Capítulo Dois

Greg Ashford

Terminei de ajustar o terno no espelho, cada movimento meticuloso, quase como se estivesse vestindo uma armadura para a batalha que eu sabia que estava prestes a enfrentar. Peguei o capacete na entrada da mansão, sentindo o peso de todas as decisões que haviam me trazido até aquele momento. As ruas de Nova York passaram como um borrão enquanto eu acelerava em direção à empresa, tentando ignorar o nó que se formava no estômago. O Ashford Arquitetura era um monstro de vidro e aço, um reflexo perfeito do meu pai — imponente, inabalável, e cheio de expectativas que sempre pareceram impossíveis de alcançar.

Ao chegar, o familiar som das portas giratórias me envolveu, e fui saudado pelos olhares de funcionários que me conheciam desde criança. Eles sabiam quem eu era, mas talvez ainda não tivessem certeza de quem eu me tornaria. Subi pelo elevador, cada andar passando como um lembrete de quanto eu ainda precisava subir na vida para chegar ao topo que meu pai tanto queria para mim.

Quando as portas se abriram no andar da diretoria, lá estava ele, meu pai, com a postura rígida e olhar fixo. Ao seu lado, alguns dos principais executivos da empresa, figuras que, ao contrário de mim, dedicaram suas vidas para fazer a Ashford Arquitetura ser o que é.

— Finalmente. — Meu pai me cumprimentou com um aceno curto. — Está na hora de assumir responsabilidades, Greg.

Ele estendeu uma pasta de documentos, e senti o peso da expectativa antes mesmo de abri-la. As páginas estavam cheias de relatórios, mapas e notas. Era um projeto de grande escala, algo que qualquer arquiteto mataria para liderar.

— Você precisa conseguir a assinatura de venda desta empresa — ele apontou para a pasta em minhas mãos. — Fica em uma localização estratégica para um dos nossos principais projetos de arquitetura. É essencial para um cliente importante. Se você conseguir convencer a dona a vender, você se tornará o CEO da Ashford Arquitetura e ficará à frente deste projeto. Já passou da hora de você fazer jus ao seu diploma de arquitetura.

Olhei para os documentos e depois para ele. A ideia de me tornar o CEO deveria ser animadora, mas tudo o que senti foi o peso de mais uma prova. Mais um teste para mostrar que eu podia ser o que ele queria. Respirei fundo e encarei meu pai.

— E se eu não conseguir? — perguntei, desafiando o olhar firme dele. Era uma pergunta simples, mas carregada de um milhão de possibilidades de fracasso que eu não queria admitir.

Ele não hesitou. — Não existe essa opção, Greg. Você vai conseguir. Porque é hora de você mostrar interesse pelo legado da família. Isso é tudo ou nada.

O silêncio que se seguiu foi pesado. Os outros funcionários ao redor observavam atentamente, como se estivessem assistindo a um duelo silencioso entre pai e filho. E talvez fosse isso mesmo. Eu não tinha escolha. Se queria manter qualquer fragmento do meu estilo de vida e provar que não sou apenas um playboy, teria que jogar o jogo dele.

— Certo, então. — Fechei a pasta e a segurei firme. — Vou fazer isso do meu jeito.

Meu pai deu um leve sorriso, mas não era de satisfação, era de desafio. Ele sabia que me lançara em uma missão quase impossível. E eu sabia que, se queria sobreviver nesse mundo que ele criara, precisava encontrar uma maneira de ganhar.

— Com licença, tenho muito o que fazer — disse, virando as costas para meu pai e os executivos. Eu não ia ficar ali, ouvindo mais sermões. Sabia o que tinha que fazer.

Continua...

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Comments

Leoneide Alvez

Leoneide Alvez

não vai ser tão fácil eu acho

2025-02-20

0

MARIA RITA ARAUJO

MARIA RITA ARAUJO

do espero que não t nhã jogo sujo para consegui a meta dele

2025-02-20

3

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Hummm...será que ele vai conseguir???? Torcendo por você Greg....👍😍❤

2025-03-08

1

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