O CEO Playboy e a Cadeirante

O CEO Playboy e a Cadeirante

Capítulo Um

Greg Ashford

Não sou santo e nem tento ser. Muitos me chamam de playboy, e talvez eu seja mesmo. Quase trinta anos nas costas, e ainda me divirto como se fosse um garoto que acabou de descobrir o que é viver. Mulherengo? Com certeza. E, sinceramente, gosto disso. Não sou de ficar preso a ninguém, e a cada noite, uma nova história. Uma nova companhia, ou novas, não preciso me limitar.

Saí do quarto do hotel, ajeitando o terno amarrotado da noite anterior. As duas ainda dormiam, espalhadas pela cama king size como troféus de uma noite bem vivida. Nunca lembro os nomes, e pra ser honesto, nem me importo.

— Quando elas acordarem, leva pra casa — ordenei ao motorista, acendendo um cigarro. Ele só assentiu, já acostumado com a rotina. Era sempre o mesmo script.

Acelerei minha moto pelas ruas de Nova York. A cidade nunca dorme, mas eu prefiro quando ela está meio adormecida, na transição entre a noite e o dia. É nesse intervalo que eu sinto que tudo pode acontecer. E talvez seja por isso que eu vivo no limite, buscando essa adrenalina que me faz sentir vivo.

Cheguei na mansão em alta velocidade, ignorando os olhares de reprovação dos seguranças. O portão se abriu, e lá estava meu pai, em pé na entrada, com aquele olhar de quem já esperava mais um dos meus atrasos.

— Greg, eu quero você na empresa em uma hora — ele disse, firme, cruzando os braços. — Sem desculpas dessa vez. E se você não aparecer, eu tiro tudo de você. Cartões, carros, motos... absolutamente tudo.

Olhei para ele e ri. Não era a primeira vez que ouvia essa ameaça.

— Tá bom, pai. Relaxa. Eu vou — respondi, dando de ombros. Mas sabia que dessa vez ele estava falando sério. Ele nunca gostou do jeito que eu levo a vida, e para ele, o legado da família é tudo. Pra mim? Um peso.

Subi os degraus da mansão com calma, jogando o capacete em um canto qualquer. Ele queria que eu seguisse as regras, mas eu sempre fui de jogar o meu próprio jogo. E esse jogo... bem, agora eu precisava de um novo plano.

O chuveiro era meu momento de trégua, onde o barulho constante da água abafava o caos dos meus pensamentos. Enquanto a água quente descia, eu me perguntava até quando poderia levar aquela vida sem propósito. Fechei os olhos e deixei o vapor me envolver, tentando esquecer a expressão desapontada do meu pai por alguns minutos.

Foi quando ouvi uma batida leve na porta.

— Senhor Ashford? — a voz familiar do meu mordomo, Henry, ecoou pelo banheiro. Não precisei responder; ele já estava acostumado a entrar.

Henry era mais do que um empregado; era praticamente família. Alguém que me viu crescer, que estava presente nas minhas melhores e piores fases. Ele abriu a porta do banheiro com cuidado, respeitando minha privacidade, mas trazendo a urgência que parecia sempre acompanhar as ordens do meu pai.

— Seu pai pediu para avisá-lo que, se não chegar à empresa em uma hora, tudo será retirado. E ele frisou, 'dessa vez' — Henry disse, mantendo um tom neutro, mas eu podia sentir a preocupação nas entrelinhas.

Suspirei, passando a mão pelo rosto molhado. Era típico do meu pai jogar essa pressão sobre mim, mas ele nunca tinha chegado a tanto.

— Ele não desiste, não é? — murmurei, saindo do chuveiro e pegando uma toalha. — O que será que ele está planejando agora? Forçar-me a ser o filho obediente que ele sempre quis?

Henry me olhou com uma expressão paciente, segurando o roupão que eu gostava de usar. Ele sabia que minhas perguntas não eram apenas sobre o ultimato do meu pai, mas sobre a batalha constante entre as expectativas e o meu desejo de liberdade.

— Acho que ele quer que você assuma a posição de CEO da empresa. — Henry deu um leve sorriso, mas havia sinceridade em seu olhar. — Ele quer ver se você é capaz de conquistar a confiança dele, senhor Greg. Talvez ele ache que é hora de você mostrar o seu valor.

Dei de ombros, enrolando o roupão ao redor do corpo.

— Conquistar a confiança dele? — ri, mas sem humor. — Ele acha que só porque me ameaça, eu vou virar o filho modelo da noite pro dia? Eu sou bom em muitas coisas, Henry, mas ser o que ele quer não é uma delas.

Henry apenas me observou, como fazia desde que eu era um adolescente rebelde. Ele sabia que minhas palavras vinham mais da frustração do que de uma convicção real. E, no fundo, eu também sabia disso.

— Talvez não seja sobre o que ele quer, senhor Ashford. — Henry ajeitou o colarinho da minha camisa, que ele havia preparado cuidadosamente. — Talvez seja sobre o que você quer. E sobre o que você está disposto a fazer para alcançar isso.

Fiquei em silêncio por um momento, deixando as palavras dele ficaram no ar. Talvez Henry estivesse certo. Talvez, pela primeira vez, eu precisasse parar de jogar contra o meu pai e começar a jogar para mim mesmo.

— Tudo bem, Henry. — Endireitei os ombros, sentindo o peso da decisão se formar. — Acho que está na hora de eu mostrar que ele está errado. Que eu possa ser mais do que ele espera. E, quem sabe, mais do que eu mesmo espero.

Continua...

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Comments

Leoneide Alvez

Leoneide Alvez

ja gostei amo suas histórias

2025-02-20

2

Leoneide Alvez

Leoneide Alvez

vai se uma mulher empoderada

2025-02-20

2

MARIA RITA ARAUJO

MARIA RITA ARAUJO

dessa vez, a cadeirante vai ser uma mulher , diferente das outras, gostei!

2025-02-20

5

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