Greg Ashford
Saí do escritório do meu pai com passos firmes, mas as palavras dele ainda ressoavam na minha mente. Eu não conseguia processar completamente o que ele havia revelado, mas sabia que precisava de um momento para pensar, longe daquela empresa e daquele homem que eu mal reconhecia como meu pai. Passei pelos corredores da Ashford Corp sem olhar para ninguém, ignorando os olhares curiosos dos funcionários. Meu foco estava em um único lugar.
Dirigi pela cidade quase no piloto automático, os pensamentos zumbindo na minha cabeça como abelhas enfurecidas. A estrada parecia uma névoa cinzenta à minha frente, e, antes que eu percebesse, já estava estacionando no cemitério. Peguei o buquê de flores no banco do passageiro, lírios, os preferidos dela e saí do carro, sentindo o vento frio bater no meu rosto.
Caminhei até o túmulo da minha irmã, cada passo pesado, como se o chão estivesse tentando me puxar para baixo. Quando cheguei, me abaixei e coloquei as flores na lápide, onde o nome dela estava gravado. Fiquei em silêncio por um momento, observando as letras desgastadas pelo tempo. A dor ainda era persistente.
— Você sempre foi a única que dava orgulho a ele — comecei, minha voz soando fraca contra o vento. — Eu nunca vou conseguir isso. Nunca serei o filho que ele quer. Porque a única pessoa que fazia isso era você.
Olhei para as flores, os lírios brancos destacando-se contra o mármore escuro, e senti um nó apertar na garganta.
— Tem sido difícil sem você. — Continuei, minha voz quebrando um pouco. — Sempre achei que você estaria aqui, que continuaria sendo meu porto-seguro. Você sempre segurou a minha mão quando nossa mãe nos deixou para ficar com outro homem. Foi a única que me fez sentir amado de verdade, que me deu um lar quando tudo o que tínhamos era o caos. E sem você, não conseguia me conectar com ninguém. Não consigo me envolver, nem com as pessoas, nem com o que realmente importa.
Suspirei profundamente, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam cair. Minha irmã sempre foi minha rocha, a única constante na minha vida turbulenta. Sem ela, tudo parecia sem sentido, vazio.
— Eu pensei que tinha encontrado alguém que me lembrava você. — Confessei, com a voz trêmula. — Alguém com sua confiança, sua determinação... Mas aí descubro que essa pessoa faz parte do motivo pelo qual te perdi. A Jade... Ela...
Senti um aperto no peito ao mencionar o nome dela. Como se, ao falar, a verdade se tornasse mais concreta, mais difícil de ignorar.
— Eu não consigo odiar a Jade, mesmo que eu quisesse. — Admiti, olhando para a lápide como se eu pudesse me sentir aliviado por desabafar, mesmo sabendo que eu não teria resposta alguma. E isso me assusta. Estou com medo do que sinto por ela. É como se eu estivesse traindo você, mas ao mesmo tempo, não consigo afastá-la. Ela me faz lembrar de você, e isso me deixa confuso. Estou perdido, mais do que nunca.
Fiquei ali por mais alguns minutos, deixando o silêncio do cemitério me envolver. O vento frio parecia sussurrar segredos que eu não conseguia entender. Toquei a lápide suavemente, como se um simples toque pudesse me conectar a ela, pudesse me trazer um pouco da paz que eu tanto buscava.
— Eu sinto sua falta, todos os dias. — Sussurrei, sentindo o coração apertar de dor. — E eu não sei o que fazer com tudo isso. Eu só queria que você estivesse aqui, para me dizer que vai ficar tudo bem.
Fechei os olhos por um momento, tentando gravar na memória o cheiro das flores, o som do vento. Quando me levantei, senti como se estivesse deixando um pedaço de mim naquele lugar. Mas eu sabia que precisava seguir em frente, mesmo sem saber para onde.
Saí do cemitério com o coração pesado, mas com a determinação renovada de não deixar que o ódio do meu pai ditasse os meus passos. Eu precisava encontrar o meu caminho, por mais difícil que fosse e já estava na hora de deixar o meu escudo de playboy que foi a minha forma de esconder a minha dor, e se tornar o homem que a minha irmã se orgulharia.
Continua...
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Adriane Alvarenga
Acho que não foi bem assim....tem algo errado nessa história....🤔🤔🤔🤔🤔🤔
2025-03-12
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MARIA RITA ARAUJO
ainda bem que tomou uma atitude
2025-03-04
0
Leoneide Alvez
tem alguma coisa errada aí
2025-03-15
0