobrenome da família que eu conhecia apenas por seus negócios e, agora, pelo homem que parecia tão determinado a fazer parte da minha vida? Levantei o documento, examinando cada detalhe, mas as respostas não estavam ali. Eu estava mais perdida do que nunca, e agora, tinha uma nova peça no quebra-cabeça que era minha vida.
Encostei na cadeira, processando o que isso significava. O nome Ashford não era estranho, mas vê-lo conectado à minha mãe trouxe uma série de perguntas que eu nunca imaginei que teria que fazer. Eu precisava entender o que havia acontecido, e por que esse segredo havia sido mantido por tanto tempo.
Era mais do que coincidência. Era algo maior, algo que envolvia não só o meu passado, mas talvez, o futuro que eu estava tentando construir.
Fechei os olhos por um momento, respirando fundo. Estava na hora de procurar respostas, mesmo que isso significasse enfrentar coisas que eu não estava pronta para ver, era uma revelação que jamais poderia imaginar, já que perdi a minha mãe a muito tempo, quando eu era ainda uma bebê.
Continua...
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Claudia
Então não é só vingança tem algo mais 🤔🤔♾🧿
2025-03-04
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MARIA RITA ARAUJO
o velho deve ser um recalcado
2025-03-04
1
Adriane Alvarenga
Hummmm sabia que tem algo a mais nessa história.....
2025-03-12
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